Quase quarenta anos após o nascimento de uma das franquias mais importantes da história dos RPGs japoneses, a Square Enix revive as origens de Dragon Quest com uma nova roupagem deslumbrante. Desenvolvido pela Artdink Corporation em parceria com a Square Enix, Dragon Quest I & II HD-2D Remake chega aos consoles, trazendo de volta as duas primeiras aventuras da icônica Trilogia de Erdrick em um único pacote.
Após o lançamento de Dragon Quest III HD-2D Remake em novembro de 2024, este novo título dá continuidade à jornada épica que moldou o gênero de JRPGs, convidando veteranos e novos jogadores a testemunharem — agora em glorioso estilo HD-2D — o início da lenda. Com visuais que mesclam pixel art clássica e iluminação moderna, Dragon Quest I & II HD-2D Remake promete ser não apenas uma celebração da história da série, mas também uma porta de entrada acessível e encantadora para o universo que definiu o RPG japonês como o conhecemos.
Dragon Quest I And II HD-2D Remake será lançado no PlayStation 5 em 30 de Outubro de 2025.
História
Com o lançamento de Dragon Quest III HD-2D Remake, o palco estará preparado para o próximo ato. A continuação natural desta iniciativa é o Dragon Quest I & II HD-2D Remake, um pacote singular que oferece duas jornadas fundamentais numa só entrega. É uma proposta que honra a narrativa da trilogia do Erdrick de uma forma singular, permitindo aos jogadores experienciar a saga na sua ordem histórica.
Embora o lançamento comece com o terceiro capítulo, a cronologia da saga revela uma estrutura única: os eventos de Dragon Quest I e Dragon Quest II são, na verdade, a herança direta e a conclusão da história iniciada em Dragon Quest III. Esta remasterização, portanto, convida os fãs a percorrerem uma linha do tempo épica, começando pelas origens no terceiro jogo e seguindo para as consequências que moldaram um legenda nos dois primeiros. Os jogadores terão a rara oportunidade de viver a trilogia completa numa sequência narrativa coesa, unida pela distinta e bela estética HD-2D.
História de Dragon Quest I
Com os esforços heroicos do lendário Erdrick, uma era de paz finalmente desceu sobre a terra de Alefgard após a derrota do Lord of the Underworld. No entanto, essa paz não durou para sempre. Como um eco sombrio de um pesadelo passado, o diabólico Dragonlord ressurgiu das cinzas do esquecimento. Sua primeira ação foi roubar a Esfera de Luz, um artefato sagrado que durante eras banhou o reino em sua benção e mantinha as forças das trevas à distância. Com a esfera em suas garras, uma escuridão profunda engoliu a terra, e hordas de monstros foram libertas, espalhando o caos por toda parte.
Nesta hora mais negra, o Rei Lorik, de seu trono no Castelo de Tantagel, fez um chamado à esperança. Ele convocou um jovem guerreiro, no qual fluía o sangue de Erdrick. Este descendente não herdou apenas o nome, mas também a coragem indomável e a bondade inerente do herói lendário.
Agora, o destino de Alefgard pousa sobre os ombros deste jovem. Ele deve embarcar em uma jornada perigosa para confrontar o Dragonlord em seu covil, recuperar a Esfera de Luz e restaurar a paz. Ao fazer isso, ele não estará apenas lutando por um reino, mas sim honrando o legado de seu ancestral e dando continuidade à vontade do herói Erdrick.
História de Dragon Quest II
Com a paz restaurada pelo herói do primeiro jogo, que partiu para fundar seu próprio reino, o legado de Erdrick floresceu. Seus descendentes se espalharam, estabelecendo reinos prósperos que viveram em harmonia por gerações. Essa era dourada, no entanto, chegou a um fim abrupto quando uma nova e fanática escuridão se ergueu.
