Review | Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai


Lançado em 1991, o anime inspirado pela série famosa de RPGs no Japão, Dragon Quest, Fly, o Pequeno Guerreiro estreou no Brasil foi exibida pelo SBT entre 1996 e 1997. Se tornando um grande sucesso, acabou virando um dos animes mais populares daquela época. Com cerca de pouco mais de 40 episódios, o anime acabava bem antes do seu fim, e muitas crianças ficaram sem saber como terminava.

Em 2020, a Toei Animation produziu um remake da série, que foi exibida no Japão de 2020 a 2022, com um total de 100 episódios chegando até o final. O remake era fiel ao mangá original, e contava com animação de alta qualidade e um elenco de voz de primeira linha.

Decidida fazer um jogo do remake, a Square Enix, Game Studio e Kai Graphics anunciaram Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai, um jogo de RPG de ação baseado na série de mangá e anime Dragon Quest: The Adventure of Dai, de Riku Sanjo e Koji Inada.

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai será lançado para PlayStation 5, Nintendo Switch, PlayStation 4, Microsoft Windows e Xbox Series X/S em 28 de setembro de 2023.

[lwptoc]

História

Nos primórdios, três raças que habitam o mundo de fantasia de Dragon Quest – humanos, dragões e Darklings – se uniram para criar um ser supremo capaz de proteger a Terra das forças das trevas, o Cavaleiro Dragão, um ser muito poderoso que surgiria de tempos em tempos na história.

Nossa história começa na Ilha de Dermline, um lugar remoto habitado por monstros amigáveis onde um jovem vive junto de seu avô adotivo, Brass, um herói lendário. O jovem se chama Dai e seu maior sonho é se tornar um grande herói.

Em um dia, todos os monstros pacíficos da ilha começam a ficar violentos, isso sinaliza a ressurreição de Hadlar, o Lorde das Trevas. Brass decide salvar Dai e prepara um barco para que ele fuja, mas um homem e seu pupilo, se tratam de Avan e Popp. Avan lança um poderoso feitiço e consegue banir o mal na ilha e protegê-la de Hadlar.

Avan é um lendário herói e se apresenta como tutor de heróis, ele nos avisa que o mundo inteiro está em perigo com o retorno de Lorde das Trevas, e conforme solicitado pela família real Papnica, ele treinaria Dai durante uma semana em um treinamento especial difícil.

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Treinando não só magia, Dai aprende combate corpo a corpo e esgrima, tendo uma grande evolução nas suas habilidades. No último dia de treinamento algo terrível acontece e Hadlar invade a ilha. À procura do seu algoz, Hadlar quer se vingar de Avan, o responsável por sua morte. Os dois travam uma batalha, mas o Lorde das Trevas retorna muito mais forte e supera Avan, se vendo sem alternativas de vitória, o lendário herói decide se sacrificar para tentar salvar os seus pupilos e conjura uma magia de kamikaze que leva a sua vida chamada Megante. Os dois explodem, mas logo descobrimos que tal sacrifício foi em vão e Hadlar logo surge.

Dai consegue quebrar o feitiço de proteção deixado por Avan e imbuído de coragem e determinação, luta com Hadlar. Na batalha, Dai desperta a Marca do Dragão e se revela como o lendário Cavaleiro Dragão. Desferindo o poderoso ataque de seu mestre, Hadlar é atingido pelo Avan Strash de Dai e perde os dois braços. Assustado com a força do garoto, o vilão foge, jurando vingança.

É com essa soma de acontecimentos que Dai e Popp decidem vingar a morte de seu mestre Avan e saem em uma jornada para salvar o mundo das forças do mal, mas também conhecer a sua origem e superar os seus limites onde no caminho encontrarão diversos novos amigos.

Campanha

review Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai narrativa

Em suma, a campanha se sustenta quase por inteiro por quadros estáticos sequenciais tiradas da nova versão do anime. O jogo se divide por capítulos onde cada subcapítulo acontece por locais presentes no mapa onde escolhemos o seu ícone e acessamos.

