Análise | Marvel’s Spider Man: Miles Morales


Marvel’s Spider-Man: Miles Morales, desenvolvido pela Insomniac Games foi lançado para o PlayStation 4 (PS4) e PlayStation 5 (PS5) em 12 de novembro de 2020. Após o grande sucesso do antecessor em 2018, Marvel’s Spider-Man, o jogo é uma continuação introduzindo um novo personagem para o público do aranha, Miles Morales, mas para começar a analisar o jogo, é necessário dar contexto a este novo personagem até então desconhecido para o grande público.

Miles Morales nos quadrinhos pertence à realidade alternativa da Terra-1610. Ele é um jovem adolescente da cidade de Nova York que vive no bairro do Harlem. Nos quadrinhos, Peter Parker dessa dimensão é morto e Miles decide assumir as responsabilidades do seu ídolo.

No jogo de 2018, Miles Morales conhece Peter Parker após a morte do seu pai, o policial Jefferson Davis, que acaba morto em um atentado terrorista do Mister Negativo. Peter acaba se compadecendo da perda paternal de Miles e decide ajudá-lo o convidando a ser voluntário no F.E.A.S.T junto com a tia May.

Em um dado momento da história, uma aranha geneticamente modificada escapa do laboratório secreto de Norman Osborn e acaba picando Miles Morales. Com isso, Miles adquire diversos poderes aranha iguais ao do seu ídolo e no final do primeiro jogo, ele decide revelar ao seu grande amigo, Peter. Peter por sua vez, decide também revelar que ele é o Spider-Man e assim temos a porta para a continuação.

Os desenvolvedores de Marvel’s Spider-Man: Miles Morales avisaram que o jogo não tinha uma escala tão grande quanto o primeiro e por isso, ele seria mais curto, portanto seria um jogo standalone como o Uncharted: The Lost Legacy. Esse discurso seria bacana, mas não se sustentou quando foi revelado o preço de lançamento, já que o preço cobrado é de um jogo AAA.

História

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A história da continuação acontece após um ano dos acontecimentos do jogo original do Spider-Man no PS4. Com a ajuda de Peter Parker, Miles progrediu muito no domínio de suas habilidades de aranha. Peter age como um mentor dando ensinamentos ao jovem de como lidar como um herói.

Em dado momento, os dois fazem a escolta de Rhino, preso em uma caixa de metal superprotegida carregada por um helicóptero. Rhino acaba se soltando e os dois lutam juntos com o vilão. Peter Parker luta sozinho e termina severamente machucado. Miles chega para ajudar e acaba manifestando um novo poder até então adormecido, chamado de Venom por ele, se tratando de poderes elétricos. Miles consegue derrotar Rhino com a manifestação deste novo poder e o vilão é levado pela megacorporação chamada Roxxon Energy Corporation.

Peter Parker avisa a Miles que terá que se ausentar de Nova York para uma viagem com a Mary Jane e deixa a proteção da cidade ao novato Miles Morales. Dividido em sua rotina de super-herói, filho de uma candidata política e morador do bairro do Harlem, Miles vai tentando resolver problemas da cidade com o seu fiel amigo Ganke Lee enquanto Peter se ausenta.

Tinkerer, líder do Underground

A mãe de Miles, Rio Morales, decide fazer um comício para a sua campanha para a Câmara Municipal, ela é contra as ações da Roxxon Energy, liderada pelo Simon Krieger. Um grupo de resistência surge no comício, chamado de Underground, liderado pela sua líder, Tinkerer. O grupo decide estragar a festa para roubar uma nova fonte de energia experimental chamada de Newform criada pela Roxxon Energy sendo transportada por uma van. Com isso uma grande batalha se instala na ponte Braithwaite, os soldados da Roxxon contra o grupo Underground.

Miles decide ir para lá e acaba provocando um explosão na ponte com os seus novos poderes. Após Miles conseguir salvar a população na ponte, ele tenta impedir que Tinkerer fuja com o Newform e acaba fundindo a nova fonte de energia com a bioeletricidade dos poderes Venom. Tinkerer consegue fugir com o Newform jurando se vingar da Roxxon.

Com toda essa confusão armada, Miles agora terá que proteger a cidade sem o seu mentor no meio de uma conflito entre a Underground e a Roxxon.

Campanha

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A campanha do jogo é muito curta. Contendo uma duração de campanha de cerca de 7 horas em comparação as 17 horas do primeiro jogo. Por ser uma campanha curta, o desenvolvimento dos personagens acaba sendo comprometido deixando a narrativa pouco convincente e inspirada. Claro que o jogo te entrega uma narrativa redonda e satisfatória, mas para quem demanda maiores construções de personagem e motivações dos vilões, não irá se engajar quanto se espera de um jogo AAA.