O arquiteto deste novo caos é Hargon, um feiticeiro de poder imenso. Movido por uma devoção obscura, seu objetivo final é realizar um ritual de sacrifício de proporções globais para invocar seu deus, Malroth, a própria encarnação do caos e da destruição. Para pavimentar este caminho sombrio, Hargon desencadeou um exército de monstros, arrasando nações inteiras.
Uma dessas vítimas foi o pacífico reino de Moonbrooke, obliterado em um ataque surpresa. O rei foi morto e a princesa, submetida a uma maldição cruel que a transformou em um cão. Um único soldado, gravemente ferido, conseguiu fugir e levar as terríveis notícias ao reino vizinho de Midenhall.
Diante do relato do soldado moribundo, o rei de Midenhall reconheceu a gravidade da ameaça. Ele então incumbiu seu filho, o Príncipe de Midenhall, com uma missão sagrada: deter Hargon e salvar o mundo, honrando o feito de seu ancestral. Como descendente direto do primeiro herói, o príncipe herda não apenas a linhagem, mas a coragem inabalável e a força física que definem seu legado. Um guerreiro especializado no combate com espadas, ele é a espinha dorsal do grupo, embora não domine artes mágicas.
Mas, diferentemente de seu antepassado, ele não viajaria sozinho. Em sua jornada, ele se reuniria com outros herdeiros do sangue de Erdrick: o Príncipe de Cannock, um guerreiro versátil que equilibra a lâmina com magia utilitária, e a Princesa de Moonbrooke, uma maga poderosa especializada em feitiços ofensivos e de cura, uma vez que a maldição que a prendia na forma de um cão fosse quebrada.
Juntos, estes três descendentes formam os Luminares da Linhagem Sagrada, a última esperança contra a ambição genocida de Hargon. Sua jornada não é apenas uma batalha pela sobrevivência, mas um testamento vivo ao legado eterno de Erdrick.
Campanha
Embora a premissa central permaneça fiel, a execução narrativa em Dragon Quest I & II HD-2D Remake opera em um patamar totalmente novo. A Square Enix manteve a alma dos clássicos, mas teceu uma tapeçaria muito mais rica e complexa em torno deles, resultando em uma experiência que é ao mesmo tempo nostálgica e surpreendentemente fresca.
O Dragon Quest original era, em sua essência, uma jornada despojada. Um herói solitário percorria Alefgard para reunir os artefatos necessários para desafiar o Senhor dos Dragões, com uma trama que funcionava mais como um pano de fundo simples. O remake, no entanto, preenche admiravelmente essas lacunas narrativas. A Princesa Gwaelin, antes uma figura quase decorativa, ganha substância e presença. A inclusão de personagens recorrentes de Dragon Quest III não só enriquece o mundo, mas também forja uma ligação mais sólida com a lenda de Erdrick. Eventos que eram meramente mencionados, como o sequestro da princesa, são agora explorados em cenas expansivas e dramáticas. Pequenas vinhetas, inspiradas nos jogos modernos da série, dão cor e vida ao reino, oferecendo um motivo convincente para os fãs revisitarem esta raiz da RPG. O final expandido é um toque de gênio, atuando como uma ponte narrativa que sutilmente incentiva o jogador a mergulhar diretamente em Dragon Quest II.
Se o primeiro jogo recebeu uma modernização sólida de sua estrutura simples, a transformação de Dragon Quest II foi quem mereceu maior cuidado da Square-Enix. A natureza mais ambiciosa do original, com seu grupo de heróis e mundo vasto, serviu como o canvas perfeito para uma expansão narrativa massiva. A equipe de desenvolvimento não poupou esforços, aprofundando competentemente cada evento principal da jornada. A caracterização dos personagens do grupo foi elevada a novos patamares, dando-lhes motivações e personalidades distintivas. A grande surpresa, porém, é a introdução da Princesa de Cannock como um quarto membro permanente do grupo, uma figura que tinha um papel drasticamente reduzido na versão original. Sua integração não só adiciona uma nova dinâmica à party, mas também oferece uma perspectiva inédita sobre a história.
