Review | Elden Ring Nightreign – Ágil, Viciante e Imperfeito


Elden Ring Nightreign
8/10

Elden Ring Nightreign surge como um spin-off inesperado, mas que, de forma surpreendente, se encaixa perfeitamente no universo da FromSoftware. A desenvolvedora, conhecida por sua ousadia, abandona temporariamente a exploração meticulosa de seus mundos para entregar uma experiência rápida, precisa e frenética. Imagine um remix roguelike das Lands Between, onde você e até dois aliados mergulham em sessões intensas de 30 a 45 minutos. O objetivo? Coletar equipamentos, enfrentar chefes implacáveis e derrotar um Senhor da Noite antes que o tempo se esgote. A essência de Elden Ring permanece, mas agora com um ritmo acelerado que exige reflexos afiados e decisões instantâneas.

Este não é apenas um desvio criativo—é uma reinvenção audaciosaNightreign transporta o combate implacável da FromSoftware para um formato cooperativo, inspirado em elementos de battle royale e roguelikes. Embora possa divergir do que os fãs tradicionais esperam, o resultado é pura diversão. A ambientação se passa em um universo paralelo não canônico, onde os jogadores devem “repelir a noite”, reutilizando assets do jogo original para criar um RPG baseado em sessões.

Ainda que o conceito possa parecer arriscado, a magia característica da FromSoftware se mantém intacta. Nightreign prova que mesmo em um formato mais dinâmico, a desenvolvedora consegue capturar aquilo que faz seus jogos serem únicos—desafio, atmosfera e uma satisfação brutal ao superar obstáculos.

Elden Ring Nightreign será lançado no PlayStation 5 em 30 de Maio de 2025.

Gameplay

review Elden Ring Nightreign voando

Nightreign transforma o mundo meticuloso de Elden Ring em uma corrida frenética contra o tempo, onde cada partida é uma expedição única contra a Noite. Você e dois aliados têm dois dias (cerca de 30 minutos reais) para saquear, fortalecer-se e enfrentar dois chefes antes do confronto final contra um Senhor da Noite. O mapa se fecha como em um battle royale, pressionando os jogadores a agir rápido ou serem engolidos pela escuridão.

O Ritmo Brutal (e Viciante) de Nightreign

Diferente da exploração contemplativa de Elden Ring, aqui cada segundo conta. Inimigos, saques e estruturas são gerados aleatoriamente, garantindo que nenhuma partida seja igual. Mesmo na derrota, você desbloqueia Relíquias—melhorias permanentes que permitem construir personagens mais fortes a cada tentativa. É uma abordagem roguelite que condensa a essência Soulslike em sessões intensas e estratégicas.

Mas o verdadeiro destaque são os Senhores da Noite, chefes com duas fases que rivalizam em complexidade com os de Shadow of the Erdtree. Quando a segunda fase começa, a arena se transforma em um espetáculo de ataques deslumbrantes—caóticos, mas justos. Seus golpes são área-based, feitos para grupos, mas com padrões que, uma vez aprendidos, podem ser evitados com movimentos precisos. A punição por erros, porém, é brutal: um descuido significa dano devastador.

Ainda assim, a FromSoftware oferece um alívio: revives em equipe. Mesmo em situações desesperadoras, um jogador pode levantar os outros, tornando os momentos finais—quando o chefe finalmente cai—alucinantemente gratificantes.

Estratégia Além do Combate

review Elden Ring Nightreign base

Pela primeira vez, efeitos de status são indispensáveis. Cada Senhor da Noite tem uma fraqueza clara, revelada no Forte da Mesa Redonda. O mapa indica áreas com inimigos e recursos específicos, permitindo planejamento estratégico—algo raro nos jogos da FromSoftware.

  • Sangramento não é mais o único recurso valioso.
  • Veneno, por exemplo, pode paralisar um chefe, abrindo janelas críticas.
  • Equipamentos antes considerados “fracos” ganham utilidade única.

No entanto, há um problema: os Nightlords são esponjosos. Muitas lutas viram guerras de atrito, onde até jogadores habilidosos podem se cansar. Quando a equipe está exausta, erros bobos se acumulam, levando a derrotas frustrantes—ainda que épicas.

