Review | Tinykin


Por muitos anos, os jogos de plataforma serviram de pilar e o gênero preferido do mundo dos jogos. Com a transição de mundos 2D para o 3D, a indústria passou a desenvolver novos jogos com propostas mais mirabolantes e aos poucos o gênero foi perdendo espaço até quase que desaparecer nos grandes investimentos.

Lançado no dia 30 de agosto, Tinykin, desenvolvido pela Splashteam, surge em um mercado onde seu gênero não é mais tão aceito pela maioria, mas pode mostrar que ainda detém uma qualidade quase inerente do gênero, a diversão.

História

O universo do jogo se passa num futuro distante onde os humanos não se lembram mais do planeta de onde vieram. Você é o jovem Milodane, um humano e pesquisador habitante de um planeta distante que ativa um transportador experimental para descobrir as origens interestelares da humanidade. Ao usar o máquina, Milo acaba sendo transportado para o Planeta Terra e acaba ficando preso dentro de uma Casa, e o pior, o acidente acaba o reduzindo a uma escala em miniatura.

A casa abandonada parece presa nos anos 90 e é habitada por uma sociedade de insetos que cultuam uma divindade desaparecida, Ardwyn. Na queda, Milo conhece uma mariposa chamada Ridmi, que decide ajudá-lo a reconstruir a sua nave. Para isso Ridmi apresenta as criaturas chave do jogo, os Tinykin, uma raça de extraterrestres enigmáticas que respondem de uma forma única os comandos de Milo. Com a ajuda dos Tinykin, Milodane terá que reunir seis objetos dessa sociedade dos insetos da Casa e montar a máquina para se teletransportar de volta para casa.

Campanha

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Por incrível que pareça, a narrativa de Tinykin é gostosa de acompanhar. Contando com personagens simpáticos e divertidos, é interessante observar que qualquer um dos NPCs do jogo possuem linhas de diálogo engraçadas, mesmo que breves, tornando-os cada um único e ajudando na imersão proposta irônica e bem humorada do jogo.

É claro que por possuir pouca pretensão de se ter um enredo mirabolante e complexo, a narrativa de Tinykin não conta com nenhuma profundidade e motivação trabalhada no argumento do seu roteiro, tratando tudo de forma rasa. Tudo o que temos são micro histórias divididas em seis mundos onde teremos que resolver problemas dos insetos em troca dos objetos para a máquina.

No fim, pouco sabemos sobre algo mais profundo sobre Milo ou o universo do jogo, resumindo o roteiro com somente com um objetivo: reunir seis peças e vazar da casa.

Gameplay

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Para qualquer um que bater o olho, vai entender a principal inspiração de Tinykin, a franquia da Nintendo, Pikmin. Apesar de ambos usarem pequenos seres para nos ajudar a navegar por mundos e fases gigantes para prosseguir com os objetivos, eles possuem diferenças notáveis nas suas mecânicas. Enquanto Pikmin é um jogo de estratégia e gerenciamento de recursos (RTS), Tinykin é um jogo de plataforma que usa os bichinhos para resolver quebra-cabeças e acessar áreas para resolver problemas dos personagens.

Uma coisa a se destacar sobre o seu gameplay, Tinykin não possui em nenhum momento combate, suas mecânicas estão centradas em puzzles, desafios de plataforma e exploração.

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A única lógica principal envolvida para todas essas mecânicas é se você terá ou não Tinykins suficientes para lidar com obstáculos à sua frente que necessitam de números determinados de unidades destes bicinhos para serem solucionados. Contendo 5 tipos coloridos, cada um terá uma habilidade diferente e isso acaba que diversificando os desafios, que não são nada difíceis.

Os 5 tipos de Tinykin presentes no jogo são:

  • Rosa: Empurram e transporta, objetos;
  • Vermelho: Explodem objetos frágeis;
  • Verde: Amontoe para criar uma torre de Tinykin para escalar e acessar áreas mais altas;
  • Azul: Conduzem eletricidade entre os pontos;
  • Amarelo: Constroem rampas através de perigos e grandes lacunas.

Apesar de possuir desafios fáceis e simples, a movimentação de Milo é tão fluida que o jogo se torna aqueles games relaxantes onde você apenas desfruta de um jogo divertido despretensioso. Embora as mecânicas de Milo não sejam tão complexas, elas são boas de jogar. Milo pode planar usando bolhas com tempo limitado onde você pode flutuar por plataformas. Para atravessar os longos espaços da casa com um Milo em miniatura, você poderá usar um “sabonete” para usar de skate ou atravessar fios de seda que servem como atalhos para plataformas de prateleiras mais altas.

