Sendo um sucesso no Switch por unir características de jogos retrô com um visual inovador e ainda moderno, respeitando recursos visuais da época e ainda assim se manter único, Octopath Traveler foi sem dúvida um case de sucesso da Square-Enix, desenvolvido pelo mesmo time da série Bravely Default.
O jogo acabou sendo lançado apenas para Switch em 2018 e deixou muita gente, não proprietária do consoles da Nintendo com vontade de entender a razão do sucesso do JRPG. Em 2022, a empresa anunciou a sequência do jogo de sucesso, o Octopath Traveler 2, não só para o Switch, mas também para PS5, PS4 e PC.
Com a volta dos oito personagens com narrativas próprias, seu sistema de batalha elogiado, um compositor espetacular e prometendo melhorias no seu modelo HD-2D em uma fusão de pixel art retrô e 3D CG, teria como Octopath Traveler 2 dar errado?
[lwptoc]
História
Você está em Solistia, uma terra com dois continentes, oriental e ocidental, divididos pelo mar. É tempo de mudanças e avanços, onde grandes embarcações e comércios desbravam o mundo, impérios planejam expansões territoriais com o uso da força e novas tecnologias a vapor surgem para desenvolver economicamente sociedades em plenas mudanças culturais.
Em uma era tão movimentada, pessoas sonham com o estrelato nos palcos, outras idealizam um mundo com mais igualdade, príncipes com mais paz e harmonia, umas fogem da peste e da guerra, a igreja tenta lidar com hereges e umas só desejam o puro desejo da vingança.
Em um reino tão plural, acompanhamos oito personagens de diferentes origens e regiões de Solistia que se aventuram por desejos e missões pessoais distintas:
- Hikari Ku, The Warrior: Príncipe mais jovem do Reino de Ku. Sua nação está sempre em guerra e seu desejo é a pacificação para livrar seu povo do sofrimento. Uma cadeia de ações trágicas ocorrem e na esperança de trazer a paz para sua nação, Hikari embarca em uma jornada para reunir aliados e retomar seu reino.
- Agnea Bristarni, The Dancer: Moradora de um pequeno vilarejo no meio da floresta, Agnea é uma dançarina na taverna, mas possui um grande sonho e deseja se tornar uma estrela e trazer sorrisos para os rostos das pessoas.
- Partitio Yellowil, the Merchant: Com habilidades naturais desde criança para o negócio, Partitio é um hábil e talentoso comerciante e negociador. Depois de ver a ascensão e queda de uma cidade pioneira no ramo de mineração, ele testemunha de porte a pobreza e a fome e decide partir para uma jornada onde deseja trazer prosperidade para todos.
- Osvald V. Vanstein, The Scholar: Um estudioso na arte da magia, Osvald descobriu a fórmula matemática de uma magia muito poderosa. Condenado à prisão perpétua por ser acusado de assassinar sua esposa e filha, o condenado passou 1.879 dias preso em uma cela nas Terras Invernais. Sabendo o real culpado da tragédia que caiu sobre ele e a sua família, ele irá partir para a sua vingança pessoal e nem mesmo uma prisão de segurança máxima será capaz de pará-lo.
- Throné Anguis, The Thief: Uma ladra talentosa da Blacksnakes, uma guilda de ladrões e assassinos que controlam os bastidores de uma cidade nas sombras. Throné é diferente, criada em um ciclo de violência e traições, ela deseja escapar do cheiro de derramamento de sangue e parte para um jornada necessária para ganhar a sua tão almejada liberdade.
- Temenos Mistral, o Cleric: Inquisidor da igreja em Crestlands, Temenos é um clérigo incomum. Em uma noite, um trágico incidente ocorre na igreja e desperta nele diversas desconfianças de maquinações de sociedades hereges. Focado em descobrir e revelar os mistérios por trás de assassinatos em série, Temenos irá atuar como um legítimo detetive.