Como Nightreign Funciona

Você escolhe entre seis classes pré-definidas, cada uma com equipamentos e habilidades únicas. O objetivo? Sobreviver aos dois dias, farmando recursos e derrotando chefes intermediários antes do confronto final. O anel da tempestade—um mecanismo de battle royale—aumenta a tensão, forçando movimento constante.

Se toda a equipe morrer, a expedição acaba. Mas, ao vencer, você enfrenta um dos oito Senhores da Noite, cada um com mecânicas distintas. A recompensa? Relíquias para builds futuras.

Dificuldade: Uma Prova de Fogo

review Elden Ring Nightreign combate

Nightreign é implacável. Enquanto Elden Ring permite exploração e farming, aqui você corre contra o tempo. Erros custam caro, e a adaptação é crucial.

  • Cooperação é vital—inimigos caem rápido sob ataques coordenados.
  • Improvisação substitui builds planejadas.
  • Partidas podem durar 45 minutos de tensão absoluta, deixando você exausto—seja pela vitória ou pela derrota.

Para fãs de Elden Ring, Nightreign é uma experiência fresca e desafiadora. Não é para todos—a RNG e o ritmo acelerado podem afastar puristas. Mas se você curte ação cooperativachefes espetaculares e a emoção de um roguelite implacável, este spin-off é uma jornada que vale cada morte.

No fim, Nightreign prova que a FromSoftware ainda tem muitas ideias arrojadas—e que, mesmo em um formato diferente, a magia dos Soulsborne permanece intacta.

Para quem está acostumado ao ritmo metódico de Elden Ring, onde cada passo pode ser calculado e cada recanto explorado sem pressa, Nightreign é um choque. Aqui, o tempo é seu maior inimigo—não há pausas, não há respiros. As expedições, que podem durar de 30 a 40 minutos, são uma maratona de decisões rápidas, ajustes no inventário em tempo real e tensão constante. A interface simplificada ajuda, mas não alivia o peso da pressão: você precisa se mover, precisa avançar, ou a Noite te alcança.

Noturnos: Classes Pré-definidas, Mas Não Limitantes

review Elden Ring Nightreign chefes

Diferente da liberdade tradicional dos jogos da FromSoftware, Nightreign exige que você escolha entre oito arquétipos fixos, os Noturnos. Cada um vem com habilidades e preferências de armas distintas, mas ainda permite certa flexibilidade:

  • O Executor (ágil, focado em armas de destreza)
  • O Invasor (resistente, ideal para quem gosta de trocações brutais)
  • O Wylder (versátil, porém menos especializado)

Personalização cosmética é desbloqueada com o tempo, mas o coração do jogo está na sinergia entre classes. Um trio bem coordenado—com um Executor flanqueando, um Invasor segurando a linha e um Ocultista controlando o campo de batalha—pode transformar o caos em pura maestria. Porém, um jogador inexperiente ou pouco cooperativo pode arruinar uma expedição inteira, especialmente nos momentos críticos contra um Senhor da Noite.

O Desafio da Cooperação

Reviver um aliado caído é um risco calculado. Parar para ajudar pode salvar a partida… ou custar tudo. E quando uma jornada de 40 minutos é interrompida logo no confronto final, a frustração é real. Mas é também o que torna a vitória tão eletrizante.

Vale a Pena? Só para os Determinados

Nightreign não é para quem busca a exploração contemplativa de Elden Ring. É um jogo de ação implacável, trabalho em equipe e adaptação sob pressão. Se você está disposto a abraçar o caos—e a aprender com cada derrota—, encontrará uma das experiências mais intensas já criadas pela FromSoftware.

Mas se preferir o ritmo lento e a liberdade clássica Soulsborne, talvez seja melhor ficar nas Lands Between. Nightreign é para os ousados.

Matchmaking

review Elden Ring Nightreign mapa aberto

Nightreign é uma experiência brilhante, mas cheia de arestas ásperas que podem frustrar até os fãs mais dedicados. A ideia central—um roguelite cooperativo com o combate refinado da FromSoftware—é genial, mas pequenos problemas de design, limitações online e falta de acessibilidade diminuem seu potencial.

Problemas Técnicos e de Jogabilidade

  • Revives desajeitados: Tentar reviver aliados golpeando inimigos é contraintuitivo e quebra o ritmo.
  • Repetitividade: Mesmo com mapas dinâmicos e eventos aleatórios, algumas partidas sentem-se iguais após várias horas.
  • Desempenho instável: Pop-in de texturas e quedas de frame rate persistem, mesmo no PS5 Pro—um problema irritante para um jogo tão exigente.

