Elden Ring Nightreign surge como um spin-off inesperado, mas que, de forma surpreendente, se encaixa perfeitamente no universo da FromSoftware. A desenvolvedora, conhecida por sua ousadia, abandona temporariamente a exploração meticulosa de seus mundos para entregar uma experiência rápida, precisa e frenética. Imagine um remix roguelike das Lands Between, onde você e até dois aliados mergulham em sessões intensas de 30 a 45 minutos. O objetivo? Coletar equipamentos, enfrentar chefes implacáveis e derrotar um Senhor da Noite antes que o tempo se esgote. A essência de Elden Ring permanece, mas agora com um ritmo acelerado que exige reflexos afiados e decisões instantâneas.
Este não é apenas um desvio criativo—é uma reinvenção audaciosa. Nightreign transporta o combate implacável da FromSoftware para um formato cooperativo, inspirado em elementos de battle royale e roguelikes. Embora possa divergir do que os fãs tradicionais esperam, o resultado é pura diversão. A ambientação se passa em um universo paralelo não canônico, onde os jogadores devem “repelir a noite”, reutilizando assets do jogo original para criar um RPG baseado em sessões.
Ainda que o conceito possa parecer arriscado, a magia característica da FromSoftware se mantém intacta. Nightreign prova que mesmo em um formato mais dinâmico, a desenvolvedora consegue capturar aquilo que faz seus jogos serem únicos—desafio, atmosfera e uma satisfação brutal ao superar obstáculos.
Elden Ring Nightreign será lançado no PlayStation 5 em 30 de Maio de 2025.
Gameplay
Nightreign transforma o mundo meticuloso de Elden Ring em uma corrida frenética contra o tempo, onde cada partida é uma expedição única contra a Noite. Você e dois aliados têm dois dias (cerca de 30 minutos reais) para saquear, fortalecer-se e enfrentar dois chefes antes do confronto final contra um Senhor da Noite. O mapa se fecha como em um battle royale, pressionando os jogadores a agir rápido ou serem engolidos pela escuridão.
O Ritmo Brutal (e Viciante) de Nightreign
Diferente da exploração contemplativa de Elden Ring, aqui cada segundo conta. Inimigos, saques e estruturas são gerados aleatoriamente, garantindo que nenhuma partida seja igual. Mesmo na derrota, você desbloqueia Relíquias—melhorias permanentes que permitem construir personagens mais fortes a cada tentativa. É uma abordagem roguelite que condensa a essência Soulslike em sessões intensas e estratégicas.
Mas o verdadeiro destaque são os Senhores da Noite, chefes com duas fases que rivalizam em complexidade com os de Shadow of the Erdtree. Quando a segunda fase começa, a arena se transforma em um espetáculo de ataques deslumbrantes—caóticos, mas justos. Seus golpes são área-based, feitos para grupos, mas com padrões que, uma vez aprendidos, podem ser evitados com movimentos precisos. A punição por erros, porém, é brutal: um descuido significa dano devastador.
Ainda assim, a FromSoftware oferece um alívio: revives em equipe. Mesmo em situações desesperadoras, um jogador pode levantar os outros, tornando os momentos finais—quando o chefe finalmente cai—alucinantemente gratificantes.
Estratégia Além do Combate
Pela primeira vez, efeitos de status são indispensáveis. Cada Senhor da Noite tem uma fraqueza clara, revelada no Forte da Mesa Redonda. O mapa indica áreas com inimigos e recursos específicos, permitindo planejamento estratégico—algo raro nos jogos da FromSoftware.
- Sangramento não é mais o único recurso valioso.
- Veneno, por exemplo, pode paralisar um chefe, abrindo janelas críticas.
- Equipamentos antes considerados “fracos” ganham utilidade única.
No entanto, há um problema: os Nightlords são esponjosos. Muitas lutas viram guerras de atrito, onde até jogadores habilidosos podem se cansar. Quando a equipe está exausta, erros bobos se acumulam, levando a derrotas frustrantes—ainda que épicas.
