Em um movimento surpreendente, a Square Enix anunciou que o tão aguardado Final Fantasy XVI: The Rising Tide será o último pacote de expansão planejado para o seu RPG de sucesso. Esta adição promete levar Clive e seus companheiros a um local completamente novo, repleto de novas aventuras e desafios.
The Rising Tide surge como o último suspiro de conteúdo extra para Final Fantasy XVI, trazendo outro capítulo crucial à jornada de Clive Rosfield. Reservado para ser desbloqueado quase no desfecho do jogo principal, esta DLC foi cuidadosamente elaborada como uma despedida, proporcionando uma narrativa adicional que aprofunda ainda mais o mundo do título, enquanto permite aos jogadores explorarem mais profundamente o refinado sistema de combate do jogo.
Curiosamente, a ideia de DLC para Final Fantasy XVI não estava originalmente nos planos. O jogo foi lançado como um produto completo, uma história completa. Echoes of the Fallen conseguiu contornar essa barreira, parecendo mais uma aventura paralela. Porém, The Rising Tide desafia essa expectativa; é grandioso e profundamente conectado com os detalhes sobre o Leviatã apresentados no jogo principal, fazendo-o parecer mais enraizado do que adicionado posteriormente.
[lwptoc numeration=”none”]
História
Em Final Fantasy XVI: The Rising Tide, Clive parte com Joshua e Jill rumo à terra de Mysidia, um lugar misterioso no norte do continente, isolado do resto do mundo há gerações.
Sua missão é libertar Walias, o Eikon dominante da água, conhecido como Leviatã. Shula, uma moradora de Mysidia, procura Clive em busca de ajuda, explicando o que aconteceu com Walias. Inicialmente, acreditava-se que o domínio de Leviatã não havia ressurgido, mas, na verdade, Walias nasceu com esse poder e foi aprisionado em um feitiço de tempo congelado por décadas.
É uma história comovente desde o início. Walias é apenas um bebê que passou mais de 80 anos preso em uma bolha de tempo congelada, consciente do mundo ao seu redor, mas sem envelhecer, envolto em um sofrimento eterno permeado por medo. A missão de Clive é libertar Waljas e devolvê-lo ao seu povo.
No geral, a campanha de The Rising Tide é muito melhor que a de Echoes of the Fallen, contendo um mapa próprio com lores que complementam mais sobre a história de Valisthea, assim como a civilização perdida de Mysidia. Contendo também missões que ajudam a contar mais sobre o background narrativo dessa nova área, há uma pequena melhora nas secundárias, mas elas continuam com objetivos fracos e pouco criativos, seguindo muito do padrão encontrado no jogo base.
Algumas promessas dos desenvolvedores decepcionam. Jill Warrick, uma das personagens favoritas dos fãs, tem conexões profundas com Mysidia, já que a localização central de The Rising Tide está ligada à sua terra natal, os Territórios do Norte derrotados. Na PAX East, os desenvolvedores mencionaram a ligação de Jill com a história de Mysidia, sugerindo uma expansão do enredo para ela. No entanto, isso se mostra apenas parcialmente verdadeiro.
Jill não desempenha um papel importante e sua presença na história se resume a curtos diálogos que não tomam o protagonismo de Clive em hora nenhuma, uma oportunidade perdida para aprofundar sua narrativa. Dada a tendência de Final Fantasy XVI de subutilizar a riqueza de sua personalidade, é decepcionante ver essa oportunidade não totalmente explorada.
Gameplay
The Rising Tide, um complemento para o Echoes of the Fallen, foi concebido para enriquecer a experiência já sólida proporcionada pelo arsenal original de Clive. Enquanto o primeiro cenário nos fazia enfrentar desafios em uma dungeon, este DLC traz consigo adições significativas. O destaque principal é o Eikon da Água, Leviatã, uma presença mítica até então ausente em Final Fantasy 16.
Explorar as mecânicas de combate de longo alcance exclusivas do Leviatã é uma experiência divertida por si só. Contudo, o que realmente me surpreendeu foram os novos poderes adicionados.
