Review | The Knight Witch


Nos últimos anos, estamos sendo bombardeado com uma quantidade quase interminável de jogos com propostas parecidas, entre um dos elementos mais presentes nestas produções está o gênero metroidvania. Com tantos exemplares espetaculares, bons e ruins, fica difícil se destacar no meio de tantas ofertas. Uma solução que algumas desenvolvedoras estão adotando é mesclar características de metroidvania com outros gêneros como soulslike, RPG e tantos outros. Indo no mesmo sentido, está The Knight Witch, um metroidvania misturado com elementos de shoot’em up e construção de decks.

The Knight Witch é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team e publicado pela Team17. O jogo foi lançado para Microsoft Windows, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S em 29 de novembro de 2022.

O jogo se passa em um mundo onde a magia e a tecnologia coexistem. O jogador controla Rayne, uma bruxa guerreira que deve usar suas habilidades mágicas para derrotar os demônios que invadiram seu mundo. O jogo apresenta uma variedade de níveis, cada um com seu próprio conjunto de desafios. O jogador também pode coletar diferentes tipos de armas e magias para ajudar a derrotar os inimigos.

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História

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A sociedade é governada por um clã da indústria Daigadai. Por muito anos a família investiu no progresso tecnológico em prol das pessoas, mas a ambição acabou corroendo a empresa, buscando o progresso a todo custo, custando o equilíbrio do meio ambiente. Estes atos provocaram a ira das pessoas, levando a uma guerra civil contra Daigadai, lideradas pelas Knight Witches. As Knight Witches são super-heroínas para os habitantes da cidade e obtêm sua força através da crença dos cidadãos nelas.

Uma guerra em níveis descontrolados das Knight Witches contra robôs da indústria Daigadai resultou na morte do patriarca e dono, o fim das indústrias Daigadai, a vitória das bruxas e uma explosão que provocou uma grande cratera no solo do planeta. Dentro da cratera, foi descoberta uma civilização antiga construída por gigantes que viviam em uma vila subterrânea.

Como o planeta não tinha mais como ser habitado dado ao nível de degradação a sociedade migrou para o subsolo do planeta e a humanidade decidiu se reconstruir com a liderança das Knight Witches.

Muitos anos se passam e a história te coloca no controle de Rayne, a quinta bruxa que acabou não conseguindo integrar ao time principal por não ser poderosa e talentosa o suficiente para se juntar às suas irmãs. A vila subterrânea passou por diversos anos de uma vida tranquila e de paz, mas acontecimentos rapidamente recaem no lugar e é revelado que o filho do patriarca Daigadai ainda vive e imbuído de um sentimento de vingança, acaba invadindo e destruindo o local, capturando cidadãos e separando as Knight Witches.

Sendo a única desconhecida das cinco, Rayne precisa agir pelas sombras consertando a infraestrutura de máquinas da cidade ao mesmo tempo em que derrota inimigos e chefes e com isso ficando cada vez mais forte.

Campanha

The Knight Witch se destaca pela importância que dá a sua narrativa. Apesar de algumas reviravoltas finais serem previsíveis, os desenvolvedores conseguem criar um conto de fadas alegre com momentos sérios quando necessário. A única desvantagem é o curto tempo de jogo, que às vezes resulta em desenvolvimentos abruptos na trama. No entanto, a narrativa se diferencia ao almejar algo fora do comum para o gênero.

A história, que nos minutos iniciais parece infantilizada, muito por conta de diálogos bobos, vai adquirindo complexidade à medida que avança, explorando questões mais sérias. As relações de Rayne com outros personagens são bem definidas e recíprocas. Ela recebe apoio emocional do marido e o protege, enquanto também segue ordens governamentais e conduz campanhas de marketing para fortalecer-se. Devido ao fato de Rayne obter poder através do agradecimento das pessoas, todos os NPCs têm relevância na trama.

A trama do jogo é carismática, especialmente ao detalhar grupos étnicos e a complexa relação entre Rayne e as outras Knight Witches. Essa profundidade contribui para manter o interesse e enigma, essenciais para a jogabilidade do jogo.

Gameplay

A jogabilidade de The Knight Witch é uma mistura de mecânicas, sendo parte metroidvania, bullet-hell shoot ‘em up e construtor de decks onde consegue se resolver muito bem, apesar dessa salada de elementos.