O Maior Inimigo: A Integração Online Arcaica

O jogo exige cooperação, mas sua estrutura online parece presa em 2010:

  • Sem cross-play: Seus amigos precisam estar na mesma plataforma—algo inaceitável em 2025.
  • Matchmaking complicado:
    • 8 filas separadas (uma por Senhor da Noite) dividem a base de jogadores.
    • Sem chat de voz—apenas um sistema de ping insuficiente.
    • Problemas de conexão: Convites falham, senhas são inconsistentes e quedas são frequentes.
  • “Terra Móvel” confusa: Eventos mundiais (como erupções vulcânicas) bloqueiam matchmaking entre jogadores em estados diferentes—sem explicação clara no jogo.

Solo? Esqueça. Duplas? Nem Existem.

review Elden Ring Nightreign gameplay

  • Jogar sozinho é uma tarefa hercúlea. Inimigos são balanceados para trios, e revives são impossíveis.
  • Sem modo para duplas—uma omissão bizarra que o diretor Junya Ishizaki admitiu como “negligência”.

Vale a Pena? Depende.

Se você tem dois amigos dedicados (na mesma plataforma), Nightreign oferece momentos épicos:

  • Chefes espetaculares, combate preciso e a emoção de sobreviver contra todas as probabilidades.
  • A progressão roguelite (Relíquias permanentes) mantém a motivação alta.

Mas se depender de matchmaking aleatório—ou pior, jogar solo—, a experiência rapidamente vira frustração.

Veredito: Potencial Não Realizado

review Elden Ring Nightreign dungeons

Nightreign poderia ser o melhor spin-off de Soulsborne… se não fosse pelos problemas evitáveis. A FromSoftware precisa urgentemente:

  1. Adicionar cross-play.
  2. Otimizar o matchmaking (e incluir duplas!).
  3. Explicar a “Terra Móvel” de forma clara.

Até lá, só recomendado para grupos fixos de três jogadores—e mesmo assim, com ressalvas. Uma pena, porque no fundo, este jogo é incrível.

Vale a Pena?

Elden Ring Nightreign Arte

Elden Ring Nightreign é uma experiência que cativa desde o primeiro momento, mesclando a intensidade característica dos jogos da FromSoftware com inovações ousadas. O combate é vertiginoso, especialmente à noite, quando os chefes revelam sua verdadeira ferocidade — destrutivos, impiedosos, mas justos na medida certa. A sensação de dominar seu Nightfarer preferido e coordenar estratégias em equipe é absolutamente gratificante, ainda mais com a reviravolta única de ressuscitar aliados derrotados, um desafio que se intensifica a cada tentativa.

O jogo não é perfeito: oscilações na taxa de quadros, a ausência de multiplayer multiplataforma e alguns chefes com resistência excessiva são falhas perceptíveis. No entanto, Nightreign brilha como uma das criações mais inventivas da FromSoftware, capturando a essência do soulslike enquanto reinventa sua estrutura. O modo roguelike/battle royale é repleto de nuances, superando muitos concorrentes contemporâneos. Embora o modo solo não seja tão recompensador e a falta de duplas ou IA para preencher grupos seja uma lacuna, o cerne da experiência — a cooperação frenética — compensa com sobras.

O diretor já confirmou atualizações futuras, incluindo possíveis recursos cooperativos pós-lançamento, o que alimenta a expectativa. O multijogador, embora não imune a problemas de conexão, é uma revolução para os fãs: sessions rápidas, sem os tradicionais obstáculos dos Soulsborne, permitem mergulhar na ação sem frustrações. Jogar com amigos é recomendadíssimo, mas até mesmo sozinho, o jogo oferece momentos de pura maestria, especialmente quando o sistema de geração de mapas favorece seu trio.

Para iniciantes no gênero, Nightreign é uma porta de entrada mais acessível, com mecânicas ágeis e uma curva de aprendizado menos brutal. Já os veteranos encontrarão profundidade tática e a mesma dificuldade implacável, agora potencializada pelo trabalho em equipe. A variedade de builds e estilos de jogo garante replayability, e o preço de US$ 40 é um acerto, considerando o conteúdo oferecido.

