Review | Born of Bread


Muitos jogos da indústria são inspirados pelas obras da Nintendo. Enquanto a maioria usam referências da série de plataforma Super Mario, outros usam conceitos da série Zelda. Surgindo na mesma ideia de inspiração, desenvolvido pela WildArts Studio e publicado pela Dear Villagers anunciaram Born of Bread, um RPG que se inspira muito na franquia Paper Mario.

Born of Bread será lançado para PlayStation 5, Xbox Series, Switch e PC via Steam em 5 de dezembro

História

Review Born of Bread História

Em uma noite de banquete em um castelo de um reino longínquo, um padeiro (Papa Baker) está preparando uma misteriosa receita. De dentro do forno, surge um golem de pão e ele é chamado pelo seu pai de Loaf. Ao explorar perdido pelo castelo, Loaf acaba na sala do trono de uma rainha de pavio curto.

Em uma floresta, um grupo de pesquisadores estão investigando as ruínas de um civilização antiga quando ressuscitam acidentalmente quatro seres malignos. Saídos do passado e liderados pelo príncipe baixinho dessa civilização, seu intuito é cumprir a missão dada pelo Imperador, seu pai, e reunir fragmentos da Pedra do Sol para trazer de volta todo o império caído para o presente. O príncipe sente que o primeiro estilhaço do cristal está localizado no castelo e junto dos seus subordinados, invadem o reino.

Review Born of Bread Vilões

Após uma sucessão de atos atrapalhados e desencontros, a rainha perde o seu fragmento e acaba culpando o padeiro pela tragédia e a destruição do seu reino. Imbuído pela vontade de ajudar seu pai, Loaf parte em busca de provas para inocentá-lo enquanto no caminho encontra amigos que o ajudarão na jornada de se tornar um herói e salvar o mnndo.

Campanha

A maior força de sua narrativa reside nos personagens bem carismáticos. Enquanto Loaf serve como o protagonista silencioso que esbanja carisma pelas suas expressões, temos o guaxinim medroso Lint que procura os seus pais, um lutador cabra que se junta ao seu grupo para superar o seu rival que parece o Sasuke e uma garotinha detetive obstinada. Não só os personagens principais, mas os vilões também possuem elementos narrativos mais complexos que acabei não esperando.

Review Born of Bread Personagens

Mas o maior problema da sua campanha é que o seu objetivo final é simples e genérico e os caminhos para o seu desenvolvimento seguem arcos medianos que se concentram a introduzir novos party members enquanto os vilões vão reunindo fragmentos do cristal não importando o que você faça para impedir.

Gameplay

Born of Bread é um jogo de RPG por turnos, chamados por eles mesmos de “QTE Turn-based”. Tendo uma clara inspiração, o jogo empresta diversas mecânicas vitais da série Paper Mario e a utiliza como núcleo do seu gameplay. Cada ataque possui um acionamento diferente, onde pode ser preciso segurar botão, apertar no tempo acerto, acertar botões em sequência, manter o ícone no centro de um alvo e uma quantidade variada de QTEs que irão definir a efetividade dos seus ataques, além de funcionar de forma parecida também ao defender.

Review Born of Bread Combate

O jogador tem à disposição dois lutadores por vez no campo de batalha onde o companheiro pode ser trocado por outros no meio do combate. Enquanto os ataques de Loaf são baseados em armas diversas que você encontra pela jornada, explorando ou fazendo secundárias, os outros personagens possuem cada uma curta árvore de habilidades onde você desbloqueia novas skills usando pontos que são adquiridos ao encontrar lagartos e trocá-los com um NPC místico.

Cada ataque pode possuir efeitos de status negativos diversos, assim como acertar um único adversário ou em grupo. Estes ataques também custam recursos, definidos pela barra de WP (Will Points) e as vezes de RP (Resolve Points). O jogo também conta com Especiais, que usam a barra de RP e conferem buffs temporários na batalha.

Review Born of Bread Fase

Possuindo um sistema de “plateia virtual“, o jogo possui comentários em tempo real de pessoas fictícias que estão assistindo a transmissão dos seus feitos. Sendo registrado pelo dragãozinho simpático roxo chamado “Dub“, o jogo possui alguns pedidos de viewers que pedem uma ação específica que pode conferir ganhos bônus de WP e RP. Tal sistema não se torna tão fundamental para o jogo e ele pode ser ignorado sem qualquer prejuízo para a experiência.

Review Born of Bread Level Up

Saber administrar o uso dessas barras e distribuir o dano tomado entre Loaf e o party member é a chave para o sistema de combate de Born of Bread, que pode decepcionar aqueles que buscam desafio. Apesar do jogo dar game over se você deixar Loaf perder, o jogador não enfrentará dificuldade em nenhum momento da campanha.

Ganhamos a chance de escolha aumentar HP, WP, SP, espaço na mochila para equipar mais armas e acessórios que conferem efeitos adicionais a cada 100 pontos de experiência ganhos, e como o jogo não tem nível, tanto nossos personagens quanto os inimigos não ganham aumentos de força e defesa. A decisão pode funcionar bem para manter sob controle a curva de dificuldade do jogo, mas pessoalmente a ausência de uma evolução real em um RPG acaba tornando toda a experiência tediosa depois de algumas horas, onde batalhas começam a se repetir demais e combates regulares se prolongam.

