Review | Far Cry 6


Permeada por pesadas críticas e vendas baixas nas suas produções lançadas de games, a Ubisoft decidiu sabiamente adiar diversos jogos que estavam sendo desenvolvidos. Eles alegaram que para melhorá-los a ponto de proporcionar “experiências ideais”, era imperativo que seus games precisariam de mais tempo de aprimoramento. Nessa época, Far Cry 6 ainda não tinha sido anunciado, mas sabemos que a onda de críticas sobre seus jogos também afetou o desenvolvimento de Far Cry 6.

Em julho de 2020 a Ubisoft anunciou finalmente Far Cry 6, com grandes expectativas de mudanças, mesmo que mínimas, em sua fórmula já conhecida por conta das críticas. Infelizmente por conta da pandemia do coronavírus o jogo teve que sofrer um adiamento para entregá-lo na forma mais “pronta” possível.

O mercado queria grandes mudanças substanciais na sua forma, fãs pequenas melhorias e alguns apenas um jogo divertido com muitas horas de gameplay. Quais dessas expectativas a Ubisoft resolveu atender? Vamos descobrir.

História

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Situada em uma ilha fictícia do Caribe, a história se passa em Yara. Um paraíso tropical inspirado em Cuba, Yara se vê parada no tempo vivendo sob uma ditadura militar governada pelo El Presidente, o temível Anton Castillo e o futuro sucessor, seu filho, o Diego Castillo.

O ditador foi se esgueirando pela política de Yara até conquistar o posto de ditador enganando os yarenses com uma suposta nova descoberta da medicina e o principal produto econômico do país, o Viviro. O Viviro é um remédio capaz de curar o câncer e é feito a partir de uma mutação artificial da folha de tabaco na qual é retirado uma toxina que age em outras áreas do plantio e com isso é possível modificar outras mudas. Acontece que essa toxina é letal para quem entra em contato com ela e Anton Castillo usa a força de trabalho escravo nessas plantações, os “falsos yarenses”, que são os cidadãos que não apoiam o regime.

Como todo regime militar, os dissidentes são mortos, torturados e sequestrados e com isso surgem grupos de resistência e revolucionários contrários ao governo que lutam para derrubar Anton Castillo e é aí que entrará você.

Você assume o controle de Dani Rojas (que pode ser um homem ou mulher, dependendo da sua escolha). Dani Rojas é um ex-militar que se torna um guerrilheiro após seus amigos serem mortos em uma ação do regime e seu plano de viver o sonho americano nos EUA der errado. Você conhece a líder do grupo de guerrilha, a Clara García e com ajuda do experiente Juan Cortez irão juntar forças para derrubar líderes locais e apoiadores de Anton Castillo em regiões de Yara para enfraquecer sua força e derrubar o ditador.

Campanha

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A narrativa do jogo funciona de forma parecida com o modelo de Far Cry 5. O jogo divide seu mapa por 4 regiões (Madrugada, Valle de Oro, El Este e a última, Esperanza) onde você terá que ajudar grupos de resistência locais a derrubar um aliado de Castillo que controla a região. O jogo não te força a seguir uma ordem especifica e você pode fazer múltiplas missões das regiões de forma simultânea se quiser, mas eles deixam uma baliza de ranques, que servem como se fosse níveis de dificuldade, para orientar o jogador onde seria mais fácil começar a sua jornada.

O jogo começa da mesma forma que Far Cry 3, você fugindo de uma situação inesperada com o jogo te apresentando a estrela maior da narrativa, o vilão. Anton Castillo foi recém-eleito após a ilha de Yara sofrer um grande bloqueio comercial e afetar a sua economia. O vilão, como sempre na franquia, possui uma personalidade forte e inspirada em líderes populistas e autoritários com um forte apelo nacionalista. Esse discurso se reflete nas característica fascistas e ditatoriais separando a população da ilha em dois grupos, yarenses (contra o regime) e os “verdadeiros yaranos” (apoiadores do regime).

O jogo, em todos os lugares, faz questão de mostrar para o jogador as características e efeitos de regimes desse tipo, com privação de liberdades individuais, forte presença militar, foco em poderio bélico, apropriação de empresas privadas e plantações, trabalho escravo, fome, pobreza, mídia controlada e divisão de população.