Como Nightreign Funciona
Você escolhe entre seis classes pré-definidas, cada uma com equipamentos e habilidades únicas. O objetivo? Sobreviver aos dois dias, farmando recursos e derrotando chefes intermediários antes do confronto final. O anel da tempestade—um mecanismo de battle royale—aumenta a tensão, forçando movimento constante.
Se toda a equipe morrer, a expedição acaba. Mas, ao vencer, você enfrenta um dos oito Senhores da Noite, cada um com mecânicas distintas. A recompensa? Relíquias para builds futuras.
Dificuldade: Uma Prova de Fogo
Nightreign é implacável. Enquanto Elden Ring permite exploração e farming, aqui você corre contra o tempo. Erros custam caro, e a adaptação é crucial.
- Cooperação é vital—inimigos caem rápido sob ataques coordenados.
- Improvisação substitui builds planejadas.
- Partidas podem durar 45 minutos de tensão absoluta, deixando você exausto—seja pela vitória ou pela derrota.
Para fãs de Elden Ring, Nightreign é uma experiência fresca e desafiadora. Não é para todos—a RNG e o ritmo acelerado podem afastar puristas. Mas se você curte ação cooperativa, chefes espetaculares e a emoção de um roguelite implacável, este spin-off é uma jornada que vale cada morte.
No fim, Nightreign prova que a FromSoftware ainda tem muitas ideias arrojadas—e que, mesmo em um formato diferente, a magia dos Soulsborne permanece intacta.
Para quem está acostumado ao ritmo metódico de Elden Ring, onde cada passo pode ser calculado e cada recanto explorado sem pressa, Nightreign é um choque. Aqui, o tempo é seu maior inimigo—não há pausas, não há respiros. As expedições, que podem durar de 30 a 40 minutos, são uma maratona de decisões rápidas, ajustes no inventário em tempo real e tensão constante. A interface simplificada ajuda, mas não alivia o peso da pressão: você precisa se mover, precisa avançar, ou a Noite te alcança.
Noturnos: Classes Pré-definidas, Mas Não Limitantes
Diferente da liberdade tradicional dos jogos da FromSoftware, Nightreign exige que você escolha entre oito arquétipos fixos, os Noturnos. Cada um vem com habilidades e preferências de armas distintas, mas ainda permite certa flexibilidade:
- O Executor (ágil, focado em armas de destreza)
- O Invasor (resistente, ideal para quem gosta de trocações brutais)
- O Wylder (versátil, porém menos especializado)
Personalização cosmética é desbloqueada com o tempo, mas o coração do jogo está na sinergia entre classes. Um trio bem coordenado—com um Executor flanqueando, um Invasor segurando a linha e um Ocultista controlando o campo de batalha—pode transformar o caos em pura maestria. Porém, um jogador inexperiente ou pouco cooperativo pode arruinar uma expedição inteira, especialmente nos momentos críticos contra um Senhor da Noite.
O Desafio da Cooperação
Reviver um aliado caído é um risco calculado. Parar para ajudar pode salvar a partida… ou custar tudo. E quando uma jornada de 40 minutos é interrompida logo no confronto final, a frustração é real. Mas é também o que torna a vitória tão eletrizante.
Vale a Pena? Só para os Determinados
Nightreign não é para quem busca a exploração contemplativa de Elden Ring. É um jogo de ação implacável, trabalho em equipe e adaptação sob pressão. Se você está disposto a abraçar o caos—e a aprender com cada derrota—, encontrará uma das experiências mais intensas já criadas pela FromSoftware.
Mas se preferir o ritmo lento e a liberdade clássica Soulsborne, talvez seja melhor ficar nas Lands Between. Nightreign é para os ousados.
Matchmaking
Nightreign é uma experiência brilhante, mas cheia de arestas ásperas que podem frustrar até os fãs mais dedicados. A ideia central—um roguelite cooperativo com o combate refinado da FromSoftware—é genial, mas pequenos problemas de design, limitações online e falta de acessibilidade diminuem seu potencial.