Apesar do enfoque narrativo e no cenário, o combate ainda é o coração pulsante de The Rising Tide. Clive ganha novas habilidades ao incorporar o poder do Leviatã, e elas são completamente diferentes de tudo visto anteriormente. Leviathan traz consigo um estilo de combate em longo alcance focado em projéteis. O braço esquerdo de Clive se transforma em uma mini-cabeça do Eikon que dispara uma série de tiros de água, ou uma coluna que explode em impacto.
O primeiro conjunto de habilidades é perfeito para acumular Atordoamento em inimigos maiores, enquanto o segundo pode dizimar rapidamente multidões mais fracas. No entanto, o Leviatã tem um sistema de gerenciamento de munição e um botão de recarga ativo, para conseguir equilibrar o desafio. É importante ficar atento para conseguir administrar corretamente a recarga, tendo munição infinita por um período, embora possa recuperar um pouco ao se esquivar no momento certo. Além disso, você tem a capacidade de fazer duas esquivas consecutivas, podendo disparar no intervalo entre elas.
The Rising Tide revela tanto os elementos mais fracos quanto os mais fortes de Final Fantasy 16. As batalhas contra os chefes são verdadeiramente espetaculares, e se você estava preocupado com um aumento exagerado na dificuldade em relação ao jogo base, pode ficar tranquilo, ele é menos desafiante que Echoes of The Fallen, tirando a duas lutas.
Enquanto alguns inimigos, como lobos e aranhas, são facilmente derrotados, as elites e os chefes, especialmente os da história, são uma verdadeira ameaça. Hreidmar pode parecer uma versão de Fafnir, mas ele cobre a arena com zonas de dano e pode acabar com você se não estiver atento. E depois há o Guardião do Tempo, uma experiência que você precisa vivenciar por si mesmo. O novo chefe testa sua habilidade de esquiva em momentos cruciais. E, além de desafiador, é visualmente deslumbrante, o que é sempre um ponto positivo. Além disso, destaque para os Tonberries com sua aparência assustadora.
O ápice de todos os chefes é, sem dúvida, a batalha épica contra o Leviatã. Desde o início até o fim, a luta é visualmente deslumbrante e desafiadora, quase oprimindo você a cada fase subsequente. Se os combates contra utros Eikons podem parecer um pouco scriptados, Leviatã é a única batalha onde realmente a habilidade do jogador é posta a prova. Pode parecer um tanto exagerado, especialmente porque o Leviatã não tem apenas um, mas dois ataques massivos de área de efeito envolvendo círculos (um deles aparentemente impossível de esquivar se você não conhecer a estratégia correta) e uma verificação de danos.
Portão de Kairos
O Portão de Kairos é um novo modo de batalha roguelike com 20 etapas, chamadas de círculos. Seus menus encantadores estão adornados com incríveis enfeites clássicos de Final Fantasy, transportando-o para um mundo de fantasia. No modo mais desafiador do jogo, desbloqueável ao alcançar um certo nível de habilidade, o verdadeiro teste aguarda: o modo Final Fantasy. Aqui, você enfrentará desafios épicos e experimentará novas habilidades.
No novo modo você poderá testar ao máximo as habilidades recém-adquiridas. Conforme avança, Clive, seu personagem, ganha aumentos de atributos específicos, permitindo que você vá mais longe a cada tentativa. No final dos desafios aguarda um chefe final secreto, uma batalha que testará todas as suas habilidades até o limite.
Em cada estágio, três ondas de inimigos são lançadas contra você, e suas habilidades são avaliadas com base em uma série de critérios, desde ataques épicos até esquivas bem cronometradas. Suas recompensas incluem acessórios, armas e materiais para fortalecer seu personagem. Mas não se preocupe, pois aqui você será testado com base em uma habilidade especial: Eikonico. Esta habilidade pode ser alternada livremente entre os estágios, dando-lhe uma experiência de combate completamente nova a cada rodada.
É aqui que entram em cena os Conjuntos de Habilidades, permitindo que você crie e troque entre builds de Habilidades Eikonicas. Terminar cada estágio concede Pontos de Fortalecimento, que podem ser gastos em aumentos de atributos para dano, defesa, saúde e outros adornos para Clive. Mas os verdadeiros destaques são as Dádivas.