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Conforme relatado, os movimentos de Milo são rápidos e responsivos. Seja pulando, correndo, usando Tinykins diversos e planando, não enfrentei nenhum problema de resposta nos controles, como colisões irritantes e saltos ruins. Tudo isso acaba por passar uma satisfação ao jogá-lo e servindo como base para outra qualidade da sua proposta de gameplay, os mundos.

A Casa é a verdadeira estrela de Tinykin, contando com puzzles de cenário, nos obrigando a procurar Tinykins por seus espaços gigantes, subindo e descendo móveis, prateleiras, plantas, cordas, banheiras, gavetas e roupas dobradas e por não conter inimigos, acaba passando uma sensação gostosa explorar a casa em busca de segredos.

Gráficos

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Tinykin não contêm gráficos de jogos AAA, mas contêm dois tipos de gráficos que até lembra um pouco Paper Mario. Mesclando personagens 2D animados e desenhados a mão e cenários em 3D, a direção de arte acerta nessa mescla já que ajuda a representar a proposta de estarmos controlando um personagem em miniatura dentro de uma casa com cômodos largos e móveis enormes.

As fases passam por quarto, sala de estar, banheiro, cozinha, sala de jogos e sala de estudos. O jogo consegue usar bem a proposta de suas fases, já que as atividades que teremos que desempenhar em cada um destes cômodos conversam com a proposta de cada um, como uma cozinha onde teremos que ir em busca de ingredientes para fazer um bolo, remontar uma pista de carrinho na sala de jogos para resolver um conflito ou monta ruma discoteca com direito a espuma no banheiro. Nenhum dos mapas são gratuitos e possuem detalhes condizentes e criativos para representar cada cômodo sem perder a imersão de serem locais habitados com uma civilização atuante.

Trilha Sonora

A trilha sonora de Tinykin é composta por Alexis Laugier, responsável por músicas de jogos como Rayman Mini, have a Nice Death, Road 96, Octafight e etc.

Com uma trilha sonora tão alegre quanto sua proposta, o jogo apresenta faixas com a pegada de jogos de plataforma, ágeis e dinâmicas. Tudo isso sustentado por boas sonorizações de pulos, barulhos de NPCs, sons de objetos e etc.

O jogo não possui dublagem para português do brasil, mas possui legendas.

Vale a Pena?

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Tinykin é daqueles jogos fáceis, bobos e divertidos onde você nem vai perceber o tempo passando. Não sendo nem curto e nem tão longo, o jogo conta com uma duração de 4-5 horas de campanha.

Não contém uma grande proposta e nem vai ganhar premiações de melhor jogo independente de 2022, mas nem todos os jogos precisam desse tipo de aprovação para serem considerados legais e Tinykin mostra que é possível ter prazer ao jogar com um cara pequeno em uma casa enorme com nada além disso.

Notas do Jogo
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Título: Tinykin

Descrição do jogo: O Milo chegou à Terra e descobriu que é demasiado pequeno, que todos desapareceram e que não passou nenhum dia desde 1991! Junta-te aos misteriosos tinykin e usa os seus poderes únicos para criares escadas, pontes, explosões e muito mais! Encontra uma forma de voltar a casa numa metrópole minúscula e desvenda o maior mistério da Terra!

Gênero: Aventura, Arcade, Família

Lançamento: 30/08/2022

Produtora: Tinybuild LLC

Distribuidora: SplashTeam

COMPRAR

Nota
7.6/10
7.6/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 9/10
    9/10
  • Gráficos - 7.5/10
    7.5/10
  • Trilha Sonora e Som - 7/10
    7/10

Veredito

Tinykin é daqueles jogos fáceis, bobos e divertidos onde você nem vai perceber o tempo passando. Não sendo nem curto e nem tão longo, o jogo conta com uma duração de 4-5 horas de campanha.

Não contém uma grande proposta e nem vai ganhar premiações de melhor jogo independente de 2022, mas nem todos os jogos precisam desse tipo de aprovação para serem considerados legais e Tinykin mostra que é possível ter prazer ao jogar com um cara pequeno em uma casa enorme com nada além disso.

Vantagens

  • Belos designs de personagens e dos mundos;
  • Gameplay fluido e divertido;
  • Puzzles intuitivos;
  • Duração na medida certa.

Desvantagens

  • História muito simples;
  • Desafios muito fáceis;
  • Gráficos podem desagradar os mais exigentes;
  • Pouco conteúdo extra.

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.