Review | WUCHANG: Fallen Feathers – Tantas Possibilidades e Tão Pouco Equilíbrio para Sustentá-las


Review WUCHANG Fallen Feathers
7.63/10

O mercado de jogos do tipo Souls está saturado. A cada ano, surgem novos títulos tentando emular a fórmula dos grandes mestres do gênero, mas poucos conseguem se destacar. Wuchang: Fallen Feathers, da desenvolvedora estreante Leenzee Games, é uma daquelas raras exceções que, apesar de suas falhas, consegue trazer algo fresco para a mesa.

Ambientado nos últimos anos ficcionalizados da Dinastia Ming, o jogo começa como mais um soulslike convencional, mas logo revela suas ambições. O combate é uma dança mortal entre o jogador e os inimigos, onde cada movimento errado pode ser decisivo. O sistema de acúmulo de penas para desbloquear magias e habilidades adiciona uma camada estratégica, incentivando o jogador a dominar o fluxo das batalhas.

A exploração em camadas e as mecânicas interconectadas são pontos altos, mas a falta de refinamento é inegável. Embora Wuchang não atinja o nível de polimento de Stellar Blade ou Black Myth: Wukong, sua identidade própria e a homenagem à cultura chinesa lhe garantem um lugar de destaque entre os concorrentes.

Ainda assim, a pergunta persiste: será que ele consegue competir com os gigantes do gênero? A resposta é complexa.

WUCHANG: Fallen Feathers foi lançado no PlayStation 5 em 23 de Julho de 2025.

História

Review Wuchang Fallen Feathers Historia

O jogo nos transporta para a terra de Shu, em um período sombrio que marca o fim da Dinastia Ming. O cenário é de caos: rebeliões violentas abalam o governo, mas uma ameaça ainda mais sinistra se espalha silenciosamente, a Plumagem, uma doença maldita que transforma homens em monstros.

A protagonista, Wuchang, é uma pirata que desperta em uma caverna, sem memória e com o braço esquerdo coberto por penas etéreas. Salva por um misterioso taoísta chamado Xuanyangzi, ela descobre que está infectada, mas, ao contrário de outros, não sucumbiu à loucura. Em vez disso, sua condição lhe concede poderes sobrenaturais, tornando-a uma peça crucial na busca por uma cura.

Plumagem não é apenas uma enfermidade física, ela corrói a mente. Os infectados perdem suas memórias, sua identidade, até que nada resta além de um monstro emplumado. Wuchang, porém, resiste. Suas penas não são uma maldição, mas uma arma. Enquanto outros se deformam, ela aprende a canalizar essa energia para enfrentar as criaturas que outrora foram humanos.

Review Wuchang Fallen Feathers Protagonista

A busca de Wuchang não é apenas por uma cura, mas por seu próprio passado. Fragmentos de memória surgem em meio ao caos: uma irmã desaparecida, segredos enterrados e a suspeita de que a doença pode ter origens muito mais sombrias do que um simples mal natural.

O mundo está em frangalhos. Vilarejos abandonados, templos profanados e soldados rebeldes se misturam a criaturas grotescas, todas vítimas da Plumagem. Cada passo adiante revela que nem tudo é o que parece, inclusive a própria Wuchang.

Campanha

Vamos ser honestos: a história de Wuchang não vai revolucionar o gênero. O enredo segue a fórmula soulslike clássica, um protagonista amnésico, uma maldição misteriosa e uma jornada por um mundo em ruínas atrás de respostas vagas. Se fosse um presente, a narrativa seria aquele papel pardo funcional que embrulha tudo sem chamar atenção. Não é ruim, mas também não é memorável.

Review Wuchang Fallen Feathers Campanha

A maioria das tarefas paralelas se resume a “pegue isso, entregue aquilo”, com personagens que mal conseguem cativar. Mas há exceções. A gangue de órfãos em Cloudspire, por exemplo, foi um raro momento em que me importei genuinamente com o destino de NPCs. O resto? Bem, dificilmente lembro seus nomes, e alguns tinham denominações tão exóticas que pareciam tiradas de um gerador aleatório.