Apesar da história ser nostálgica, ela não se destaca muito pela criatividade ou por decisões inteligentes de roteiro. Sendo shonen, a história adota uma linguagem mais infantil e menos madura, refletindo nas decisões bobas que um anime do gênero carrega, mas também ganhando em personagens carismáticos, como o Popp, que possui o melhor arco de crescimento da campanha. Mas o maior defeito de Infinity Strash é que ele não cobre o anime inteiro, terminando de forma totalmente abrupta e deixando a dúvida se haverá alguma continuação.

Gameplay

review Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai combate

Confesso que é até difícil dizer que Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai seja um jogo de RPG, apesar de se definir como um. No jogo existe três tipos de quests:

  • História: Contendo tanto combates quanto plot da narrativa;
  • Free: São sidequests onde você precisa passar por um campo de monstros até derrotar o chefe;
  • Aventura: Partes narrativas onde assistimos quadros presentes do anime.

Essa estrutura de quests é a base de funcionamento da campanha e gameplay do Infinity Strash e também o seu maior problema. Quando digo que acho complicado defini-lo como um RPG reside no fato que o jogo quase não tem gameplay, parecendo mais um game narrativo.

As partes de história são tão numerosas, demoradas e extensas que você passa a maior parte do tempo assistindo cenas em quadros sequenciais do anime do que jogando, frustrando qualquer um que queira jogar a aventura ao invés de apenas ter uma participação especial em combates chave.

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Indo para o pouco do gameplay, onde em suma participamos de combates principais contra os chefes e de vez em quando somos jogados em dungeons e mapas muito curtos onde temos que lutar contra monstros espalhados pelo cenário, seguindo um corredor linear com nenhuma exploração.

As batalhas contra chefes é uma das poucas chances de diversão que o jogador terá. Funcionando como um RPG de ação, podemos atacar com combos normais, desviar de ataques, usar itens e desferir ataques especiais diversos. Podendo escolher quatro habilidades especiais, elas geralmente são magias mais fortes que possuem o cooldown, um tempo de espera onde são carregadas até poderem ser usadas novamente. Três habilidades possuem cooldown, o ataque mais devastador do R2 (Coup de Grâce) precisa encher uma barra que fica abaixo do HP do personagem e um efeito diverso é acionado com o L2. Todos estes ataques podem ser melhorados com o uso de itens ganhos nas quests.

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Enquanto Dai ativa a sua Marca do Dragão que se enche aos poucos conferindo mais dano em seus ataques usando o L2, Popp consegue acelerar o cooldown das suas magias mais fortes, Maam recarrega a sua pistola mágica e Hyunckel ativa a sua armadura especial. O jogo permite jogar com até quatro personagens por batalha e que podem ser trocados livremente, possuindo também habilidades especiais únicas.

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Outra mecânica chave da sua jogabilidades são os “Bond Memories”, espécies de cartas especiais ganhas no jogo que conferem ganhos nos status, possuindo seis slots que vão sendo desbloqueados na medida que vamos aumento de nível. Estas cartas também podem sofrer upgrades usando itens de melhoria.

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Pra tentar suavizar a quase completa ausência de chances de gameplay, o jogo possui o Temple of Recollection, uma espécie de dungeon onde lutamos contra diversos inimigos que conhecemos durante a narrativa principal e ganhamos novos “Bons Memories” e itens exclusivos. O nível muda assim que vamos avançando. Na dungeon o nível de dificuldade escolhido pelo jogador não é afetado, representando a única chance de algum desafio no gameplay.

Os combates da narrativa são divertidos, mas tenho a sensação que pelo fato de passarmos tanto tempo vendo cenas da história que quando chega no gameplay, o jogador tá ávido por um pouco de ação. Algumas batalhas possuem objetivos diferentes, como acertar núcleos, sobreviver por um período de tempo, pisar em círculos para conjurar magias e etc.

Gráficos e Direção de Arte

review Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai campanha

Os gráficos de Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai seguem o estilo artístico do novo anime. Usando um visual colorido, não chega a chamar atenção pela qualidade, mas também não vai incomodar muito.

Possuindo problemas de texturas em cenários e objetos, o maior problema dos seus visuais não é tanto a sua qualidade, mas sim nas poucas vezes em que ele é usado.

Usando muitos quadros, 80% do jogo vemos imagens estáticas que foram tiradas do anime e aplicado um filtro amarelado ruim. Em algumas partes mais importantes, existem cenas da narrativa usando gráficos do jogo e são um dos poucos momentos bonitos do gameplay.