Problemas Técnicos e de Jogabilidade
- Revives desajeitados: Tentar reviver aliados golpeando inimigos é contraintuitivo e quebra o ritmo.
- Repetitividade: Mesmo com mapas dinâmicos e eventos aleatórios, algumas partidas sentem-se iguais após várias horas.
- Desempenho instável: Pop-in de texturas e quedas de frame rate persistem, mesmo no PS5 Pro—um problema irritante para um jogo tão exigente.
O Maior Inimigo: A Integração Online Arcaica
O jogo exige cooperação, mas sua estrutura online parece presa em 2010:
- Sem cross-play: Seus amigos precisam estar na mesma plataforma—algo inaceitável em 2025.
- Matchmaking complicado:
- 8 filas separadas (uma por Senhor da Noite) dividem a base de jogadores.
- Sem chat de voz—apenas um sistema de ping insuficiente.
- Problemas de conexão: Convites falham, senhas são inconsistentes e quedas são frequentes.
- “Terra Móvel” confusa: Eventos mundiais (como erupções vulcânicas) bloqueiam matchmaking entre jogadores em estados diferentes—sem explicação clara no jogo.
Solo? Esqueça. Duplas? Nem Existem.
- Jogar sozinho é uma tarefa hercúlea. Inimigos são balanceados para trios, e revives são impossíveis.
- Sem modo para duplas—uma omissão bizarra que o diretor Junya Ishizaki admitiu como “negligência”.
Vale a Pena? Depende.
Se você tem dois amigos dedicados (na mesma plataforma), Nightreign oferece momentos épicos:
- Chefes espetaculares, combate preciso e a emoção de sobreviver contra todas as probabilidades.
- A progressão roguelite (Relíquias permanentes) mantém a motivação alta.
Mas se depender de matchmaking aleatório—ou pior, jogar solo—, a experiência rapidamente vira frustração.
Veredito: Potencial Não Realizado
Nightreign poderia ser o melhor spin-off de Soulsborne… se não fosse pelos problemas evitáveis. A FromSoftware precisa urgentemente:
- Adicionar cross-play.
- Otimizar o matchmaking (e incluir duplas!).
- Explicar a “Terra Móvel” de forma clara.
Até lá, só recomendado para grupos fixos de três jogadores—e mesmo assim, com ressalvas. Uma pena, porque no fundo, este jogo é incrível.
Vale a Pena?
Elden Ring Nightreign é uma experiência que cativa desde o primeiro momento, mesclando a intensidade característica dos jogos da FromSoftware com inovações ousadas. O combate é vertiginoso, especialmente à noite, quando os chefes revelam sua verdadeira ferocidade — destrutivos, impiedosos, mas justos na medida certa. A sensação de dominar seu Nightfarer preferido e coordenar estratégias em equipe é absolutamente gratificante, ainda mais com a reviravolta única de ressuscitar aliados derrotados, um desafio que se intensifica a cada tentativa.
O jogo não é perfeito: oscilações na taxa de quadros, a ausência de multiplayer multiplataforma e alguns chefes com resistência excessiva são falhas perceptíveis. No entanto, Nightreign brilha como uma das criações mais inventivas da FromSoftware, capturando a essência do soulslike enquanto reinventa sua estrutura. O modo roguelike/battle royale é repleto de nuances, superando muitos concorrentes contemporâneos. Embora o modo solo não seja tão recompensador e a falta de duplas ou IA para preencher grupos seja uma lacuna, o cerne da experiência — a cooperação frenética — compensa com sobras.
O diretor já confirmou atualizações futuras, incluindo possíveis recursos cooperativos pós-lançamento, o que alimenta a expectativa. O multijogador, embora não imune a problemas de conexão, é uma revolução para os fãs: sessions rápidas, sem os tradicionais obstáculos dos Soulsborne, permitem mergulhar na ação sem frustrações. Jogar com amigos é recomendadíssimo, mas até mesmo sozinho, o jogo oferece momentos de pura maestria, especialmente quando o sistema de geração de mapas favorece seu trio.