Como era de se esperar, a maior parte da lore está escondida em descrições de itens, diálogos crípticos e ambientação. Se você já jogou um soulslike, sabe o que esperar: chefes soltam frases enigmáticas antes da luta, comerciantes azarados dão pitacos sombrios, e objetos esquecidos contam histórias que você precisa juntar como um quebra-cabeça.

Confesso que, mesmo após zerar, não entendi tudo. Mas isso não me incomodou. O jogo não entrega respostas mastigadas, e parte da experiência está justamente em criar suas próprias teorias. Se você gosta desse estilo, vai se sentir em casa. Se não, bem… pelo menos o combate é bom.

Review Wuchang Fallen Feathers NPC

No fim das contas, o que segura Wuchang não é o roteiro, mas a atmosfera. A China da Dinastia Ming distorcida pela Plumagem é um cenário visualmente hipnotizante, templos decadentes, florestas assombradas e cidades tomadas por criaturas emplumadas. A mitologia chinesa empresta um charme único, mesmo quando a narrativa não está no seu melhor.

E, no fim, isso basta. Você pode não saber exatamente por que está lutando, mas a jornada é envolvente o suficiente para justificar cada passo. Afinal, nem todo jogo precisa de uma trama épica, às vezes, só precisamos de um mundo que nos faça querer explorar, mesmo que as respostas nunca venham.

Gameplay

Review Wuchang Fallen Feathers Golpes Ataque

Sim, é mais um Soulslike de fórmula: labirintos obscuros, fogueiras disfarçadas de santuários, chefes que te esmagam repetidamente. O ciclo clássico de “explorar, morrer, repetir” está aqui, intacto. Mas onde Fallen Feathers se destaca é na jogabilidade, especialmente em seu sistema de combate, que tira elementos tradicionais do gênero e os torce com algumas mecânicas genuinamente interessantes.

A grande sacada do jogo é o Poder Celeste, um recurso versátil que dita o ritmo das batalhas. Ele funciona como combustível para habilidades especiais, desde golpes únicos de armas até magias devastadoras. Mas não é só um simples medidor:

  • Recarrega de múltiplas formas, incluindo esquivas perfeitas (o que incentiva jogadas arriscadas).
  • Potencializa habilidades básicas, tornando até ataques simples mais letais quando bem sincronizados.
  • Pode ser aprimorado, permitindo builds variadas conforme você progride.

No começo, parece complexo demais, e realmente é. O jogo joga no seu colo uma enxurrada de mecânicas interligadas, e leva um tempo para tudo clicar. Mas quando finalmente entende-se o fluxo, o combate vira uma dança letal de precisão e timing, onde cada decisão importa.

Combate

Review Wuchang Fallen Feathers Gameplay MOBs

Este não é um jogo onde você pode simplesmente bater até vencer. A imprudência é punida, e com força. Cada inimigo, especialmente os chefes, exige observação, paciência e timing preciso. Se você sair desferindo golpes aleatórios, logo estará de volta ao último santuário, revendo suas escolhas de vida.

O combate em Fallen Feathers funciona como um jogo de antecipação, você precisa ler os movimentos do inimigo, desviar no momento certo e contra-atacar nas brechas certas. Algumas mecânicas cruciais ditam esse fluxo:

  • Ataques Carregados são fundamentais para quebrar a postura dos inimigos, abrindo espaço para um golpe fatal. Mas carregar um ataque demais é um risco, chefes ágeis não ficam parados esperando seu golpe.
  • Habilidades Instantâneas de Pena permitem ativar ataques pesados sem carga, uma alternativa valiosa quando o inimigo não dá abertura. Usar essas habilidades no momento certo vira a maré da batalha.
  • Postura e Resistência importam. Se você atacar sem cuidado, seu personagem fica vulnerável. Gerenciar sua resistência e saber quando recuar é tão importante quanto saber quando atacar.

Mecânica de Loucura e Magias

Em Fallen Feathers, a loucura é um sistema passivo que se acumula quando o jogador morre ou elimina inimigos não afetados pela plumagem. Quando ativa, ela aumenta o poder dos ataques, mas também amplifica o dano recebido. O jogador pode optar por purificá-la ou abraçá-la para ganhar um bônus adicional de dano. No entanto, morrer com a loucura no máximo invoca um demônio que assume a forma do protagonista, desencadeando um confronto brutal. Curiosamente, esse demônio não aparece nas salas dos chefes, dando ao jogador a liberdade de gerenciar sua loucura de outras formas. Derrotar (ou ser derrotado por) o demônio purifica automaticamente a loucura, reiniciando o ciclo.