Acontece que o problema da sua narrativa reside na falta de seriedade em diversas situações, apesar de ser uma característica do roteiro dos jogos da Ubisoft, o jogo em nenhum momento resolve abordar de forma mais profunda questões complexas como regimes ditatoriais. O jogo se apresenta mais corajoso visualmente para mostrar a crueldade das situações, mas tímido demais para expor na sua narrativa e gerar algum debate ou reflexão. O roteiro reflete essa falta de seriedade criando por muitas vezes personagens cômicos e espalhafatosos, transformando toda uma proposta em caricatura de temas sérios e deixando a narrativa aquém de grandes momentos.

Dani Rojas é somente um(a) guerrilheiro(a) que queria fugir do regime, decide sem mais nem menos se aliar a Clara Garcia, da Libertad e vira o punho da resistência reunindo aliados locais, derrubando líderes do regime para enfraquecer o controle de Castillo. Sua atuação na história é somente protocolar e segue a tradição de protagonistas esquecíveis da franquia.

As missões versam entre momentos urgentes e outras sem propósito com o todo, seguindo o modelo de saquear locais, enfraquecer o domínio do líder da região destruindo fazendas de Viviro e sempre terminando no seu assassinato para entregar o controle para o grupo de resistência daquela região.

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Um dos raros momentos onde a narrativa volta ao seu foco são nas cenas onde Anton Castillo protagoniza com o seu filho confuso, Diego. É interessante observar a relação problemática de pai e filho, onde o líder tenta de forma amorosa e ao seu jeito, moldar o seu sucesso para a cadeira de comandante de Yara. Acontece que o vilão não tem um conflito com o protagonista, causando um distanciamento no sentido de perigo que o vilão deveria proporcionar. Anton Castillo não é um bom vilão por causa do seu roteiro e sim por causa da brilhante interpretação de Giancarlo Esposito.

Gameplay

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Nessa etapa de mundo, acredito que todos que chegaram nesse review já conhecem todas as mecânicas e como funciona a franquia Far Cry. Um jogo de mundo aberto, shooter em primeira pessoa com elementos de RPG, mecânicas de stealth onde o jogador pode evoluir o personagem com melhorias de status e habilidades e recheado de intermináveis missões principais e secundárias. Este é o Far Cry 6.

Em primeiro momento os jogadores se verão mais uma vez bem familiares com o “novo” jogo, agradando muito quem já é apaixonado pela franquia e chateando outros que esperavam grandes mudanças na sua essência. O jogo te dá uma gama gigante de armas e as missões se concentram na criativa premissa de “invada e mate todos”, o foco do seu gameplay se concentra em te dar diversas ferramentas para passar inimigos das formas mais diferentes possíveis, sempre invadindo alguma base, posto, instalação, fábrica, hotel e etc. O que para alguns pode se tornar um jogo muito divertido, para outros se torna repetitivo, já que sua mecânica de gameplay é a mesma de sempre.

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No gigantesco mapa repleto de pontinhos e símbolos que representam uma infindável constelação de missões, a maioria se resume a “mate todos e conquiste a base”, “ajude amigos da Guerrilha dos soldados da FND” ou “mate todos e pegue o baú com novos equipamentos”. Existem outras missões secundárias como participar de corridas, ir à caça ao tesouro e matar animais “lendários”, mas como o jogo se repete muito, falta paciência para o jogador aproveitar outras atividades.

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Por ter um mapa extenso, antigamente o jogo te dava mais liberdade para deslocar, com a possibilidade de usar veículos aero motores, em Far Cry 6 eles também existem, mas o jogo na mania de criar tarefas secundárias, criou as bases com armas antiaéreas para força o jogador a ir em mais vários pontinhos do mapa a fim de derrubá-los e conseguir trafegar pelo espaço aéreo de uma área delimitada sem o perigo de ser derrubado por um míssil. Com isso, acaba forçando o jogador a ter que percorrer longas distâncias no chão, seja com veículos terrestres com condução impraticável em terrenos irregulares ou usar cavalos, que são os mais práticos meios de locomoção, mas não conseguem ainda pular de penhascos, que em muitos mapas são de maior número. Resumindo, deslocar pela ilha de Yara é monótono e pouco prático, já que além dos meios de transporte sofrerem limitações, os soldados da FND estão presentes até no meio do nada, para deixar o seu deslocamento que já é complicado, mais difícil.