Os jogadores controlam Rayne que basicamente voa pelos cenários, como se fosse uma nave, se que no lugar é uma bruxa que conjura magias. Tal fato o destaca e o diferencia de outros jogos metroidvania, já que a parte vital das mecânicas do gênero são os desafios de plataforma, algo que não ocorre em The Knight Witch. Para compensar a falta desse fator, o jogo investe em inimigos desafiantes, uma confusão de tiros diferentes, teste de tempos e controle para esquivar tanto de disparos por todas as direções como lasers e espinhos que atuam como armadilhas de cenários.

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Falando sobre os cenários, geralmente o que se espera em um metroidvania são níveis menos lineares, com diversas passagens e muito backtracking, mas em The Knight Witch isso não ocorre, as passagens em sua maioria servem mais como atalhos do que descoberta de novas áreas, talvez dada pela sua natureza de uma movimentação com maior liberdade. Outro fato que a exploração do mapa tem só como propósito de buscar itens opcionais. O jogo carece de viagens rápidas entre os locais de save e um mapa com pontos de referência. Essa característica não chega a incomodar em um sentido geral, mas para jogadores amantes do gênero, essa ausência de uma exploração mais profunda pode decepcionar.

Combate e Sistemas

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Sendo o ponto de maior destaque e mais divertido, The Knight Witch se foca em elementos de “tiros de magia“, movimentação rápida e o uso de cartas mágicas.

Rayne pode tanto atirar automaticamente no inimigos mais próximo quanto tirar mais dano ao mirá-lo manualmente. O jogador terá grandes dificuldades se acabar se concentrando apenas nesse elemento de combate já que esses tiros são fracos e atingem uma distância pequena, forçando o jogador a usar os decks com cartas mágicas.

As cartas garantem ataques especiais tanto ofensivos quanto defensivos, desferindo tiros e explosões poderosas e escudos e formas para absorver danos. Aparecendo de forma aleatória, as cartas consomem uma quantidade numérica de mana ao serem usadas, que ao se esgotar, o jogador terá que derrotar inimigos ou quebrar objetos para recuperá-la e continuar usando as cartas dispostas no baralho.

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Um problema do sistema aleatório de disposição de cartas é que o jogador terá que queimar cartas e mana até conseguir usar a carta que você precisa para o momento, tornando seu uso caótico demais e pouco estratégico, transformando o fato de você construir do seu deck algo menos efetivo do que poderia ser, sendo jogado a sorte de um sorteio feito automaticamente pelo jogo.

Falando especificamente sobre as batalhas, The Knight Witch é sim um jogo difícil. Apesar do seu visual infantil e alegre, esconde uma dinâmica de combate frenética e punitiva. Primeiro pela quantidade de disparos feitos por uma horda de inimigos  variada, segundo pela barra de vida curta e terceiro pelos movimentos lentos de Rayne para desviar dos disparos.

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A confusão de inimigos e disparos para tudo quanto é lado é um dos melhores momentos de toda a experiência de gameplay de The Knight Witch, o encontro com chefes potencializa tudo com dinâmicas diferenciadas e desafiantes, mas como no seu início Rayne não dispõe de dashes, na maior parte do jogo, o jogador terá que apenas da sua habilidade de desviar de tiros com movimentação lenta e lidar com a aleatoriedade do sorteio de cartas.

Por muitas vezes, nem sempre habilidade de controle de desvios será o suficiente para desviar dos golpes, já que a quantidade de inimigos e disparos diferentes torna o ato de desviar algo impossível, nos forçando a prever onde o inimigo mais chato irá aparecer e derrotá-los antes dos menos trabalhosos surgirem. Para dominar o combate de The Knight Witch é demorado, mais pela demora do jogo nos entregar melhores ferramentas de batalha com novas movimentações e cartas do que culpa de alguma ineficiência do jogador.

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Rayne também dispõe de melhorias, as evoluções de Rayne se baseiam em um sistema de Link, baseado na gratidão da população. O jogador precisa explorar o mapa para conseguir salvar cidadãos, quanto mais resgatados, mais o LINK é fortalecido e com isso, mais habilidades vamos ganhando. A narrativa também participa desse sistema, implementando um criativo sistema onde Rayne realiza coletivas de imprensa onde coloca o jogador em uma difícil decisão, ao falarmos a verdade, podemos ter menos Links e ao mentir, ganhamos mais. Apesar dos jogadores acharem fácil a decisão de mentir para ficarem mais fortes, o jogo inclui uma punição, já que suas decisões nessas coletivas afetam positivamente ou negativamente a campanha.