Nem tudo funciona: a narrativa é mais rala que a de Elden Ring, e o mapa de Limveld pode ser dominado rápido demais. Ainda assim, quando o jogo clica — quando o matchmaking coopera, quando a aleatoriedade do mapa abre espaço para estratégias épicas —, a sensação é indescritível. Cada vitória é gloriosa, cada derrota, um aprendizado.

Nightreign não é o RPG meticuloso que consagrou a FromSoftware, mas sim uma experimentação ousada. É a equipe brincando com sua própria fórmula, entregando um spin-off que, no fim das contas, funciona. Pode dividir opiniões, mas para quem busca ação em ritmo acelerado e desafios em grupo, é um vício instantâneo.

*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Bandai Namco Brasil.

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Notas do Jogo
Elden Ring Nightreign Cover Capa

Título: Elden Ring Nightreign

Descrição do jogo: ELDEN RING NIGHTREIGN é uma aventura independente dentro do universo de ELDEN RING, feita para oferecer aos jogadores uma nova experiência de jogo reimaginando o design básico do jogo.

Gênero: Multiplayer, Mundo Aberto e Soulslike

Lançamento: 30/05/2025

Produtora: FromSoftware

Distribuidora: Bandai Namco Entertainment America Inc.

COMPRAR

Nota
8/10
8/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 9/10
    9/10
  • Gráficos - 8.5/10
    8.5/10
  • Trilha Sonora e Som - 7.5/10
    7.5/10

Veredito

Elden Ring Nightreign reinventa a fórmula soulslike com um combate frenético e foco em cooperação, onde chefes noturnos exigem estratégia e trabalho em equipe. Apesar de falhas como problemas de conexão e ausência de multiplataforma, o jogo brilha com sua profundidade tática e modo roguelike cheio de nuances. O multijogador ágil e sem frustrações tradicionais cativa, especialmente com amigos, enquanto futuras atualizações prometem expandir a experiência. Acessível para iniciantes e desafiador para veteranos, o jogo oferece replayability com builds variadas e preço justo. Não é perfeito, mas é uma experiência viciante que prova a ousadia criativa da FromSoftware.

Vantagens

  • Mundo imersivo e design excepcional
  • Loots gratificantes e progressão bem balanceada
  • Chefes épicos, com mecânicas impactantes e visual deslumbrante
  • Sinergia entre personagens e cooperação intuitiva e fluida
  • Efeitos de status e builds estratégicas que mudam o jogo
  • Combate rápido e fluido, com movimento ágil e roguelike dinâmico
  • Eventos surpresa e reviravoltas desafiadoras
  • Personalização profunda, incentivando experimentação

Desvantagens

  • Curva de aprendizado íngreme – demora para se acostumar com o ritmo e mecânicas
  • Problemas técnicos – taxa de quadros inconsistente e desempenho irregular no PS5
  • Matchmaking instável – especialmente entre regiões diferentes
  • Sem cross-play – ausência de suporte multiplataforma entre Xbox e PlayStation
  • Chefes “esponjosos” – alguns inimigos têm vida excessiva, tornando batalhas arrastadas
  • Pouca variedade de mapas – layouts repetitivos e arenas de chefes pouco criativas
  • Dependência de equipe – exige um trio habilidoso, dificultando o jogo casual
  • Ritmo frenético – pode ser exaustivo para alguns jogadores
  • Progressão baseada em sorte – requisitos altos de habilidade e RNG
  • Modo solo negligenciado – experiência menos recompensadora para quem joga sozinho
  • Problemas de rede – conexões instáveis ​​e latência em combates
  • Narrativa superficial – falta profundidade em comparação com outros jogos da FromSoftware
  • Repetitividade – loop de jogo pode ficar monótono após horas de gameplay

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Nossa Nota: 9
Metacritic: 96
Desenvolvedor: FromSoftware
Publicadora: Bandai Namco Entertainment
Lançamento: 25/02/2022
Classificação: 16+
Gêneros:
Ação Aventura Mundo Aberto Soulslike
Plataformas:
PlayStation 5 PlayStation 4 Xbox Series X|S Xbox One PC

San Moreira
Sanzio Moreira tem 34 anos e é Fundador e Editor-Chefe do PS Verso. Amante da cultura gamer e sempre apaixonado pelo universo. Atuo como jornalista e Content Manager do mercado de games por 6 anos. Tive a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer brasileira.