Review Wuchang Fallen Feathers Loucura

Por um tempo, ignorei essa mecânica, já que não é essencial para progredir. Mas, em certos momentos, usar a loucura em conjunto com o Repositório de Ímpeto pode virar o jogo, oferecendo uma vantagem crucial. Apesar disso, sinto que o jogo poderia comunicar melhor sua utilidade, pois é fácil subestimá-la.

Em termos de dificuldade, Fallen Feathers se posiciona como um souls-like intermediário. Não sou especialista no gênero, mas o jogo me pareceu acessível, desde que o jogador dedique tempo para entender suas mecânicas interconectadas. Levei horas para dominar o fluxo de combate, mas isso não é um defeito, o jogo exige respeito e paciência para revelar suas nuances.

Além da loucura, outras camadas estratégicas incluem feitiços mágicos, Bênçãos e Têmpera. Pode parecer complexo, mas na prática, é mais intuitivo: Bênçãos fortalecem armas, enquanto a Têmpera as imbuem de efeitos especiais. São sistemas que operam nos bastidores, mas fazem diferença quando explorados com atenção.

A magia em Fallen Feathers é brilhante. Cada feitiço descoberto traz afinidades únicas, custos de Poder Celeste e aplicações táticas, incentivando o jogador a experimentar builds diferentes. A possibilidade de trocar instantaneamente entre magias e armas, esta última vinculada a uma mecânica de troca rápida e punitiva, adiciona uma camada estratégica palpável.

Review Wuchang Fallen Feathers Chefe Dama

No entanto, senti que magias poderiam ser mais viáveis contra chefes. Algumas batalhas permitem seu uso estratégico, enquanto outras as tornam quase inúteis. Talvez seja uma questão de habilidade, mas um equilíbrio melhor nesse aspecto distribuiria seu valor de forma mais justa.

No fim, Fallen Feathers é um jogo que recompensa a curiosidade e a adaptação, mesmo que algumas de suas ferramentas precisem de um pouco mais de polimento para brilhar plenamente.

Exploração

Review Wuchang Fallen Feathers Graficos

O design dos ambientes em Fallen Feathers oscila entre brilhante e frustrante, alternando entre labirintos intricados e corredores lineares sem inspiração. Algumas áreas capturam a essência dos melhores soulslikes, com atalhos inteligentes, segredos bem escondidos e uma sensação de mundo vivo. Outras, no entanto, parecem mal otimizadas ou simplesmente mal pensadas, criando uma experiência desigual.

Pântano é um exemplo de maestria espacial, um emaranhado de galhos, trepadeiras e plataformas que se entrelaçam com uma verticalidade impressionante. Descobrir um atalho que leva de volta ao santuário principal é uma das melhores sensações do jogo, mostrando como o espaço foi meticulosamente planejado para se conectar de formas inesperadas.

Review Wuchang Fallen Feathers Neve Visual

Já o Shu Sanctum é o oposto: uma vila monótona e repetitiva, com poucos pontos de referência e atalhos que parecem desnecessários. Algumas jornadas até chefes são tediosas, exigindo caminhadas longas ou a paciência de um elevador absurdamente lento. É como se duas filosofias de design radicalmente diferentes tivessem sido misturadas sem um equilíbrio claro.

Apesar das inconsistências, o jogo brilha na ambientação. As áreas contam histórias visuais: uma floresta em decomposição, onde a plumagem corrompe até cadáveres e plantas, ou vilas devastadas que ainda guardam lampejos de esperança. Há uma melancolia bela nesses cenários, mostrando o que essas terras já foram e o que perderam.

Felizmente, a maioria das áreas recompensa a exploração, com caminhos alternativos, segredos e loot valioso. O jogo também oferece transmogrificação, permitindo que os jogadores ajustem a aparência de Wuchang sem sacrificar estatísticas, um toque bem-vindo para quem prioriza estilo e personalização.