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Quando conseguimos um novo nível de Link, Rayne poderá aumentar seus atributos de “Cavaleiro” ou “Bruxa” onde o primeiro aumentar taxa de tiro e janelas invulnerabilidade ao receber dano e o segundo permite expandir a quantidade de mana e o poder das cartas de magia.

Gráficos e Direção de Arte

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Acredito que neste ponto, é impossível não dizer que The Knight Witch possui uma direção de arte muito bonita e competente, com um estilo de arte estilizado desenhado à mão e bem colorido. Tanto personagens quanto as belas fases muito bem ilustradas, com backgrounds trabalhados, diversificados e cheios de detalhes com uma apresentação bastante agradável.

Trilha Sonora e Som

A trilha sonora é composta pelo espanhol Damian Sanchez, responsável por músicas de outros jogos como Tem Tem, Immortal Redneck e Rise & Shine. Apesar de divertidas e diversificadas, no geral as faixas não irão fixar na memória do jogador, mas cumpre bem o papel de embalar a campanha enquanto dita um tom mais frenético para as batalhas. 

O jogo não conta com dublagem, mas possui legendas em português do brasil, o que ajuda e muito na compreensão da história.

Vale a Pena?

Review The Knight Witch vale a pena

The Knight Witch é uma agradável surpresa com combate envolvente e desafiador, além de uma história simples que instiga a acompanhar a jornada de Rayne até o fim. Apesar de alguns problemas como picos de dificuldade, é uma recomendação para os fãs de bullet hell e metroidvania.

O jogo apresenta uma mistura intrigante de gêneros, combinando voos e combates em estágios, com ataques especiais únicos e progressão no estilo Metroidvania. A narrativa é cativante, mas muitos dos diálogos são bobos. Mesmo assim, o jogo é uma explosão e revitaliza o gênero shoot’em up. Para os entusiastas de jogos de tiro com combates intensos. A aventura dura cerca de 10-13 horas.

The Knight Witch oferece uma história básica, jogabilidade diversificada e gráficos atraentes. Embora não consiga um grande destaque nos gêneros que explora, o resultado ainda é uma boa combinação divertida, adequada tanto para fãs de um gênero quanto de outro.

Notas do Jogo
Review The Knight Witch ps5

Título: The Knight Witch

Descrição do jogo: É feitiço para todo lado! Enfrente inimigos malignos e escolha entre usar magia ou armas e sagacidade para dar conta do recado. Com potencial de voo, domínio de combate e magias que distorcem a realidade, as Bruxas Cavaleiras têm o total controle do campo de batalha!

Gênero: Ação, Tiro e Metroidvania

Lançamento: 29/11/2022

Produtora: Super Mega Team

Distribuidora: Team17 Digital Ltd.

COMPRAR

Nota
7.5/10
7.5/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 8/10
    8/10
  • Gráficos - 8/10
    8/10
  • Trilha Sonora e Som - 7/10
    7/10

Veredito

The Knight Witch é uma agradável surpresa com combate envolvente e desafiador, além de uma história simples que instiga a acompanhar a jornada de Rayne até o fim. Apesar de alguns problemas como picos de dificuldade, é uma recomendação para os fãs de bullet hell e metroidvania.

O jogo apresenta uma mistura intrigante de gêneros, combinando voos e combates em estágios, com ataques especiais únicos e progressão no estilo Metroidvania. A narrativa é cativante, mas muitos dos diálogos são bobos. Mesmo assim, o jogo é uma explosão e revitaliza o gênero shott’em up. Para os entusiastas de jogos de tiro com combates intensos. A aventura dura cerca de 10-13 horas.

The Knight Witch oferece uma história básica, jogabilidade diversificada e gráficos atraentes. Embora não consiga um grande destaque nos gêneros que explora, o resultado ainda é uma boa combinação divertida, adequada tanto para fãs de um gênero quanto de outro.

Vantagens

  • Boa combinação de gêneros;
  • Combate frenético e desafiante;
  • Cartas potencializam o gameplay;
  • Bela direção de arte.

Desvantagens

  • Diálogos bobos de personagens;
  • Sistema aleatório de cartas prejudica o ritmo dos combates;
  • Movimentação lenta no início atrapalha o jogador.

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.