Com a adição de ainda mais elementos para costurar firmemente a trilogia inicial, incluindo conteúdo opcional que mergulha fundo na mitologia, este remake transforma Dragon Quest II no ápice narrativo da trilogia de Erdrick. A experiência foi sutilmente realinhada para ecoar a profundidade dos títulos mais recentes da série, sem nunca perder a sensação clássica que a definiu.
Para o jogador veterano, esta não é uma recriação perfeita do que ele lembra, mas sim uma reimaginação respeitosa. Quem espera apenas reviver a história antiga pode se surpreender com o quão vitais as novas adições se tornaram. No final, a sensação fundamental de aventura épica permanece intacta, agora envolta em uma nova roupagem narrativa, personagens mais complexos e uma abordagem cinematográfica que, no mínimo, faz um trabalho magnífico ao conectar de forma coesa as narrativas dos dois primeiros jogos com Dragon Quest III, criando um arco verdadeiramente unificado e satisfatório.
Gameplay
Em termos de jogabilidade, Dragon Quest I & II HD-2D Remake apresenta uma dualidade interessante. A base é inquestionavelmente fiel: a estrutura clássica de JRPG por turnos permanece intacta, um testamento deliberado às raízes da série. No entanto, para o paladar moderno, essa fidelidade pode se revelar um desafio. Por padrão, as batalhas se desenrolam em um ritmo dolorosamente lento, uma característica que rapidamente incentiva o jogador a explorar as abrangentes opções de acessibilidade. Ajustar a velocidade para o modo Ultra Rápido torna-se quase uma necessidade, não um luxo.
Ainda assim, a aceleração não resolve a natureza repetitiva inerente ao combate. Em Dragon Quest I, a solidão do herói impõe um planejamento tático meticuloso, onde cada movimento conta. Já em Dragon Quest II, a dinâmica muda drasticamente com o grupo completo. Muitas vezes, basta comandar um ataque simples para que seus companheiros resolvam o conflito com facilidade perturbadora. Existe a opção de assumir controle total sobre o grupo alterando as Táticas para “Seguir Ordens”, mas é uma mudança difícil de justificar quando a vitória é tão acessível no modo automático.
Esta repetição pode transformar a exploração do mundo aberto em uma jornada árdua, agravada pela frequência implacável dos encontros aleatórios, que surgem a cada poucos passos. O remake tenta injetar novidade com mecânicas como Sigilos e Pergaminhos, que concedem habilidades e melhorias. No entanto, na maior parte do tempo, elas parecem desnecessárias, acrescentando pouco à profundidade estratégica. No final, o sucesso nas batalhas ainda depende primordialmente do equipamento adquirido, com o primeiro jogo mantendo uma ligeira vantagem em termos de desafio tático.
A repetição de tarefas é um elemento crucial. É fácil tropeçar em inimigos esmagadoramente poderosos se o jogador tentar avançar muito rapidamente na narrativa. O remake de Dragon Quest II oferece os Sapatos Elevatórios desde cedo, facilitando o ganho de experiência bônus. Já no primeiro jogo, o jogador deve estar preparado para dedicar horas à exploração e ao combate para se fortalecer adequadamente.
É crucial entender que a opção da Square Enix por um combate simples não é, em si, uma falha de design. É uma preservação consciente da tradição. Fãs que buscam a autenticidade dos JRPGs clássicos podem encontrar valor nessa abordagem. A franquia Dragon Quest sempre se orgulhou de sua herança, e o remake honra isso. A crítica à lentidão e superficialidade provavelmente virá daqueles acostumados ao ritmo e complexidade dos RPGs modernos.
