A DLC Phantom Liberty de Cyberpunk 2077 é uma expansão de história que será lançada em 26 de setembro de 2023 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S. A DLC promete uma nova aventura de espionagem e suspense, com novos personagens, novas missões e uma nova área para explorar.
Prometendo ser a maior e mais ambiciosa expansão de Cyberpunk 2077, a CD Projekt Red deixou os fãs ansiosos para ver o que a DLC tem a oferecer, especialmente porque a atualização 2.0 sinaliza mudar diversos aspectos base de gameplay, corrigindo muitos dos problemas do jogo e adicionando novos conteúdos.
Numa busca de se provar, será que Phantom Liberty é o suficiente para mostrar que a CD Projekt Red ainda consegue surpreender?
[lwptoc]
História
Acontecendo antes do final da campanha principal, você é mais uma vez V lidando com o Relic que mantêm você atrelado ao Johnny Silverhand. Nosso protagonista recebe o contato da misteriosa Songbird. Ao chegar no local de encontro, a mulher se revela uma talentosa netrunner que trabalha como analista de inteligência para NEUA (Novos Estados Unidos da América).
Songbird impressiona e consegue entrar no Relic de V e anular a presença de Silverhand da mente dele. Ela nos propõe um trato, V ajuda ela a salvar a presidente da NEUA, a Rosalind Myers e em troca ela arrumará um jeito de neutralizar o Relic que está tomando pouco a pouco a vida de V.
Aceitando o acordo, Songbird pede pressa e avisa a V que neste momento ela está em uma ônibus espacial junto da presidente e que estão sob ataque da facção terrorista de Kurt Hansen. A netrunner alerta que foram atingidas por um míssil e irão cair no distrito de Dogtown, que é liderada pelo terrorista Hansen. Colocando a presidente Myers dentro da cabine segura, caberá a V ajudar a tirar a presidente de dentro de Dogtown em segurança, encontrar o paradeiro da Songbird enquanto trabalha com um agente da FIA, Solomon Reed em uma trama de espionagem e intrigas políticas.
O foco central da campanha de Phantom Liberty é permeado de escolhas morais e de confiança que irá fazer o jogador questionar em quem confiar em uma trama política e de espionagem recheada de personagens com morais dúbias e objetivos escusos em uma soma de treze missões principais.
Sendo palco de quatro personagens chaves centrais, diria que o pouco tempo de campanha é o suficiente para conquistar a empatia dos jogadores e tornar crível todas as questões pessoais de cada um graças ao rico e invejável trabalho de roteiro que consegue trabalhar de forma direta e clara o passado e presente de cada um onde todos procuram a liberdade, mas estão presos ao passado, sistema e em convicções.
Enquanto Rosalind Myers se apresenta como uma presidente destemida, é fácil visualizar que ela é capaz de fazer qualquer coisa para passar por cima de amigos para conseguir o que almeja e para conseguir ter chego ao seu atual posto, teve que fazer coisas questionáveis para chegar nele e está disposta a fazer o que for necessário para garantir o segredo dos seus erros. Tais ações também se refletem no seu rival, Kurt Hansen, que preso em uma situação, é só mais uma marionete de um sistema que o descartará caso decida sair do que foi combinado.
Já Solomon Reed é um homem honrado e que acredita nos seus ideais e no seu país, mesmo sendo traído no passado. Sendo buscando ajudar os seus, Reed simboliza um homem que se culpa pelos erros dos outros e escravo de suas convicções.
Songbird é a personagem mais rica de todo o DLC, sendo incompreendida e rebelde desde cedo, encontrou em Reed um amigo, mas como sempre se sentiu sozinha, acabou cometendo uma cadeia de traições e erros que a jogou em uma situação insustentável e será a personagem onde o jogador mais terá dúvidas das suas reais intenções.
Como gosto pessoal, diria que a campanha de Phantom Liberty é melhor resolvida e mais intrigante que a própria campanha principal. Muito pelos seus personagens mais profundos, mas também por missões diversas e divertidas que enriquecem toda a experiência narrativa. No jogo vamos desde uma intricada invasão por esgotos e uma infiltração furtiva guiando Reed pelos guardas até um segmento meio de terror onde temos que esconder de uma aranha robótica que dá instakill.
Sendo o epicentro da toda a narrativa de Phantom Liberty, Dogtown se trata de um distrito murado dentro de Pacifica devastado por disputas e repleto de ciberpsicopatas, onde sinaliza o retrata o cenário mais degradante do jogo, com ruas e avenidas destruídas, prédios em ruínas, marginais perigosos dominada pelo exército pessoal de Hansen presente em várias esquinas do local.
O jogo conta com uma atividade nova e exclusiva de Dogtown, onde cargas de armas caem do céu de forma aleatória e se torna alvo de disputas locais, com grupos de marginais que disputam o carregamento com o exército de Hansen onde o jogador é livre pra entrar no meio desse conflito onde será bem recompensado com armas e equipamentos que valem a disputa.