Para iniciantes no gênero, Nightreign é uma porta de entrada mais acessível, com mecânicas ágeis e uma curva de aprendizado menos brutal. Já os veteranos encontrarão profundidade tática e a mesma dificuldade implacável, agora potencializada pelo trabalho em equipe. A variedade de builds e estilos de jogo garante replayability, e o preço de US$ 40 é um acerto, considerando o conteúdo oferecido.
Nem tudo funciona: a narrativa é mais rala que a de Elden Ring, e o mapa de Limveld pode ser dominado rápido demais. Ainda assim, quando o jogo clica — quando o matchmaking coopera, quando a aleatoriedade do mapa abre espaço para estratégias épicas —, a sensação é indescritível. Cada vitória é gloriosa, cada derrota, um aprendizado.
Nightreign não é o RPG meticuloso que consagrou a FromSoftware, mas sim uma experimentação ousada. É a equipe brincando com sua própria fórmula, entregando um spin-off que, no fim das contas, funciona. Pode dividir opiniões, mas para quem busca ação em ritmo acelerado e desafios em grupo, é um vício instantâneo.
*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Bandai Namco Brasil.
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Notas do Jogo
Título: Elden Ring Nightreign
Descrição do jogo: ELDEN RING NIGHTREIGN é uma aventura independente dentro do universo de ELDEN RING, feita para oferecer aos jogadores uma nova experiência de jogo reimaginando o design básico do jogo.
Gênero: Multiplayer, Mundo Aberto e Soulslike
Lançamento: 30/05/2025
Produtora: FromSoftware
Distribuidora: Bandai Namco Entertainment America Inc.
Nota
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História - 7/10
7/10
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Jogabilidade - 9/10
9/10
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Gráficos - 8.5/10
8.5/10
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Trilha Sonora e Som - 7.5/10
7.5/10
Veredito
Elden Ring Nightreign reinventa a fórmula soulslike com um combate frenético e foco em cooperação, onde chefes noturnos exigem estratégia e trabalho em equipe. Apesar de falhas como problemas de conexão e ausência de multiplataforma, o jogo brilha com sua profundidade tática e modo roguelike cheio de nuances. O multijogador ágil e sem frustrações tradicionais cativa, especialmente com amigos, enquanto futuras atualizações prometem expandir a experiência. Acessível para iniciantes e desafiador para veteranos, o jogo oferece replayability com builds variadas e preço justo. Não é perfeito, mas é uma experiência viciante que prova a ousadia criativa da FromSoftware.
Vantagens
- Mundo imersivo e design excepcional
- Loots gratificantes e progressão bem balanceada
- Chefes épicos, com mecânicas impactantes e visual deslumbrante
- Sinergia entre personagens e cooperação intuitiva e fluida
- Efeitos de status e builds estratégicas que mudam o jogo
- Combate rápido e fluido, com movimento ágil e roguelike dinâmico
- Eventos surpresa e reviravoltas desafiadoras
- Personalização profunda, incentivando experimentação
Desvantagens
- Curva de aprendizado íngreme – demora para se acostumar com o ritmo e mecânicas
- Problemas técnicos – taxa de quadros inconsistente e desempenho irregular no PS5
- Matchmaking instável – especialmente entre regiões diferentes
- Sem cross-play – ausência de suporte multiplataforma entre Xbox e PlayStation
- Chefes “esponjosos” – alguns inimigos têm vida excessiva, tornando batalhas arrastadas
- Pouca variedade de mapas – layouts repetitivos e arenas de chefes pouco criativas
- Dependência de equipe – exige um trio habilidoso, dificultando o jogo casual
- Ritmo frenético – pode ser exaustivo para alguns jogadores
- Progressão baseada em sorte – requisitos altos de habilidade e RNG
- Modo solo negligenciado – experiência menos recompensadora para quem joga sozinho
- Problemas de rede – conexões instáveis e latência em combates
- Narrativa superficial – falta profundidade em comparação com outros jogos da FromSoftware
- Repetitividade – loop de jogo pode ficar monótono após horas de gameplay
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