Entre os dois títulos, Dragon Quest II emerge como o vencedor claro em jogabilidade. O original já era considerado uma evolução significativa, e o remake solidifica essa posição. Ele não apenas expande o escopo com um quarto membro no grupo e uma região subaquática deslumbrante para explorar, mas também integra o amado sistema de Mini Medalhas. A sensação é que a desenvolvedora dedicou mais atenção e ambição ao segundo jogo, resultando em uma aventura mais completa e gratificante.
Em contrapartida, o remake de Dragon Quest I poderia ter se beneficiado de mudanças mais ousadas. Apesar da apresentação aprimorada, a jornada solitária pode se tornar uma tarefa cansativa. A preservação do inglês arcaico nos diálogos, embora charmosa, pode criar uma barreira adicional para alguns jogadores. Tudo isso influencia a percepção de valor do pacote como um todo.
Felizmente, as melhorias de qualidade de vida são o salva-vidas da experiência. Marcadores de objetivo no mapa, indicadores de tesouros e um profundo leque de opções de personalização tornam estes clássicos notavelmente mais acessíveis. O sistema de Atalhos, que permite mapear ações frequentes, agiliza significativamente a navegação pelos menus. A capacidade de ajustar a dificuldade on-the-fly e restaurar HP e MP ao subir de nível oferece um controle sem precedentes sobre o desafio. Estas adições são tão bem implementadas que é difícil imaginar revisitar os originais sem elas. No entanto, o jogo ainda se apoia em um design ultrapassado; se o jogador ignorar essas ferramentas, a experiência rapidamente revelará suas raízes envelhecidas, potencialmente lenta e tediosa.
O Equilíbrio entre o Velho e o Novo
A maior mudança para veteranos do primeiro jogo é a transição de duelos um contra um para batalhas contra grupos de inimigos, alinhando-o com o resto da série. Para compensar a solidão do herói, seu arsenal de habilidades foi expandido de forma considerável, incluindo golpes que atingem múltiplos alvos, como Lado Selvagem, que permite executar uma ação duas vezes em um único turno.
Os Sigilos e Pergaminhos surgem como mecanismos de equilíbrio, permitindo que o herói aprenda feitiços adicionais e receba poderosas melhorias passivas. Utilizar os Sigilos, que antes eram meros itens de progressão, para introduzir novas camadas de customização é uma escolha de design inteligente, modernizando a jogabilidade sem trair a simplicidade original.
Contudo, o fato do herói atuar sozinho em Dragon Quest I gera problemas de balanceamento. Inimigos que agem duas vezes por turno ou que incessantemente chamam reforços podem criar picos de dificuldade brutais quando enfrentados por um único personagem. Felizmente, o salvamento automático pós-batalha mitiga a frustração, e a opção de dificuldade que torna o herói invencível garante que todos possam desfrutar da história sem a obrigação de farming.
Dragon Quest II, por sua vez, não sofre desses mesmos problemas. Com um grupo completo e a estratégia adicional trazida pelo quarto membro, o combate por turnos se torna naturalmente mais envolvente e variado. A exploração também foi enriquecida, com a nova região subaquática sendo perfeitamente integrada à aventura, oferecendo novos segredos e aprofundando a mitologia de Erdrick.
Em última análise, Dragon Quest I permanece como uma curiosidade fascinante—uma jornada solitária e mais curta, que foi ajustada para se alinhar à série, mas que ainda carrega o peso de suas origens simplistas. Já Dragon Quest II é, sem dúvida, o carro-chefe do pacote. É uma aventura expansiva que pode consumir dezenas de horas, representando a evolução clássica do JRPG em sua forma mais polida e, agora, revitalizada.
Gráficos e Direção de Arte
A apresentação visual é, inquestionavelmente, a alma do Dragon Quest I & II HD-2D Remake. O consagrado motor gráfico HD-2D da Square Enix, que surgiu com Octopath Traveler, eleva estes clássicos a uma nova dimensão estética, conferindo-lhes os visuais mais deslumbrantes que já receberam em qualquer relançamento. As cores explodem em vibrância, os ambientes são minuciosamente detalhados e os modelos pixelados dos personagens transbordam uma personalidade e distinção sem precedentes na história da série.