Para o gameplay, Phantom Liberty adiciona uma nova árvore de habilidades que é a do Relic, focada em melhorias de cyberware como novos movimentos para as lâminas Mantis, Braços de Gorila, camuflagem, Monofio, lançamento de projéteis e muito mais. Para conseguir pontos para desbloquear habilidades do Relic, existem terminais de dados da Militech espalhados por Dogtown e que não estão marcados no mapa. Apesar da obtenção deles não necessitar que a gente suba de nível, a forma simples de obtê-los apenas vasculhando o pequeno distrito deixa essa atividade meio sem graça por falta de desafio, onde o jogo facilita por que quer que você consiga use essas habilidades, mas adiciona uma tarefa chata para isso.
O jogo conta com missões secundárias, seja as dadas pelo Sr. Hands quanto tantas outras. Todas são bem divertidas e revelam o fácil domínio da CD Projekt Red, com motivações diferentes e criativas, com design de quests invejáveis e que não passam a sensação de encheção de linguiça que outros games do mercado passam.
O jogo conta com mais de 100 itens novos como armas, veículos, cibernéticas, lançadores de mísseis e equipamentos que mudam a aparência que irão adicionar uma nova dose de novidades, tornando uma DLC robusta. O jogo conta também com um novo limite de nível, o que antes era 50, agora podemos atingir o level 60.
Na minha experiência, experimentei alguns bugs que prejudicaram o progresso, mas eram solucionáveis apenas carregando o save novamente. Coisas como tela inicial travando, personagens flutuando em combates e inimigos presos em objetos foram bugs que eu presenciei. Algumas quedas de fps em locais com mais NPCs também ocorreram, mas na maior parte do tempo o jogo rodou bem, muito longe da experiência de lançamento do jogo original, mas nada isento de pequenos problemas.
Vale a Pena?
Cyberpunk 2077: Phantom Liberty traz consigo não só uma intrincada e bem construída narrativa de espionagem e suspense onde o jogador ficará verdadeiramente confuso sobre as motivações dos novos e ricos personagens, mas é acompanhado também de uma atualização que transforma o jogo original a ponto de ser recomendado que o jogador inicie toda a jornada novamente para enxergar um nova experiência de gameplay.
A inclusão do renomado ator Idris Elba assumindo o papel de Solomon Reed acaba se revelando uma decisão fndamentall, pois além do invejável trabalho de roteiro e texto, as expressões e interpretação do ator acabam roubando toda a cena do DLC, chegando a querermos mais dele na série.
No fim, apesar de ser um produto alheio à atualização 2.0, Phantom Liberty vale a pena ser jogado, pois é o showcase perfeito da evolução do jogo e um claro esforço da CD Projekt Red em mostrar que estão decididos em provar o seu valor.
Review da Atualização 2.0 de Cyberpunk 2077
Não existe exemplo melhor para definir um lançamento catastrófico como ocorreu em 2020 com Cyberpunk 2077. O estado decepcionante do jogo da CD Projekt Red gerou uma nota 6.8 no nosso review de Cyberpunk 2077 na época. Em uma tentativa louvável de recuperar a confiança perdida, a CD Projekt Red investiu na busca de valorizar o seu produto lançando centenas de melhorias, dezenas de atualizações, versões aprimoradas para a nova geração e um anime que foi substancial para trazer de volta jogadores ao game, tornando Cyberpunk 2077 uma experiência muito melhor hoje em dia.
Fazendo parte do planejamento estratégico de recuperação da IP, a CD Projekt Red lançou novamente uma nova atualização, dessa vez prometendo ser a maior e mais fundamental de todas já lançadas, a atualização 2.0 é um patch tão revolucionário que reformula bases de gameplay, potencializando e mudando boa parte da experiência da versão anterior.
Na atualização 2.0 os movimentos de gameplay são muito mais precisos e a mira possui um ajuste que a torna muito mais efetiva.
O jogo descarta a confusa e inútil árvore de habilidades, removendo o excesso de habilidade passivas e reformulando sua estrutura. Agora elas são bem mais ordenadas, mais fáceis de entender visualmente, separando habilidades principais e vantagens secundárias onde habilidades agora são mais fundamentais na construção do seu personagem e as vantagens permitam melhorias nas estatísticas e efeitos adicionais das mesmas.
O jogo conta com habilidades novas e com maior apelação de causa e efeito com a capacidade de correr de forma bem mais rápida, tanto terrestre quanto aérea, desviar balas com a katana e rebatê-las contra o inimigo, fuzilar m único alvo com hacks e uma quantidade satisfatória de habilidades mais divertidas que solidifica o combate.
O jogo implementou uma leva de novas mudança onde o vigor não é mais consumido ao correr, e sim ao disparar com armas, cibernéticas estão agora conectadas à armaduras e não mais às roupas e combate em veículos agora permite que consigamos atirar de dentro do carro ou em cima de uma moto.