- Ochette, The Hunter: Pertencente a uma raça híbrida de humano e fera, Ochette é uma garotinha esfomeada que cresceu em uma tribo na ilha de Toto’haha. Apesar dos problemas de divisão territorial com humanos, a garota vive uma vida despreocupada caçando feras para alimentar sua vila. Em um dia uma calamidade invasora conhecida como “Noite da Lua Escarlate” desperta e lhe é conferida uma missão, reunir Criaturas Lendárias para salvar sua casa e o mundo.
- Castti Florenz, The Apothecary: Descoberta à deriva em um pequeno barco, Castti acorda e percebe que não se lembra quem é. As únicas coisas que ela sabe sobre si é seu nome em uma mochila cheio de anotações e itens para fazer medicamentos e suas habilidades impressionantes de boticário. Sabendo que ela precisa saber quem é com um sentimento de urgência crescendo em seu peito, ela parte para um jornada para recuperar as suas memórias e curar feridas.
É nesse mundo caótico, onde diversas coisas acontecem que os oito personagens se reúnem para perseguir suas motivações mais distintas e encontrar no outro o apoio para chegar nelas mais rápido.
Campanha
Como no anterior, é dado ao jogador a chance de escolher qual personagem ele deseja iniciar a aventura. Cada um dos oito possuem seus próprios arcos que são divididos por capítulos e partes que funcionam como subcapítulos. O jogo dá a liberdade ao jogador de escolher como ele quer seguir a campanha, se de forma solitária apenas cumprindo a campanha do personagem escolhido ou recrutando os outros personagens e consequentemente fazendo os próprios arcos narrativos de cada, se revelando um jogo não linear.
Por terem oito conteúdos diferentes de história com o seu próprio ritmo, algumas podem parecer mais bobas que outras, sendo mais ou menos interessantes, mas isso depende do perfil de jogador. Na minha experiência, acabei sendo surpreendido com o desenvolvimento de algumas histórias que pareciam menos inspiradas, como o da Agnea, Castti, Partitio e Ochette, que vão crescendo e acabaram despertando a minha curiosidade, revelando um domínio competente de condução narrativa.
É interessante notar que nenhuma das narrativas se repetem entre si, com cada uma tendo desfechos e percorrendo caminhos de roteiro distintos e originais com seus próprios vilões e motivações críveis mostrando um bom trabalho de escrita de background de personagens, não os tornando tão unidimensionais quanto um jogo do tipo poderia ser.
Acontece que um dos pontos mais criticados do primeiro jogo eram o fato da pouca sintonia entre a party, onde os personagens não tinham interações entre si e pouco participavam dos arcos narrativos um do outro, produzindo momentos estranhos de falta de coesão narrativa e uma falta de uma narrativa que abraçasse todos os personagens em um objetivo em comum além dos pessoais.
Em Octopath Traveler 2 isso meio que é atenuado, mas o jogo reafirma que o seu modelo narrativo será esse mesmo e cabe aos jogadores abraçarem a ideia ou abandonarem a franquia. Neste segundo jogo, foi criado um sistema chamado “Crossed Paths“, que são mini histórias que envolvem dois personagens. Geralmente as histórias combinam características e temas dos arcos dos dois aventureiros, gerando uma sinergia maior onde ambos precisam combinar personalidades e habilidades para cumprir missões como ajudar pessoas. O novo sistema ajuda estabelecer uma maior interação entre a sua party e são divertidas de fazer, mas a falta de objetivo comum é sentida por aqui também.
Faltando um fio unificador que reúne todas as narrativas em uma, Octopath Traveler 2 é um jogo de oito RPGs onde cada um precisa lidar tanto com uma catástrofe pessoal quanto social, mas o jogador que espera uma narrativa épica com a participação ativa dos oito com sinergias entre si e interações com diálogos que não sejam em conversas básicas e artificiais, pode se incomodar e se frustrar.