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Falando na sua principal mecânica, o tiroteio, Far Cry 6 continua sendo muito divertido na sua proposta. Com diversas armas sendo utilizadas, mas com diferenças pouco sentidas dentro da mesma categoria de arma, o jogo vai agradar amantes de shooter, mas por arranhar apenas a superfície em comparação a jogos mais focados, pode se tornar meio repetitivo depois de algumas horas. A IA de inimigos não sofreu melhorias e continua a mesma de jogos anteriores. Os inimigos continuam com a incrível mira sniper, onde possuem um aproveitamento de 100% nos tiros, conseguindo te atingir a vários metros de distância em movimento.

No stealth, o jogo continua com um bom trabalho, mas também só arranha a superfície, contando com diversos problemas de IA e situações irritantes como você no meio de uma base, ter perdido minutos matando soldados de forma furtiva e do nada aparecer um NPC aleatório da guerrilha no meio da base e chamar a atenção de todos os soldados, prejudicando o seu gameplay. Ou quando você está quase limpando a área e faltando poucos soldados para matar e aparecer um helicóptero da FND instantaneamente fazendo rondas e te atrapalhando. São situações como essas, que para um jogo que já é repetitivo vai perdendo pontos aos poucos durante o gameplay e irritando o jogador mais furtivo.

O jogo conta com acampamentos que servem como bases de operações da Guerrilha onde nosso personagem Dani Rojas pode dar uma pausa e interagir com NPCs, construir instalações, comprar armas e mandar assassinos em viajens para procurar recursos ou novas armas.

Depois de um tempo da campanha, o jogo libera um modo cooperativo. Trata-se de missões específicas divertidas onde você pode jogar com amigos ou até mesmo sozinho se preferir. Ao fim dessas missões em mapas com objetivos únicos, você ganhará novas armas inéditas.

Parças

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A primeira novidade de Far Cry 6 é a mecânica dos Parças. Os parças se tratam de animais que te seguem durante por Yara. São sete parças que variam de jacarés, cachorros, onça e galo de briga. Cada parceiro possui características e habilidades únicas que podem receber upgrade e que irão te proporcionar versatilidades de gameplay. Enquanto uns servem de distração para te ajudar na furtividade, outros ajudam no combate aberto, marcação de inimigos e etc. Na minha experiência de gameplay, achei uns úteis (como o Chorizo) e outros mais atrapalham que ajudam, como o jacaré chamado Guapo, que chama muito atenção dos guardas, os alertando antes do momento correto.

Equipamento, Armas e Supremo

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Em Far Cry 6, houve uma mudança substancial na forma como evoluímos o personagem. Sai de cena as árvores de habilidades e entra os equipamentos. No jogo os equipamentos são equipados em 5 partes (cabeça, tronco, calças, pés e pulso) e cada um concede efeitos especiais como correr mais rápido, aguentar mais tipos específicos de balas, chamar menos atenção de inimigos e etc. Se para alguns incomodados com árvores de habilidades seja uma mudanças benvinda, para mim estragou um pouco a diversão de evoluir o seu personagem com base no seu modelo de jogo. Agora, você terá que percorrer longos trajetos pelo mapa à procura de baús nos lugares mais aleatórios possíveis para conseguir achar na sorte a melhoria que você precisa para o seu gameplay, você não consegue mais moldar o seu personagem com uma simples escolha de habilidades, você precisa ter a sorte de achar um equipamento que faça aquilo que você precisa na sua experiência.

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Sobre as armas, o jogo agora concede uma bancada de melhorias, onde você pode alterar peças das armas com os recursos que você coleta no mapa. Da mesma forma que os equipamentos, muitas armas você consegue coletando em baús. Existem as chamadas “armas de gambiarra”, que são armas criadas que podem ser o Tostador (um lança-chamas que alcança distância maiores), La Clavadora (lança um projeto grande que empala inimigos) e uma espécie de lançador de CDs que emite uma música enquanto você mira com ele.

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A maior novidade nesse quesito é o Supremo, que se trata de uma espécie de mochila tecnológica. Cada uma possui habilidades diferentes como atirar uma chuva de mísseis em vários inimigos, lançar uma gás venenoso que faz os inimigos se atacarem, outro que paralisa o funcionamento de tanques, caminhões e sistemas de segurança e etc. É uma das poucas mudanças que o jogo propõe e que se tornam divertidas e úteis durante o seu gameplay, já que cada Supremo pode ter uma configuração de itens disponíveis para você usar como usar bolinhas de tênis para atrair inimigos, granadas, PEMs, coquetel molotv, bombas adesivas explosivas ou de eletricidade e etc.