Review Born of Bread Equipamentos

Fora do combate, cada arco da campanha coloca à disposição do jogador um mapa com objetivos diferentes para resolver. Enquanto na floresta temos que pacificar um vilarejo para conseguir restabelecer a energia para entrar nas ruínas, do outro lado precisamos participar de um torneio de artes marciais para conseguir um estilhaço do cristal e investigamos uma mansão repleta de monstros onde temos que cumprir pequenas tarefas para conseguir chaves que desbloqueiam portas. Tudo isso, usando habilidades específicas de cada party member para resolver puzzles de cenário, como tornar tangível objetos transparentes, queimar obstáculos, cavar montes de terra e usar ganchos para transitar entre plataformas.

Review Born of Bread Level Design

A exploração do jogo recompensa os jogadores, lhe dando armas e acessórios importantes e a capacidade de interagir com objetos em busca de itens e dinheiro carrega o dinamismo da jogabilidade. O maior problema do jogo reside no seu mapa pouco claro e a limitação de carregar objetos, obrigando o jogador a descartar itens a todo momento por falta de espaço onde nem mesmo a expansão de inventário consegue resolver o incômodo.

Gráficos e Direção de Arte

Review Born of Bread Gráficos

Ambientado em um 2.5D bonito, Born of Bread esbanja simpatia na sua direção de arte. Com personagens e cenários desenhados à mão, seu design único é responsável por todo o carisma visual que o jogo contêm e é o maior ponto alto do game.

Na minha experiência acabei testemunhando uma onda de bugs diferentes que vão desde travamentos até mecânicas importantes não funcionando. Acabei sofrendo um bug na parte onde precisamos usar o gancho para acessar novas áreas que me impediu de progredir na campanha e que espero que seja solucionado, já que se trata de uma falha grave que não permite que o jogador termine o jogo. 

Trilha Sonora e Som

Born of Bread é composto pelo Robert Kilpatrick e todas as suas músicas são alegres e cartunescas, passando a sensação daqueles jogos familiares simples com músicas gostosas de ouvir, mas que chegam a serem marcantes.

O jogo não conta com dublagens para nenhuma língua e não possui legendas para português doBrasil. Como o game possui diversas falas com piadas, ironias e termos informais, muito do entendimento desses diálogos acaba se perdendo para quem não for fluente na lingua.

Vale a Pena?

Review Born of Bread Vale a Pena

Apesar de nunca negar a sua referência, Born of Bread possui um grande carisma próprio e não se limita a ser apenas uma homenagem a Paper Mario. Com uma campanha infantil e boba, seus personagens acabam ganhando algumas nuances humanas que acabaram me surpreendendo.

De início, seu sistema de combate é divertido, mas a falta de um desafio e a ausência de uma maior complexidade nas estatísticas dos personagens torna todo o seu sistema raso e enjoativo depois de um tempo. A presença de puzzles de cenário simples e alguns desafios de plataforma acabam ajudando a manter a diversão do jogo a níveis satisfatórios, mas bugs graves atrapalham muito a experiência geral.

Born of Bread é simpático, carismático e bonito. Trazendo uma sensação familiar, é um jogo cheio de coração e amor por games, apesar das suas falhas.

Notas do Jogo
Review Born of Bread PS5

Título: Born of Bread

Descrição do jogo: Há seres de outra era a causar o caos no mundo! E tais atos representam uma enorme ameaça a todos. O herói improvável, um golem nascido do pão, vê-se juntamente com os seus novos amigos no miolo de um drama que remonta a milhares de anos atrás. Juntos irão conhecer personagens fascinantes e visitar locais incríveis. Nunca se julga um livro pela capa: Loaf pãode bem ser o herói de que este mundo tanto precisa.

Gênero: RPG

Lançamento: 05/12/2023

Produtora: WildArts Studio Inc.

Distribuidora: Dear Villagers

COMPRAR

Nota
7.4/10
7.4/10
  • História - 6.5/10
    6.5/10
  • Jogabilidade - 7.5/10
    7.5/10
  • Gráficos - 8/10
    8/10
  • Trilha Sonora e Som - 7.5/10
    7.5/10

Veredito

Apesar de nunca negar a sua referência, Born of Bread possui um grande carisma próprio e não se limita a ser apenas uma homenagem a Paper Mario. Com uma campanha infantil e boba, seus personagens acabam ganhando algumas nuances humanas que acabaram me surpreendendo.

De início, seu sistema de combate é divertido, mas a falta de um desafio e a ausência de uma maior complexidade nas estatísticas dos personagens torna todo o seu sistema raso e enjoativo depois de um tempo. A presença de puzzles de cenário simples e alguns desafios de plataforma acabam ajudando a manter a diversão do jogo a níveis satisfatórios, mas bugs graves atrapalham muito a experiência geral.

Born of Bread é simpático, carismático e bonito. Trazendo uma sensação familiar, é um jogo cheio de coração e amor por games, apesar das suas falhas.

Vantagens

  • Diálogos bem humorados;
  • Personagens carismáticos e divertido;
  • QTEs de combate e mecânicas de puzzles tornam o gameplay divertido;
  • Direção de arte bonita e única.

Desvantagens

  • Objetivo bobo principal da campanha;
  • Jogo muito fácil;
  • Ausência de nível torna a progressão rasa;
  • Muitos bugs e alguns críticos.

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.