Gameplay
Por ser o segundo jogo da série, obviamente ele carrega todas as bases do primeiro jogo de 2018. Sendo um JRPG com batalhas por turno e encontros aleatórios, cada um dos oito personagens possuem Jobs, que são classes distintas com armas e conjuntos de habilidades únicos.
Antes de falar sobre detalhes dos combates, cada um dos personagens possuem um sistema chamado “Path Action“, que são habilidades individuais que são usadas em NPCs. Enquanto Hikari consegue lutar contra NPCs para adquirir habilidades diferentes, Partitio consegue negociar itens e recrutar mercenários temporários por um preço, Castti curar NPCs, Throné abater furtivamente e assim por diante.
O jogo conta com o famigerado sistema de encontros aleatórios. Ao se deslocar pelo mapa, entramos em batalhas de forma aleatória contra monstros, se você correr pelo cenário, mais encontros contra inimigos você estará suscetível a ter de enfrentar. Por mais que esse seja um jogo declaradamente inspirado em jogos nostálgicos da era 16 bits onde o sistema era presente, não consigo entender a razão do jogo de ainda não adotar inimigos visíveis no mapa, já que esse sistema também já era presente em jogos como na série Mana.
Partindo para o sistema de combate, pouca coisa mudou do primeiro jogo. São dispostos quatros personagens durante as batalhas. Centralizado na parte superior da tela, há a ordem dos turnos da party e de inimigos. Cada personagem pode atacar com vários tipos de armas diferentes, além de magias e skills próprias. Adotando o sistema de fraquezas, os inimigos possuem quadradinhos gráficos que representam as ordens dos tipos de ataque que são mais fracos (espada, lança, arco, cajado, magia e etc). Quanto mais fracos com um tipo de ataque, mas danos vão receber e mais rápido entrarão no estado de “Break“, que serve como atordoamento sinalizado com um escudo com um número que diminui a cada vez que é acertado por uma fraqueza. No estado de Break, o inimigo fica um turno sem realizar ação e com a defesa mais fraca.
Outra herança do primeiro jogo, nossos personagens possuem um sistema de “Boost“. A cada rodada de combate o personagem da party ganha um Battle Point (BP), sinalizado com um brilho vermelho. Quanto mais BPs somados, mais níveis de “Boost” conseguimos alcançar e mais vezes conseguimos atacar em um mesmo turno ou desferir ataques mais poderosos.
O segundo jogo traz um elemento novo é o Latent Power, uma barra circular que enche cada vez que tomamos dano de inimigos. Quando ela está cheia, podemos usar comandos únicos nos combates com habilidades poderosas cheias de efeitos adicionais como aumentar BP, aumentar magias ou usar itens sem serem consumidos.
Além de dinheiro e níveis ganhos em cada fim de encontro, conquistamos também os Job Points (JP). Os JP são pontos usados para conquistar novas habilidades. Você tem algumas habilidades disponíveis para adquirir, com habilidades passivas liberadas quando vocês desbloquear uma meta de skills.
O sistema de Jobs secundários retorna, onde você poderá definir um Job adicional a cada um dos personagens, não podendo se repetir entre os outros membros. O intuito é estimular e variar o uso de habilidades e estratégias diferentes de cada classe, incluindo mais variedade na experiência. Sobre os Jobs, acreditei que por ser um segundo jogo, seria bom conseguir repeti-los entre os personagens, proporcionando mais opções de liberdade para o jogador montar taticamente a sua equipe.
No que se refere a todos os elementos do sistema de batalha de Octopath Traveler 2, o jogo continua desempenhando brilhantemente a missão de diversão, dinamismo e elementos táticos que ajudam a estender a vida útil do jogo e que não o torna tão repetitivo, se livrando da possibilidade de cair em uma experiência enjoativa.
Sobre sua dificuldade, Octopath Traveler 2 não é um jogo fácil e nem tão difícil, mas isso depende da experiência do jogador em combates mais táticos. Os inimigos são desafiantes o suficiente para causar problemas para o jogador que esnobar cuidados, mas é nas batalhas contra chefes que seu sistema de combate brilha de verdade.