Gráficos

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Como sempre, se existe algo em que os jogos da Ubisoft se destacam é sua direção artística e construção de cenários. Yara é plenamente inspirada por Cuba e paraísos tropicais e isso se reflete em toda a Yara. Com florestas verdejantes com muita fauna, terrenos enlameados, pântanos, montanhas com muita flora e uma bela costa recheada de belas praias, é o jogo que mais se aproxima do inesquecível mapa de Far Cry 3, mas deixa claro a sua unicidade. Carros claramente inspirados nos famosos clássicos de Cuba desfilam pelas estradas, cidades e vilarejos com arquitetura saídas de países latino americanos, yarenses e yaranistas refletem seus costumes. Tudo isso servem de ferramentas para explicitar a proposta da sua narrativa estampada no seu universo, sem dúvida não há do que reclamar sobre a imersão cultural dos jogos da Ubisoft.

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Seu problema reside em gráficos abaixo do esperado para a nova geração, com texturas ultrapassadas e que não contribuem com o todo. Animações de animais, objetos e NPCs robóticos quebram o bom trabalho de imersão, um dos muitos casos onde a área técnica estraga a área de direção de arte. Tudo o que você ver por aqui é o mesmo que foi feito em Far Cry 5 e o New Dawn no que compete as áreas técnicas. Em cenas de história (todas em que Castillo faz aparições), são cenas claramente pré-renderizadas onde apesar de um bom trabalho na captação de movimento faciais de alguns poucos personagens, se nota a qualidade ultrapassada de tecnologia.

Como todo jogo da Ubisoft, é impossível não citar os muitos bugs presentes nos seus jogos. Com inimigos que somem, ficam invisíveis, corpos que ao jogá-los no chão acabam voando a metros no ar, missões que não iniciam, carros que ficam presos em assets invisíveis, NPCs que ficam presos no cenário, inimigos que ficam cegos e etc. O jogo tá cheio de bugs que prejudicam a experiência, forçando o jogador a reiniciar missões, o que para mim são os piores bugs que um jogo poderia apresentar.

Trilha Sonora e Som

A trilha sonora de Far Cry 6 foi composta pelo Pedro Bromfman, brasileiro compositor veterano no mercado sendo responsável pela trilha do jogo Need For Speed Heat e mais atuante em filmes e séries como Narcos, Robocop (2014), Tropa de Elite 1 e 2 etc. Claramente influenciado por músicas latino-americanas e caribenhas, Far Cry 6 cumpre o papel de refletir toda a revolução de um país calado por uma ditadura e estar em um ponto de explosão marcado por revoltas. Dois artistas Ariel Contreras Esquivel e Hilario Duran também participaram nas criações das faixas e foram responsáveis em criar músicas tocadas nas ruas e as marchas nacionais de Anton Castillo. Contando com músicas de protesto com muito hip hop e elementos urbanos, a cantora Gabylonia também faz parte do projeto.

 

Sobre a dublagem, apesar de recomendarmos jogarem com o idioma original para não perder a interpretação de Anton Castillo pelo genial Giancarlo Esposito, a dublagem brasileira cumpre razoavelmente bem o trabalho de localização e imersão, apesar de trabalhos bem abaixo da dublagem original, ao todo não deve chatear os menos exigentes, mas irá incomodar aos mais atentos.

Vale a Pena?

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Em suma, diria que Far Cry 6 é sim um bom jogo, como a maioria dos jogos da Ubisoft na última década. Seu problema reside na expectativa dos jogadores, já que muitos esperam grandes propostas, inovações, gráficos e narrativas. A Ubisoft parece não estar tão interessada durante a antiga geração inteira em querer reinventar suas franquias e sim monetizar com trabalhos médios, entregar jogos com grandes conteúdos e lucrar com a fama que conquistaram há duas gerações.