No fim, Fallen Feathers tem momentos de genialidade no level design, mas sofre com decisões questionáveis que quebram o ritmo. Ainda assim, quando acerta, cria cenários memoráveis que justificam a jornada.

Inimigos e Chefes

Review Wuchang Fallen Feathers Combate chefes

O maior problema de Fallen Feathers não está na dificuldade, mas na falta de coerência. O jogo oscila entre desafios triviais e encontros brutalmente injustos, sem um equilíbrio que justifique a curva de aprendizado.

Logo no começo, o jogo parece fácil demais para um soulslike, quase como se estivesse segurando sua mão. Mas, ao avançar, você se depara com chefes que mais parecem armadilhas baratas, esponjas de dano com ataques imprevisíveis e padrões quebrados. O pior não é a dificuldade em si, mas a sensação de que a vitória veio por sorte, não por habilidade.

O ápice do gênero está na justiça: um chefe difícil, mas que recompensa o aprendizado. Você estuda seus movimentos, identifica brechas e, com tempo e prática, domina o combate. Fallen Feathers acerta isso em alguns encontros, chefes com ritmo claro, golpes puníveis e uma sensação de duelo, , mas erra feio em outros.

Alguns inimigos mudam padrões sem aviso, tornando impossível prever ataques. Outros têm combos absurdamente longos, deixando quase nenhuma janela para contra-ataque. E há os que simplesmente ignoram as regras do jogo, com golpes instantâneos ou hiper-armor em momentos aleatórios. O resultado? Você não aprende, você sobrevive.

Review Wuchang Fallen Feathers Chefes 1

Derrotar um chefe em Dark Souls ou Sekiro traz satisfação pura, você superou um obstáculo que parecia intransponível. Já em Fallen Feathers, muitas vitórias deixam um gosto amargo. Você não pensa “Eu melhorei!”, mas sim “Finalmente acabou…”.

Alguns chefes são tão RNG-dependentes que você torce para que repitam os únicos golpes puníveis. Outros têm fases desnecessariamente longas, transformando a luta em um teste de paciência, não de perícia. E quando você finalmente vence, a sensação não é de triunfo, mas de alívio por não precisar repetir aquilo de novo.

O jogo não é ruim, tem chefes bem elaborados e momentos genuinamente épicos. Mas a inconsistência estraga a experiência. Se os encontros fossem mais polidos e previsíveis, Fallen Feathers poderia estar no mesmo patamar dos grandes soulslikes.

No fim, o jogo é como um diamante bruto: tem brilho, mas precisa de lapidação. E, infelizmente, alguns chefes parecem ter sido deixados na forma de pedra.

Armas e Builds

Review Wuchang Fallen Feathers Equipamentos

Ainda que o design inconsistente de chefes e níveis possa frustrar, Wuchang: Fallen Feathers se redime com um sistema de builds incrivelmente versátil, que incentiva experimentação e adaptação. O jogo oferece armas variadashabilidades personalizáveis e uma árvore de progressão flexível, permitindo que cada jogador encontre seu próprio estilo de combate.

No centro do sistema de batalha está o Shimmer, uma esquiva precisa que, quando executada no momento certo, gera Poder Celeste, recurso essencial para habilidades especiais e magias. Além disso, a defesa aprimorada permite desviar golpes e converter deflexões em poder ofensivo. O fluxo de combate é dinâmico, alternando entre defesa e ataque enquanto você gerencia seu Poder Celeste, criando um ritmo intenso e recompensador.

O Repositório de Ímpeto: Uma Árvore de Habilidades Genial

Review Wuchang Fallen Feathers Arvore de habilidades

O Repositório de Ímpeto é uma das melhores ideias do jogo. Nele, você gasta Essência de Mercúrio Vermelho (a moeda de progressão) para desbloquear melhorias em:

  • Atributos básicos (vida, dano, resistência)
  • Habilidades marciais (golpes especiais e contra-ataques)
  • Utilidades (frascos de cura, capacidade de carga)

O sistema é não-linear, permitindo que você invista em qualquer ramo desde o início. E o melhor: respeccar é fácil, então você pode testar builds diferentes sem medo de comprometer sua progressão.