Podendo ser sozinhos ou acompanhados, os combates contra chefes são essencialmente a parte mais desafiante do jogo. O domínio do sistema de Boost, Break e Latent Power são muito importantes para conseguir sair com sucesso desses encontros. Os chefes presentes no capítulo 1 de cada personagem são mais fáceis por serem introdutórios, mas os próximos vão exigir um pouco mais de consciência estratégica e até mesmo grinding para serem superados. A forma que o jogo encontra de desafiar o jogador é colocar comparsas que atacam, buffam e debuffam enquanto o chefe maior pode atacar mais de uma vez no mesmo turno quando próximo de ser derrotado.
Falando sobre configuração da equipe, o jogo ainda conta com um sistema de troca de personagens do grupo inexplicavelmente engessada e ruim. Como no jogo de 2018, Octopath Traveler 2 não deixa trocar personagens durante as batalhas e só permite que você troque os membros da party nas tavernas presentes nas cidades, logo o jogador precisa sair das dungeons se quiser trocar os membros. Se mostrando uma decisão que prejudica a qualidade de vida do jogo. Outro problema é que os personagens não presentes no grupo não ganham experiência, apesar de ser uma medida para estimular o grind, ela acaba atrapalhando que o jogador use outros personagens, subutilizando uma parte importante que cada um representa como proposta de jogabilidade.
Falando sobre a exploração pelo mapa, a terra de Solistia é dividida em dois continentes, adicionando viagens de navio para trafegar pelo mapa e o bem-vindo “Fast Travel“. A locomoção pelo mapa funciona da mesma forma, longas seções com caminhos ramificados que levam a seções de passagens, dungeons, vilarejos e cidades. Nas passagens (o mapa) e nas dungeons apresentam levels do local para orientar o jogador sobre a dificuldade, onde acabam acompanhando o level médio da party do jogo para não deixar as coisas muito fáceis. Nos mesmos locais também contam com baús com itens e equipamentos, estimulando a exploração e descoberta de passagens escondidas.
Sobre as missões secundárias, elas também repetem tudo o que já foi feito na série. Dadas pelos NPCs, com tarefas simples de buscar determinado item, derrotar algum inimigo, ir a uma cidade e usar as Path Actions para realizar ações solicitadas. O jogo apresenta pouca evolução também nessa área, repetindo o mesmo modelo já feito. Outro fato que pode se tornar um problema para alguns, é que as descrições das secundárias são genéricas e para completá-las, o jogador pode ficar um pouco perdido, desestimulando que ele cumpra e acabe as esquecendo por não estarem sinalizadas no mapa.
Uma novidade substancial e interessante do gameplay é a adoção do ciclo de dia e noite. Podendo acontecer naturalmente durante o jogo ou ser acionado com o botão R2, o ciclo de dia e noite não é somente visual, mas afeta diretamente outros sistemas do jogo. O primeiro sistema afetado é a dificuldade, já que no período noturno, a taxa de encontros contra inimigos aumenta. O segundo é que cada personagem possui dois tipos de Path Actions, e elas mudam nas duas passagens de tempo, portanto algumas ações só podem ser tomadas no dia ou na noite. E a terceira é que NPCs mudam as suas posições e ações também na passagem de tempo, sendo vital durante a campanha ou na realização de missões secundárias.
Gráficos
Repetindo o mesmo visual gráfico que estabeleceu uma identidade visual para a franquia, Octopath Traveler 2 traz de volta a fórmula de dioramas, misturando sprites e pixel art com cenários 3D onde o jogador pode se mover seja no primeiro ou segundo plano. Com um visual apelando à nostálgica era 16 bits, apesar de todo o resto ter formas construídas no 3D, suas texturas são trabalhadas com pixels com movimentos de vegetações como árvores, arbustos, animais. O jogo brinca com a profundidade, deixando objetos no fundo ou fora de foco borrados, dando um efeito agradável e prazeroso.