Miles Morales tem o seu carisma, mas a sua personalidade é parecida com a do Peter Parker, já que o bom humor e sarcasmo originários do Spider-Man que conhecemos é praticamente o mesmo. A única diferença dele para o Peter, além da sua história pessoal, é a interação com o seu melhor amigo, Ganke Lee, que funciona como um parceiro auxiliar de batalha, além disso, nada mais. Senti falta de um maior trabalho único para o personagem para dissociá-lo da imagem do original, mas o pouco tempo de background narrativo não permitiu que um maior trabalho fosse feito nesse sentido.

Gameplay

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Basicamente: é o MESMO jogo de 2018 com menos gadgets e com o poder Venom. Para quem não conhece e não jogou, essa nova série possui um controle extremamente fluido e o melhor criado para o sistema de lançar teias em um jog do Spider-Man para se pendurar entre os prédios e construções. Já o seu sistema de batalha é baseado no sistema da série do Batman Arkham, onde há vários combinações de golpes usando os mesmos botões, uso de esquiva na hora certa usando o sentido aranha, uso de gadgets e poderes especiais.

A diferença neste sentido entre o primeiro jogo de 2018 e o Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é somente nas movimentações. Miles por ser mais novato, é mais inseguro nas manobras e acrobacias, portanto é possível vê-lo sendo desastrado ao se pendurar ou atacar inimigos.

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Já nos gadgets, o jogo oferece uma gama bem menor e reduzida se limitando a Minas Remotas, Lançadores de Teia, Holo-Drones (seres holográficos que te ajudam em batalha) e o Poço Gravitacional. Isso já é uma redução em 50% do primeiro jogo, onde continha 8 gadgets, mas elas são muito úteis no jogo, apesar de ofereceram menor versatilidade de gameplay.

Indo para os poderes Venom, a bioeletricidade adquirida por Miles, pode ser usada nas batalhas, nos “puzzles”, durante a ação furtiva e até mesmo para se balançar pela cidade. Nas batalhas, com o botão L1 pressionado e o quadrado, Miles pode desferir socos carregados com o poder, lançar um grupo de inimigos para o ar, explodir e socar o chão. Nos “puzzles” pouco desafiantes e repetitivos abaixo até mesmo dos que existiam no primeiro jogo, ele é somente feito para ligar geradores de energia. No stealth, os poderes de bioeletricidade saem e entram o de invisibilidade temporária, onde Miles possui uma barra própria o seu uso e é a melhor ferramenta criada neste novas série para este modo de jogo. Ao se balançar na cidade, Miles pode usar os poderes Venom para conseguir um impulso de velocidade e conseguir impulso de altura.

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Outro fator novo é o aplicativo, Spider-Man: Amigo da Vizinhança, criado por Ganke Lee onde organiza as missões secundárias. Este aplicativo contêm missões dadas por cidadãos da cidade que precisam te ajuda, seja para encontrar carros até pombas. O aplicativo também abriga os crimes da cidade, ajudando a encontrá-los mais rápido ao invés de ficar caçando pela cidade como no primeiro jogo.

Fora estas pequenas novidades, não há mais nada que se difere do primeiro jogo. O jogo possui níveis, há três árvores de habilidades que são fáceis de upar, trajes desbloqueáveis, efeitos de status para melhorar a sua jornada.

Gráficos

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O jogo avaliado foi jogado no PS4 Pro, portanto minha análise não será baseada na versão de PlayStation 5 com ray tracing.

O mesmo jogo com skin de Natal e neve. Por ser a mesma cidade, sem grandes localizações diferentes, o jogo não possui diferencial nem na direção artística. Isso não quer dizer que seja ruim, o jogo de 2018 já era muito bom graficamente e o Marvel’s Spider-Man Miles Morales continua ostentando visuais incríveis.

Com uma cidade vibrante, variações de iluminação baseadas em climas e horários do dia, Nova York continua bela com os seus milhares de prédios, trânsito e ruas cheias de pessoas. Os uniformes seguem a sua mescla de esquisitos e outros muito legais. O uniforme do filme ganhador do Oscar de Melhor Filmes de Animação de 2018, o Homem-Aranha no Aranhaverso está presente e de longe é o mais divertido da série, contendo efeitos de fps menores para simular o mesmo efeito do filme de animação causando uma sensação divertida. Além disso, as texturas dos uniformes são muito detalhadas podendo ser possível ver ranhuras, contornos e detalhes.