Armas e Estilos de Jogo Únicos

O jogo pode não ter uma lista gigantesca de armas, mas cada uma muda completamente o combate:

  • Espadas longas (ataques amplos, estilo agressivo)
  • Lâminas duplas (combos rápidos e fluidos)
  • Machados (dano pesado, porém mais lento)
  • Lanças (alcance maior e golpes precisos)

Além disso, cada arma possui habilidades marciais personalizáveis, que podem ser trocadas conforme sua preferência. Quer uma espada longa com contra-ataques defensivos? Ou uma lança com habilidades de perfuração rápida? Tudo é possível.

Se um chefe está te esmagando, você não precisa ficar preso em uma estratégia falha. Com troca instantânea de armas e a liberdade de reajustar sua build, Wuchang incentiva você a pensar fora da caixa. Testar combinações diferentes, como alternar entre duas espadas com habilidades complementares ou misturar armas para cobrir fraquezas, torna o jogo muito mais envolvente.

Review Wuchang Fallen Feathers Graficos visuais

Apesar dos problemas com chefes desbalanceados e níveis inconsistentes, Wuchang: Fallen Feathers se destaca no que realmente importa em um soulslike: liberdade tática e profundidade de personalização. Se você gosta de experimentar builds, dominar armas diferentes e ajustar estratégias, o jogo oferece uma experiência rica e recompensadora.

No fim, é um título que não tem medo de inovar, e, mesmo com falhas, merece atenção por trazer ideias frescas a um gênero que muitas vezes se contenta em copiar fórmulas consagradas.

Gráficos e Direção de Arte

Review Wuchang Fallen Feathers Visual

Wuchang: Fallen Feathers é um jogo de contrastes. Por um lado, apresenta cenários deslumbrantes, com paisagens amplas que se estendem até o horizonte. Por outro, insiste em confinar o jogador em cavernas sombrias e vilarejos repetitivos, onde a falta de variedade visual e um design de nível confuso tornam a exploração frustrante. Não é aquela sensação de se perder em um mundo rico e intrigante, mas sim a irritação de não conseguir achar a saída de um templo minúsculo.

O desempenho técnico é outro ponto problemático. No PS5, o jogo sofre com lag intenso e quedas de frames, especialmente fora do Modo Desempenho. Mesmo nesse modo, há momentos em que a experiência engasga, prejudicando a imersão. Enquanto jogadores de PC podem ter monitores de 120 Hz, muitos usuários de console dependem de TVs que nem sempre suportam taxas de atualização altas. É decepcionante que o jogo não tenha sido otimizado para rodar suavemente em 60 Hz, deixando quem não tem hardware avançado lidando com tela rasgada constante.

Review Wuchang Fallen Feathers Direção de Arte

Se você tem o equipamento certo, um monitor ou TV compatível, além de um cabo HDMI adequado, , o jogo roda bem, com apenas alguns soluços ocasionais. No entanto, a falta de opções gráficas ajustáveis e uma otimização deficiente para configurações mais modestas são falhas graves. Durante testes no PS5, foi necessário ativar o suporte a 120 Hz nas configurações do sistema para evitar distorções visuais. Mesmo assim, os visuais às vezes ficam estranhamente borrados, principalmente em rostos de personagens, mesmo no Modo Desempenho. Ajustar a nitidez no console ajuda, mas não resolve completamente o problema.

Apesar dessas questões, a taxa de quadros se mantém estável na maior parte do tempo, o que é um alívio. Mas quando um jogo oscila entre momentos de beleza impressionante e frustrações técnicas persistentes, fica difícil ignorar suas falhas. Wuchang: Fallen Feathers tem potencial, mas precisa de ajustes para entregar uma experiência realmente polida.

Vale a Pena?

WUCHANG: Fallen Feathers anunciado

Wuchang: Fallen Feathers é como uma lâmina afiada, promete um corte limpo, mas muitas vezes te corta com suas próprias imperfeições. Este não é um soulslike para quem gosta de desafios justos e bem calibrados; é um jogo feito para aqueles que veem frustração como parte do ritual, que encaram cada morte absurda como um degrau necessário na escalada masoquista.