O ponto de maior destaque ainda reside na iluminação dos cenários, sendo ainda mais valorizado agora com o ciclo de dia e noite. É bonito ver as sombras projetadas sob a luz de um lampião seja no chão ou nas paredes de cavernas, a luz da Lua se refletindo na água. O jogo também conta com efeitos no primeiro plano pra simbolizar poeira, vento, confete, luz solar e neve para dar uma sensação maior de profundidade.
Em comparação ao primeiro, Octopath Traveler 2 apresenta significativas melhoras no seu trabalho de texturas, apresentando um visual ainda mais caprichado e trabalhado, deixando o conceito visual do jogo ainda melhor que o antecessor em conjunto com os efeitos de iluminação que dão o charme necessário para o game. A câmera do jogo sofreu uma notável melhora, brincando com perspectivas e valorizando o gestual do personagens, fugindo da câmera de cima para baixo do anterior.
Os designs dos sprites dos personagens são ainda mais bonitos, com proporções corporais mais realísticas, mas de alguns inimigos continuam o ponto com menos melhorias. Apesar de haver inimigos novos, alguns do primeiro jogo se repetem e muitos deles são genéricos e pouco inspirados. Os chefes continuam brincando com o visual exagerado, com grandes tamanhos e mais detalhados, são bonitos, mas do mesmo nível já exibido no jogo de 2018, que não é ruim, mas que poderia ter ganho mais movimentos.
Trilha Sonora e Som
Mais uma vez, por ter feito um trabalho brilhante no primeiro jogo, Yasunori Nishiki retorna como compositor da trilha sonora e novamente entrega um trabalho incrível. Com inúmeras faixas com temas para todos os personagens, regiões como cidades, mapas e dungeons, momentos da narrativa, batalhas comuns e contra chefes, é difícil citar alguma que esteja abaixo em termos de qualidade.
Contendo um acervo impressionante e uma capacidade de direção louvável, cada música é cuidadosamente bem implementada respeitando momentos de tristeza, dramáticos, de aventura, batalha, emocionantes ou de alegria, impossível não louvar a competência da direção de musical do game e suas músicas agradáveis.
Uma avanço em comparação ao primeiro jogo, é que todas as falas no que compete a história são dubladas e a dublagem em inglês é um dos pontos mais altos do game. Com uma interpretação inspirada, o trabalho dos dubladores alcançou um novo patamar de qualidade, que não só reside nos personagens principais, mas se estende até em NPCs que participam desses segmentos da campanha. Com sotaques, falas pausadas, gritos e risadas, Octopath Traveler 2 impressiona, tornando um simples desenho pixelado em um personagem crível.
Infelizmente o jogo não possui nem dublagem e tampouco legendas para o português do Brasil, algo que se torna quase que regra em jogos da Square-Enix, mostrando que ela parece não valorizar tanto os jogadores brasileiros.
Vale a Pena?
Ressurgindo depois de um ótimo primeiro jogo, agora disponível em mais consoles, Octopath Traveler 2 assegura e reafirma o seu formato. Com oito histórias distintas que vão surpreendentemente se desenvolvendo de uma forma que prende o interesse do jogador, seja por motivações irrelevantes ou relevantes, ele mostra que não há sonho ou desejo alcançado sem uma grande aventura e percalços na trajetória.
Com um sistema de batalha maduro, o jogo repete a mesma fórmula do primeiro de 2018 e adiciona alguns novos elementos substanciais, mostrando que a franquia está motivada a evoluir com cuidado, sem se desgarrar da sua essência.
Seu aspecto visual ganhou uma notória melhoria, com uma iluminação ainda mais caprichada, ciclos de dia e noite que embelezam seus cenários mesclados de 2D e 3D, as cenas foram melhoradas com posicionamentos de câmera produzindo visuais ainda mais belos e valorizando sprites dos personagens que ganharam melhores proporções.