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Fica claro que a péssima decisão foi feita para cortar custos de produção e acelerar o desenvolvimento, mas isso acabou prejudicando toda a experiência visual do jogo.

Trilha Sonora e Som

A maiorias das faixas são tiradas também da nova versão do anime, possuindo todo o clima de aventura com muita orquestra, a trilha do jogo é bonita, mas também não vai impressionar muito e tampouco se apresenta marcante.

O jogo não possui legendas e localização em português do Brasil e a dublagem presente é feita apenas em inglês e japonês.

Vale a Pena?

review Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai vale a pena

Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai é um retrato do atual momento da Square-Enix. Jogos pequenos com baixo investimento que se reflete em boas ideias prejudicadas pela limitação de orçamento e cuidado com o material.

Ideal para quem deseja reviver e relembrar a trama principal da narrativa e complementar com partes que não estavam presentes na versão de 1991, o jogo serve para fãs nostálgicos e sem tempo que desejam ver o anime novamente, mas não tem tanto tempo para assistir a nova versão.

Com um gameplay escasso, a maior parte do tempo vemos cenas estáticas do anime enquanto o jogador deseja desesperadamente jogá-lo ao invés de assisti-lo. Não existe exploração, apenas lutamos em combates chaves, tornando-se um jogo mais narrativo do que um RPG de ação.

*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Square-Enix.
Notas do Jogo
review Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai ps5 boxart

Título: Infinity Strash: Dragon Quest: The Adventure of Dai

Descrição do jogo: O lendário mangá e anime DRAGON QUEST The Adventure of Dai chega como um emocionante RPG de ação! Reviva os eventos do anime em INFINITY STRASH assumindo o comando de Dai e dos Discípulos de Avan na luta contra o Dark Army! Já faz muitos anos que o Herói restabeleceu a paz na terra... Em um mundo atormentado pelas forças do mal, um espadachim e seus companheiros partem para derrotar Hadlar, o Dark Lord. Em uma ilha isolada nos mares do sul, um garoto chamado Dai vive entre os monstros e anseia por se tornar um herói um dia. Tudo muda quando o Dark Lord ressurge. Com o mundo enfrentando uma nova crise, Dai faz uma promessa ao seu mentor, encontrar novos amigos e, aos poucos, descobrir mais a respeito de seu próprio destino inevitável... Este é o início da aventura de Dai e sua jornada para se tornar um verdadeiro herói!

Gênero: RPG

Lançamento: 28/09/2023

Produtora: Square Enix

Distribuidora: Square Enix

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Nota
6.4/10
6.4/10
  • História - 5/10
    5/10
  • Jogabilidade - 6.5/10
    6.5/10
  • Gráficos - 7/10
    7/10
  • Trilha Sonora e Som - 7/10
    7/10

Veredito

Infinity Strash Dragon Quest The Adventure of Dai é um retrato do atual momento da Square-Enix. Jogos pequenos com baixo investimento que se reflete em boas ideias prejudicadas pela limitação de orçamento e cuidado com o material.

Ideal para quem deseja reviver e relembrar a trama principal da narrativa e complementar com partes que não estavam presentes na versão de 1991, o jogo serve para fãs nostálgicos e sem tempo que desejam ver o anime novamente, mas não tem tanto tempo para assistir a nova versão.

Com um gameplay escasso, a maior parte do tempo vemos cenas estáticas do anime enquanto o jogador deseja desesperadamente jogá-lo ao invés de assisti-lo. Não existe exploração, apenas lutamos em combates chaves, tornando-se um jogo mais narrativo do que um RPG de ação.

Vantagens

  • Combate divertido;
  • Opções boas de builds;
  • Ideal para quem deseja relembrar a história;
  • Bons desafios no Temple of Recollection.

Desvantagens

  • Mais um jogo narrativo do que um RPG de ação;
  • Não cobre o anime inteiro, terminando de forma abrupta;
  • Assiste muito mais do que joga;
  • Usadas imagens estáticas com filtro ruim ao invés do próprio anime.
  • Texturas de cenários e objetos ruins;
  • Looping de gameplay entediante.

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.