O coração do jogo pulsa forte no combate meticuloso, onde cada esquiva, bloqueio e contra-ataque exige precisão cirúrgica. A liberdade para montar seu estilo de luta através da árvore de habilidades é uma das mais criativas do gênero, permitindo combinações que realmente mudam a forma como você encara os desafios. Os cenários, quando o jogo decide te presentear com algo além de cavernas claustrofóbicas, são obras de arte distorcidas, cheias de detalhes que contam histórias por si só, pena que muitas vezes você está muito ocupado lutando contra a câmera para apreciá-los.

Mas Wuchang tem um vício autodestrutivo em sabotar seus próprios momentos de glória. Chefes que deveriam ser épicos viram exercícios de paciência graças a padrões de ataque imprevisíveis, e a progressão frequentemente te empurra para labirintos mal sinalizados, onde a única saída é morrer até decorar cada esquina. No PS5, a experiência é como andar de montanha-russa com os freios quebrados, o Modo Desempenho segura a taxa de quadros na base do grito, mas não esconde os visuais que às vezes parecem derretidos, especialmente em close-ups de personagens.

O maior pecado aqui é a arrogância técnica. Em uma era onde até os soulslikes mais brutais oferecem opções de acessibilidade, Wuchang parece considerar problemas como tela rasgada constante um rito de passagem obrigatório. A mensagem clara é: compre hardware melhor ou sofra, uma abordagem especialmente dura para jogadores de console, muitos presos a TVs que mal chegam a 60Hz.

Quando tudo se alinha, quando o combate clica, quando a exploração flui, quando o jogo para de atrapalhar a si mesmo –, Wuchang brilha com uma intensidade rara. Mas esses momentos são como ilhas em um mar de decisões questionáveis. Não é apenas um jogo difícil; é um jogo que luta contra você em camadas que vão além do desafio planejado. Recomendado? Sim, mas apenas para aqueles que veem potencial bruto onde outros veriam apenas um projeto mal acabado. Para o resto, talvez seja melhor esperar, ou manter distância segura.

Confira a Política de Reviews do PS Verso

Notas do Jogo
Review WUCHANG Fallen Capa Cover

Título: WUCHANG: Fallen Feathers

Descrição do jogo: WUCHANG: Fallen Feathers é um RPG de ação soulslike ambientado na terra de Shu durante o sombrio e tumultuado final da Dinastia Ming, atormentado por facções em guerra e uma doença misteriosa que gerava criaturas monstruosas.

Gênero: Ação e Aventura

Lançamento: 23/07/2025

Produtora: 505 Games

Distribuidora: 505 Games

COMPRAR

Nota
7.6/10
7.6/10
  • História - 7.5/10
    7.5/10
  • Jogabilidade - 7.5/10
    7.5/10
  • Gráficos - 7.5/10
    7.5/10
  • Trilha Sonora e Som - 8/10
    8/10

Veredito

Wuchang: Fallen Feathers é um soulslike intenso, mas marcado por falhas frustrantes. Seu combate preciso e sistema de habilidades criativo destacam-se, permitindo combinações únicas. Os cenários são visualmente impressionantes, mas a câmera caótica atrapalha a experiência. Chefes imprevisíveis e level design confuso aumentam a dificuldade de forma artificial. No PS5, o desempenho é instável, com gráficos inconsistentes e problemas como tela rasgada constante. O jogo ignora opções de acessibilidade, tornando-se hostil até para quem tolera desafios. Quando equilibrado, brilha, mas é cercado de decisões questionáveis. Recomendado apenas para fãs de experiências brutais e inacabadas.

Vantagens

  • Experimentação infinita de builds.
  • Sistema Poder Celeste adiciona profundidade e sinergia.
  • Sistema de Loucura traz decisões de alto risco com benefícios únicos.
  • Cenários imersivos e detalhados.

Desvantagens

  • Combates muito fáceis ou injustamente difíceis.
  • Navegação complicada e pouco intuitiva.
  • Taxa de quadros irregular e borrão excessivo no modo desempenho (PS5).
  • Algumas habilidades mágicas são ineficazes em combates difíceis.

San Moreira
Sanzio Moreira tem 34 anos e é Jornalista, Fundador e Editor-Chefe do PS Verso. Amante da cultura gamer e sempre apaixonado pelo universo. Atuo como jornalista e Content Manager do mercado de games por 6 anos. Tive a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer brasileira.