Outro aspecto artístico é a sua excelente trilha sonora e uma dublagem em inglês invejável, contribuindo e transformando momentos dramáticos, emocionais, batalhas e um simples passeio pelo mapa em ocasiões especiais, tornando sentimentos e climas ainda mais críveis, enriquecendo o universo.
Octopath Traveler 2 mostra a maturidade e segurança de seu formato, provando que a falta de uma narrativa forte que reúne um objetivo em comum é intencional, não se importando se isso acabar desagradando os jogadores e provando que seu enredo é sobre uma determinada foto de uma era, e seus personagens são representações sociais e culturais de uma sociedade em constante mudança.
Jogo analisado no PS5 com código gentilmente fornecido pela Square Enix.
Notas do Jogo
Título: Octopath Traveler 2
Descrição do jogo: Este é um novo jogo da franquia OCTOPATH TRAVELER, que teve o primeiro título lançado em 2018 e vendeu 3 milhões de cópias no mundo todo. Ele leva o visual HD-2D da franquia, uma mistura de arte retrô em pixels com 3D, para patamares ainda mais altos. No mundo de Solistia, oito novos viajantes adentram uma nova e empolgante era. Aonde você irá? O que você fará? Quais histórias você viverá? Você pode trilhar o caminho que quiser. Embarque em uma aventura só sua.
Gênero: RPG
Lançamento: 24/02/2023
Produtora: Square-Enix
Distribuidora: Square-Enix
Nota
-
História - 8/10
8/10
-
Jogabilidade - 8/10
8/10
-
Gráficos - 9/10
9/10
-
Trilha Sonora e Som - 10/10
10/10
Veredito
Ressurgindo depois de um ótimo primeiro jogo, agora disponível em mais consoles, Octopath Traveler 2 assegura e reafirma o seu formato. Com oito histórias distintas que vão surpreendentemente se desenvolvendo de uma forma que prende o interesse do jogador, seja por motivações irrelevantes ou relevantes, ele mostra que não há sonho ou desejo alcançado sem uma grande aventura e percalços na trajetória.
Com um sistema de batalha maduro, o jogo repete a mesma fórmula do primeiro de 2018 e adiciona alguns novos elementos substanciais, mostrando que a franquia está motivada a evoluir com cuidado, sem se desgarrar da sua essência.
Seu aspecto visual ganhou uma notória melhoria, com uma iluminação ainda mais caprichada, ciclos de dia e noite que embelezam seus cenários mesclados de 2D e 3D, as cenas foram melhoradas com posicionamentos de câmera produzindo visuais ainda mais belos e valorizando sprites dos personagens que ganharam melhores proporções.
Outro aspecto artístico é a sua excelente trilha sonora e uma dublagem em inglês invejável, contribuindo e transformando momentos dramáticos, emocionais, batalhas e um simples passeio pelo mapa em ocasiões especiais, tornando sentimentos e climas ainda mais críveis, enriquecendo o universo.
Octopath Traveler 2 mostra a maturidade e segurança de seu formato, provando que a falta de uma narrativa forte que reúne um objetivo em comum é intencional, não se importando se isso acabar desagradando os jogadores e provando que seu enredo é sobre uma determinada foto de uma era, e seus personagens são representações sociais e culturais de uma sociedade em constante mudança.
Vantagens
- Personagens cativantes;
- Arcos narrativos prendem a atenção do jogador;
- Sistema de batalha adiciona novidade que contribui para aspectos táticos;
- Desafio na medida e bons combates contra chefes;
- Trilha sonora espetacular;
- Dublagem em inglês superar as expectativas;
- Direção artística charmosa e bonita.
Desvantagens
- Ausência desenvolvimento de uma história geral que sirva de elo para o grupo;
- Interação da party continua artificial, apesar de melhoras nesse sentido;
- Inimigos repetidos do primeiro jogo e baixa variedade;
- Sistema de encontros aleatórios poderia ter sido revisado;
- Defeitos na qualidade de vida do jogador do primeiro jogo se repetem aqui.