Far Cry 6 continua com as mesmas características que outros carros chefes single player da empresa como Assassin’s Creed e Watch Dogs. É um jogo com horas intermináveis de conteúdo (23 horas de campanha e 57 horas para quem quiser completar tudo) refletindo em um jogo com muito mais quantidade do que qualidade. É um jogo correndo em engine já ultrapassada resultando em jogo com qualidades técnicas medianas e bugs recorrentes sustentando por ótimas direções de arte. Narrativas cansadas, com fórmulas reutilizadas por diversas vezes e um roteiro sarcástico, mas bobo e raso, onde chega a arranhar apenas a superfície de discussões bem mais profundas aliado a protagonistas esquecíveis com motivações simplistas.

No fim, Far Cry 6 é um bom produto que certamente vai agradar os jogadores amantes de jogos com muitas tarefas a se fazer, um grandioso mundo aberto competentemente construído e que proporciona a imersão necessária, mas vai frustrar aqueles que em vão acreditam que a empresa está preocupada com inovação e melhorias na sua fórmula.

Notas do Jogo
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Título: Far Cry 6

Descrição do jogo: em-vindo a Yara, um paraíso tropical que parou no tempo. Antón Castillo, o ditador de Yara, deseja resgatar a glória do seu país a qualquer custo, junto com seu filho, Diego, que é tão sanguinário quanto o pai. O governo opressor de Antón e Diego provocou uma revolução. Junte-se à revolução como Dani Rojas, um Yaraniano, e torne-se um guerrilheiro para libertar sua nação. Lute contra as tropas de Antón no maior cenário de Far Cry até agora, atravessando selvas, praias e Esperanza, a capital de Yara. Use armas improvisadas, veículos e animais para exterminar o regime impiedoso de Antón.

Gênero: Ação

Lançamento: 07/10/2021

Produtora: Ubisoft

Distribuidora: Ubisoft

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Nota
7.8/10
7.8/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 8/10
    8/10
  • Gráficos - 8/10
    8/10
  • Trilha Sonora e Som - 8/10
    8/10

Veredito

Em suma, diria que Far Cry 6 é sim um bom jogo, como a maioria dos jogos da Ubisoft na última década. Seu problema reside na expectativa dos jogadores, já que muitos esperam grandes propostas, inovações, gráficos e narrativas. A Ubisoft parece não estar tão interessada durante a antiga geração inteira em querer reinventar suas franquias e sim monetizar com trabalhos médios, entregar jogos com grandes conteúdos e lucrar com a fama que conquistaram há duas gerações.

Far Cry 6 continua com as mesmas características que outros carros chefes single player da empresa como Assassin’s Creed e Watch Dogs. É um jogo com horas intermináveis de conteúdo (23 horas de campanha e 57 horas para quem quiser completar tudo) refletindo em um jogo com muito mais quantidade do que qualidade. É um jogo correndo em engine já ultrapassada resultando em jogo com qualidades técnicas medianas e bugs recorrentes sustentando por ótimas direções de arte. Narrativas cansadas, com fórmulas reutilizadas por diversas vezes e um roteiro sarcástico, mas bobo e raso, onde chega a arranhar apenas a superfície de discussões bem mais profundas aliado a protagonistas esquecíveis com motivações simplistas.

No fim, Far Cry 6 é um bom produto que certamente vai agradar os jogadores amantes de jogos com muitas tarefas a se fazer, um grandioso mundo aberto competentemente construído e que proporciona a imersão necessária, mas vai frustrar aqueles que em vão acreditam que a empresa está preocupada com inovação e melhorias na sua fórmula.

Vantagens

  • Gunplay divertido
  • Muito conteúdo
  • Minigame de Rinhas de Galo
  • Direção de arte construiu um mundo imersivo
  • Ótima trilha sonora
  • Supremo implementa uma novidade substancial na experiência de gameplay
  • Parças oferecem variações divertidas

Desvantagens

  • Protagonista ruim
  • Vilão bem interpretado, mas mal escrito e desenvolvido
  • História vai e vem e objetivo principal do jogo perde urgência com missões sem sentido
  • Alta repetição de objetivos
  • Condução de veículos continua ruim
  • Implementação de armas antiaéreas atrapalha a locomoção já difícil pelo mapa
  • Remoção das árvores de habilidades
  • Equipamentos sendo importantes para a evolução do personagem força o jogador a procurar baús aleatórios no mapa
  • Bugs, muitos bugs
  • Dublagem de alguns personagens são muito abaixo da dublagem original

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.

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