As IAs dos inimigos também sofreram melhorias e com isso os combates são mais dinâmicos, onde inimigos possuem tomadas de ação mais claras e menos inconsistentes como era antes, com adversários com armas de curto alcance se aproximando de você e os com armas de longo alcance atirando e se escondendo atrás de objetos de cenário. Algo que teoricamente lógico em um jogo normal, mas em Cyberpunk 2077 não acontecia com tamanha obviedade. É claro que problemas de IA ainda vão ocorrer, com inimigos ainda se tornando um alvo fácil para jogadores que adotem um estilo mais furtivo ou se enfileirando em portas, facilitando o trabalho do jogador.
Com todas essas mudanças, fica fácil perceber que a distância de poder entre V e seus inimigos foi encurtada e a joia da coroa destas mudanças foi a reformulação de sua estrutura de árvore de habilidades, onde elas desempenham um papel bem mais importante para o sucesso das batalhas, tornando o ato de construir melhor o seu personagem mais importante que a mera contagem de números na tela.
O sistema de loot também sofreu reformulações, abandonando o modelo antigo de um campo de batalha após combates recheados de armas inúteis e lixo supervalorizado, dando lugar a equipamentos melhor definidos onde você consegue identificar vantagens e desvantagens de cada arma, definidos por raridade e eficácia, facilitando por causa de uma interface mais clara e objetiva.
Não só a árvore de habilidades e classificações de armas sofreram mudanças, mas a UI de diversos menus também passou por melhorias como o diário de missões com guias mais simplificadas, menu do telefone com mensagens listadas como lidas e não lidas.
A criticada polícia de Night City também conquistou ajustes, com policiais reagindo melhor às ações do jogador e conseguindo se organizar melhor, embora continuem meio burros. Os policiais que patrulham investigarão algum tipo de comoção provocada pelo jogador pedirão reforços caso o identifique e irão escalar cada vez mais com reforços caso o jogador teime em continuar, tornando o ato de sobreviver a hordas de policiais uma das coisas mais divertidas da atualização 2.0.
Falando sobre mudanças em Night City, há mais carros e tráfegos nas ruas e estradas, mudança que possa ter sido gerada por melhores IAs de NPCs e melhorias no combate de carros.
O item de cura e as grandas também sofreram um ajuste fundamental, sendo agora um recurso infinito que pode ser melhorado e que vai se enchendo sozinho com o tempo. Esse pequeno ajuste faz uma diferença notável, já que tiroteios ficam mais dinâmicos e o jogador não precisa se preocupar tanto com a administração do seu uso.
Com tantas melhorias essenciais e que mudam o funcionamento de suas bases, a atualização 2.0 de Cyberpunk 2077 é a mais importante do jogo até aqui. Apesar de não ser suficiente para melhorar outros aspectos prometidos antes do lançamento, como uma narrativa com maiores caminhos de decisão, ela ajuda a tornar a construção de personagem algo mais único e com maior controle do jogador.
A atualização 2.0 do Cyberpunk 2077 será lançada em 21 de setembro.
Notas do Jogo
Título: Cyberpunk 2077: Phantom Liberty
Descrição do jogo: Phantom Liberty é uma nova aventura e thriller de espionagem para o mundo aberto de ação e aventura do RPG Cyberpunk 2077. Quando a nave espacial da presidente dos Novos Estados Unidos da América é abatida sobre o distrito mais mortífero de Night City, só há uma pessoa que a pode salvar: tu. Torna-te V, um ciber-mercenário, e mergulha numa rede de espionagem e intriga política, desvendando uma história que interliga os mais altos escalões de poder e o mundo brutal de mercenários clandestinos.
Gênero: RPG
Lançamento: 26/09/2023
Produtora: CD PROJEKT SA
Distribuidora: CD PROJEKT SA
Nota
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História - 10/10
10/10
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Jogabilidade - 9/10
9/10
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Gráficos - 8.5/10
8.5/10
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Trilha Sonora e Som - 9/10
9/10
Veredito
Cyberpunk 2077: Phantom Liberty traz consigo não só uma intrincada e bem construída narrativa de espionagem e suspense onde o jogador ficará verdadeiramente confuso sobre as motivações dos novos e ricos personagens, mas é acompanhado também de uma atualização que transforma o jogo original a ponto de ser recomendado que o jogador inicie toda a jornada novamente para enxergar um nova experiência de gameplay.
A inclusão do renomado ator Idris Elba assumindo o papel de Solomon Reed acaba se revelando uma decisão fndamentall, pois além do invejável trabalho de roteiro e texto, as expressões e interpretação do ator acabam roubando toda a cena do DLC, chegando a querermos mais dele na série.
No fim, apesar de ser um produto alheio à atualização 2.0, Phantom Liberty vale a pena ser jogado, pois é o showcase perfeito da evolução do jogo e um claro esforço da CD Projekt Red em mostrar que estão decididos em provar o seu valor.
Vantagens
- Personagens bem construídos e ricos;
- Campanha principal divertida e intrigante;
- Textos e diálogos continuam muito bons;
- Reestruturação da árvore de habilidade fundamental;
- Melhorias de IA melhoram os combates;
Desvantagens
- Bugs e quedas de fps ainda acontecem, em menor número;