Esta magia visual é mais palpável na exploração do mundo. Onde os originais esboçavam uma jornada básica entre pontos no mapa, o remake respira vida na própria paisagem. Vilarejos agora emanam um calor convidivo com o brilho dourado de lanternas, rios cintilam sob a luz do sol, e florestas ancestrais elevam-se de meros quadrados no mapa a cenários dramáticos e imponentes. Cada travessia se transforma em uma descoberta, impulsionada por detalhes ambientais meticulosos que tornam a aventura intrinsecamente mais gratificante.
A representação em 3D de Alefgard e dos continentes vizinhos é um verdadeiro deleite para os olhos. O estilo, aperfeiçoado a partir do remake do terceiro jogo, é uma celebração de pequenos milagres: águas que fluem com realismo, campos de grama que ondulam suavemente ao vento e uma paleta de cores que realça cada canto do mundo. Os sprites de alta qualidade fundem-se perfeitamente a esses cenários, honrando o design icônico de Akira Toriyama. A trilha sonora, por sua vez, recebeu um tratamento majestoso, com os arranjos orquestrais de Koichi Sugiyama ganhando novo destaque.
O resultado técnico é impecável. No PlayStation 5, o jogo roda em resolução 4K a 60 FPS no Modo Gráfico, sem uma única queda perceptível de desempenho durante as mais de 45 horas de jornada. A existência de um Modo Desempenho é quase redundante, dada a fluidez absoluta da experiência principal.
A Square Enix consolida sua maestria com o estilo HD-2D. O uso magistral da iluminação confere a cada ambiente uma profundidade e naturalidade impressionantes. O refinamento visível em cada textura de um edifício, na silhueta de uma montanha ou no brilho de um equipamento transforma a simples exploração em um prazer visual contínuo. É um testemunho do domínio da desenvolvedora que, mesmo esperando-se excelência, a descoberta de cada nova área e o encontro com cada novo inimigo ainda sejam capazes de causar um impacto profundo de admiração.
Trilha Sonora e Som
A trilha sonora totalmente orquestrada que acompanha a jornada se ergue sem esforço entre as melhores dos JRPGs. É uma composição grandiosa e profundamente emotiva que se casa com perfeição absoluta com o mundo de fantasia de inspiração medieval, elevando cada momento de exploração e cada batalha. Esta base sonora majestosa é meticulosamente entrelaçada com os trechos de áudio clássicos que os fãs recordam com carinho – o swoosh característico de um ataque, o ruído peculiar ao viajar entre áreas. Esta fusão inteligente de elementos modernos e nostálgicos atua como uma ponte eficaz entre o passado e o presente, honrando as raízes dos jogos enquanto os atualiza sensorialmente.
A única ressalva neste concerto auditivo reside na curta duração de cada faixa musical. Embora belíssimas individualmente, as composições tendem a se repetir com certa frequência ao longo da longa jornada, o que pode, eventualmente, revelar uma certa ciclicidade para o ouvido mais atento.
Falando em inovações, Dragon Quest I & II HD-2D Remake marca um marco histórico: é a primeira vez que os jogos contam com dublagem. Seguindo a tradição de títulos como Octopath Traveler, a voz humana é um recurso utilizado com parcimônia, reservada para momentos cruciais da narrativa. Embora esses momentos possam parecer esparsos, sua execução é impecável. Cada linha dublada serve como um ponto de ancoragem emocional, dando uma vida nova e uma imersão moderna à trama principal de uma forma que era inimaginável nas versões originais. É um toque de sofisticação que humaniza os heróis e vilões, enriquecendo profundamente a experiência narrativa.
Vale a Pena?