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A polêmica fica em torno das expressões, elas continuam sendo muito bem animadas apresentando um ótimo trabalho, mas a polêmica gira em torno da mudança não tão benvinda do ator de Peter Parker, trocando o ótimo John Bubniak para o mais jovem Ben Jordan. A mudança não chega a estragar em nada o jogo, porque Peter representa quase nada na narrativa de Miles Morales, mas cria um estranhamento compreensível, já que o jogo de 2018 foi muito bem recebido, tanto pelo gameplay quanto pelo novo Spider-Man.

Trilha Sonora e Som

Mias uma vez, a trilha sonora é composta pelo John Paesano, compositor de trilhas de jogos como Mass Effect: Andromeda, Gran Turismo Sport e Detroit: Become Human. O jogo contêm todas aquelas músicas famosas de heróis, com muito uso de trompetes, mas para dar uma ar diferenciado para Miles Morales, é colocado o uso de batidas originárias de Hip-Hop e Jazz causando um efeito diferente e próprio para o novo Spider-Man.

O jogo conta mais uma vez com a dublagem em português do Brasil. Como era de se esperar, a dublagem continua competente, com o ótimo Ítalo Ruiz como Miles Morales, Rodrigo Firmino como Ganke Lee, bruna Matta como Phin Mason e Roberto Garcia como Simon Krieger. A única baixa é a mudança do dublador do J. Jonah Jameson, já que o dublador do jogo de 2018 conseguiu captar melhor a mal humor explosivo e engraçado do personagem.

Vale a Pena?

Marvels Spider-Man Miles Morales imagem detalhes

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales só comprova a qualidade do primeiro de 2018 quando ele usa de todas as suas mecânicas e ainda se mantêm um ótimo jogo. Com uma narrativa dinâmica e padrão, ela carece de maior trabalho de desenvolvimento e não chega a ser memorável por conta da sua curta duração. Miles Morales merecia maior trabalho de personagem para torná-lo único e diferente de Peter, pena este jogo ter perdido essa chance de fazer algo a mais com o personagem, servindo apenas de um trabalho de roteiro introdutório.

Com um gameplay que continua muito divertido contribuindo para um combate ágil e um sistema de lançar teias fluído, o jogo se sobressai neste quesito. Com menos gadgets, mas ainda úteis, o jogo também não aproveita da individualidade de Miles e se limita a mudar pequenos movimentos de acrobacias na sua animação e um poder novo ao invés de criar um novo Spider-Man, acabou criando um genérico.

Confira a Política de Reviews do PS Verso

Notas do Jogo
Marvels Spider-Man Miles Morales capa

Título: Marvel's Spider Man: Miles Morales

Descrição do jogo: Na aventura mais recente do universo de Marvel's Spider-Man, o adolescente Miles Morales está se adaptando à sua nova casa enquanto segue os passos de seu mentor, Peter Parker, para se tornar um novo Spider-Man. Mas uma violenta disputa de forças ameaça destruir seu novo lar e faz o aspirante a herói perceber que com grandes poderes também vêm grandes responsabilidades. Para salvar a Nova York da Marvel, Miles precisa reconhecer e assumir o título de Spider-Man.

Gênero: Ação

Lançamento: 12 de Novembro de 2020

Produtora: Insomniac Games

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

COMPRAR

Nota
8.4/10
8.4/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 8/10
    8/10
  • Gráficos - 8.5/10
    8.5/10
  • Trilha Sonora e Som - 10/10
    10/10

Veredito

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales só comprova a qualidade do primeiro de 2018 quando ele usa de todas as suas mecânicas e ainda se mantêm um ótimo jogo. Com uma narrativa dinâmica e padrão, ela carece de maior trabalho de desenvolvimento e não chega a ser memorável por conta da sua curta duração. Miles Morales merecia maior trabalho de personagem para torná-lo único e diferente de Peter, pena este jogo ter perdido essa chance de fazer algo a mais com o personagem, servindo apenas de um trabalho de roteiro introdutório.

Vantagens

  • Combate divertido e dinâmico
  • Sistema de se balançar pela cidade continua fluído
  • Ótimos gráficos
  • Boa trilha sonora e dublagem

Desvantagens

  • Missões secundárias pouco criativas
  • História curta e protocolar
  • Miles Morales merecia um enredo melhor
  • Puzzles muito fáceis
  • Por ser standalone, merecia ser um jogo mais barato

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.

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