Os Pontos de Dádivas permitem que você compre buffs, como redução de dano recebido quando sua saúde está abaixo de uma certa porcentagem, recuperação de HP ao esquivar com precisão, ou até mesmo aumentar a potência dos Limit Breaks e dos contra-ataques. Certas Dádivas são fundamentais para aumentar a pontuação ou aprimorar diferentes ações, essenciais para alcançar o cobiçado rank S.
No entanto, há um detalhe crucial: todos as Dádivas têm uma duração limitada, funcionando apenas por um certo número de círculos. Portanto, é vital planejar cuidadosamente quando e como gastar seus Pontos de Dádiva. Se você estiver se sentindo confiante, pode optar por sacrificar upgrades em outros atributos de Clive e focar apenas na Potência e Duração da Dádiva, maximizando assim seus benefícios. Esteja preparado para tomar decisões estratégicas que moldarão o seu sucesso no Portão de Kairos.
Se você morrer, a run chega ao fim e você é devolvido ao início, todos os seus aprimoramentos são resetados. Para os aventureiros que desejam explorar as fases sem comprometer suas pontuações, Dádivas Gratuitas estão disponíveis.
No geral, o Portão de Kairos é uma adição divertida ao jogo, desafiando sua habilidade em enfrentar diferentes inimigos e maximizar as habilidades Eikonicas para alcançar a pontuação mais alta. Embora um pouco de aleatoriedade nos inimigos ou modificadores durante as batalhas fosse bem-vindos, esse desafio baseado em habilidades é útil o suficiente para estender o gameplay. Além disso, há um elemento adicional no DLC, desbloqueado após completar a missão principal e a história do jogo base. Sem querer dar muitos spoilers, é uma surpresa empolgante que expande suas habilidades de combate.
Vale a Pena?
Embora The Rising Tide não alcance os mesmos patamares narrativos do jogo principal, a jogabilidade ainda é muito divertida. O combate desafiador, a grande batalha contra o Leviatã e os novos poderes que adicionam ainda mais opções de combate oferecem uma experiência sólida, junto com o novo modo Portão de Kairos, que incrementa ainda mais a experiência de jogabilidade do jogo, pondo a prova o seu sistema de combate.
*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Square-Enix.
Notas do Jogo
Título: Final Fantasy XVI The Rising Tide
Descrição do jogo: Uma carta anônima chega ao Esconderijo contendo um pedido muito curioso: o Dominante de Leviatã, um Eikon da Água, precisa de resgate. Para atender a esse chamado, Clive e seus companheiros devem ir até Mysidia, uma terra escondida sob um céu azul, onde vão descobrir a trágica história de um povo esquecido.
Gênero: RPG e Ação
Lançamento: 18/04/2024
Produtora:SQUARE ENIX CO. LTD.
Distribuidora: SQUARE ENIX CO. LTD.
Nota
-
História - 7.5/10
7.5/10
-
Jogabilidade - 7.5/10
7.5/10
-
Gráficos - 7.5/10
7.5/10
-
Trilha Sonora e Som - 10/10
10/10
User Review
( votes)Veredito
Embora The Rising Tide não alcance os mesmos patamares narrativos do jogo principal, a jogabilidade ainda é muito divertida. O combate desafiador, a grande batalha contra o Leviatã e os novos poderes que adicionam ainda mais opções de combate oferecem uma experiência sólida, junto com o novo modo Portão de Kairos, que incrementa ainda mais a experiência de jogabilidade do jogo, pondo a prova o seu sistema de combate.
Vantagens
- Duas boas habilidades novas;
- Mysidia é linda;
- Desafios divertidos do Portão de Kairos para testar as novas habilidades;
- Luta contra o Leviatã é menos scriptada e mais jogada.
Desvantagens
- Secundárias continuam repetitivas e pouco criativas;
- Jill e Joshua são irrelevantes na história da DLC;
- Level design do mapa e das dungeons continuamm tendo corredores genéricos.
0 Comentários