Dragon Quest I & II HD-2D Remake se consolida como um retorno respeitoso e meticuloso às origens do JRPG. Este pacote é, sem dúvida, a maneira definitiva de vivenciar estes dois clássicos, graças à sua deslumbrante reformulação visual, às expansões narrativas que dão nova profundidade ao mundo e a uma trilha sonora orquestral majestosa. A equipe da Artdink realizou a proeza de atualizar as experiências sem violar sua alma, criando uma ponte impressionante entre o passado e o presente.
No entanto, essa fidelidade é um arma de dois gumes. A jogabilidade tradicional e metódica, com seu combate por turnos deliberadamente simples, sua progressão linear entre cidade e masmorra e a frequência elevada de encontros aleatórios, permanece intacta. Embora as melhorias de qualidade de vida tenham suavizado significativamente as arestas mais ásperas, a essência da experiência é inegavelmente datada. O ritmo pode ser lento e a repetição, um teste de paciência para quem não está preparado.
Esta é uma oferta que sabe exatamente para quem foi feita. Fãs de longa data encontrarão uma celebração nostálgica e comovente, onde cada novo detalhe visual e cena expandida serve para aprofundar o amor por estes mundos. Para eles, é um triunfo absoluto.
Já para o jogador moderno, acostumado ao ritmo e à complexidade de títulos como Dragon Quest XI, o apelo será mais seletivo. Dragon Quest II, com seu escopo maior e grupo de personagens, carrega o peso do pacote, oferecendo uma aventura mais robusta. Já a jornada solitária de Dragon Quest I pode parecer uma relíquia árdua, justificada mais pela nostalgia do que por seu design envelhecido.
Em suma, este remake é um testemunho lindamente executado de uma era passada. Ele não busca converter céticos, mas sim honrar seu legado com um nível de cuidado e arte que poucas produções recebem. Apreciá-lo em sua totalidade exige uma mentalidade específica—uma vontade de abraçar a tradição em sua forma mais pura e celebrar as raízes que sustentam uma das séries mais amadas da história.
*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Square-Enix.
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Notas do Jogo

Título: Hollow Knight: Silksong
Descrição do jogo: DRAGON QUEST I & II HD-2D Remake é uma incrível reimaginação das duas primeiras aventuras lendárias da Erdrick Trilogy, ambas em um só pacote.
Gênero: JRPG e Turnos
Lançamento: 30/10/2025
Produtora: Square Enix
Distribuidora: Square Enix
Nota
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História - 7/10
7/10
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Jogabilidade - 7.5/10
7.5/10
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Gráficos - 8.5/10
8.5/10
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Trilha Sonora e Som - 9/10
9/10
Veredito
Dragon Quest I & II HD-2D Remake é um tributo visualmente deslumbrante e fiel aos clássicos originais, oferecendo a experiência definitiva para os fãs. Sua jogabilidade tradicional, no entanto, mantém um ritmo lento e repetitivo que pode afastar jogadores acostumados a convenções modernas. Enquanto Dragon Quest II se sustenta melhor com seu escopo mais amplo, a jornada solitária do primeiro jogo parece notavelmente datada. A obra é uma celebração nostálgica e impecável de uma era passada do JRPG. Seu maior apelo está em quem busca preservar a essência clássica, e não em revolucioná-la.
Vantagens
- Visual deslumbrante em HD-2D
- Expansão magistral da narrativa clássica
- Trilha sonora orquestral e dublagem de qualidade
- Melhorias de qualidade de vida essenciais
- Superioridade e conteúdo extra de Dragon Quest II
Desvantagens
- Combate lento e repetitivo
- Jogabilidade de Dragon Quest 1 desatualizada
- Progressão de jogo cansativa em sequência
- Encontros aleatórios excessivamente frequentes
- Design de dungeons e interface básicos
DRAGON QUEST I & II HD-2D Remake é uma incrível reimaginação das duas primeiras aventuras lendárias da Erdrick Trilogy, ambas em um só pacote.













