Review | Death’s Door


review Death's Door análise
7.5/10

Death’s Door foi publicado pela Devolver Digital e desenvolvido pela pequena Acid Nerve, um pequeno estúdio com duas pessoas, Mark Foster e David Fenn. O estúdio já havia produzido outro indie de destaque, Titan Souls. Foster ficou responsável com a programação, design, escrita e animação; Fenn ficou responsável pela produção, design, composição e direção de som. Os dois tiveram ajuda de dois artistas conceituais e um modelador. 

Voltando mais uma vez ao cenário de games, o estúdio lança outra proposta indie, um jogo parecido com Titan Souls, só que mais polido e com maiores inspirações em Zelda e Dark Souls.

História

Você é um corvo, que depois de uma viagem de ônibus chega ao seu trabalho habitual, ser um ceifador de almas. Você chega na Sede do Comitê dos Ceifadores onde o tempo não afeta os mortais e os corvos podem viver para sempre. Os ceifadores precisa fazer viagens ao mundo real para coletar almas para o seu chefe, o Senhor das Portas. Seu personagem é incumbido com a missão de coletar uma Alma Gigante nas mãos de uma uma criatura monstruosa. Quando você acaba de coletar a alma um grande corvo acaba roubando ela de você e foge por uma porta.

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Na história do jogo, um ceifador que falha na chance de coletar uma alma designada não pode mais ficar nos escritórios. Para isso você terá que recuperar a Alma Gigante roubada de você pelo corvo misterioso. Você encontra o ladrão, trata-se do Corvo Cinzento, um corvo ceifador aposentado que falhou na missão de coletar uma Alma Gigante e perdeu a sua alma, ele acredita que sua alma ficou atrás de uma grande porta, A Porta da Morte, e para abri-la ele precisaria de três Almas Gigantes. O Corvo Cinzento relata que enviou a alma roubada para a porta com o motivo de abri-la, mas foi insuficiente. Ele conta a sua história para o seu personagem e te propõe que para recuperar a alma roubada, você terá que coletar três Almas Gigantes para abrir a porta e assim a história começa.

Campanha

Como você se comportaria se soubesse desde o dia em que nasceu o dia exato que morreria? Você aceitaria o seu destino se comprometendo a viver intensamente sob o seu propósito até a sua data final ou sabendo que há uma possibilidade de estender este tempo entre o mundo dos vivos, atropelaria toda a moral e o ciclo natural da vida para se manter vivo? É neste dilema que Death’s Door sustenta sua narrativa.

Na história do jogo, a Morte desapareceu e cabe aos ceifadores levarem as almas para o seu descanso (Éterea) a fim de serem renovadas e criarem novas vidas, se formando um ciclo de vida e morte. Algumas dessas almas, se negando a morrer, ficam tempo demais e elas acabam se corrompendo e se tornando malignas.

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Sem fazer julgamento sobre as ações dos personagens, a narrativa te força a compreender que alguns na fuga desesperada de escapar da morte e do esquecimento, podem cometer loucuras acreditando estar fazendo a melhor das ações. É essa história de cada um dos vilões gigantes onde você terá que adquirir as Almas Gigantes, cada um possui uma breve história onde se negaram a morrer acreditando que estariam fazendo o melhor dos atos, mas por estarem tanto tempo entre os vivos, acabaram sendo corrompidos e arrastando pessoas queridas nesse processo de não aceitação.

É uma campanha simples com cerca de 10 horas de duração, possuindo poucos diálogos, mas contendo propósitos fáceis de entender e um roteiro direto, Death’s Door não possui um grande trabalho sobre seu protagonista e seu vilão, brilha no cenário do jogo e nas histórias particulares dos três Gigantes. A narrativa é boa o bastante para te entreter durante o jogo, mas não tão boa para se tornar marcante.

Gameplay

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O gameplay adota a visão isométrica já bem conhecida usada em jogos da franquia Zelda, Hades e etc. O jogo conta com movimentos simples como golpe normal, forte, rolar e o uso de habilidades especiais.

Sobre as armas para atacar, você poderá encontrá-las durante a campanha ou espalhadas pelo mapa. Simplesmente elas se diferem sobre sua força, capacidade de golpes consecutivos, velocidade de ataque e alcance. Além disso, ao derrotar um inimigo ou coletar esferas você ganhará uma quantidade de Energias da Alma, que você pode trocá-las por melhorias para o seu personagem como aumentar a sua força, velocidade de ataque, velocidade de movimentação e força das habilidades especiais. Você também pode aumentar a sua barra de vida coletando 4 fragmentos de cristais de vida encontrados escondidos pelos mapas e também aumentar sua barra de magia, encontrando 4 fragmentos de cristal mágicos.

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Sobre as habilidades especiais, em cada dungeon em busca de cada uma das três Almas Gigantes, tirando o Arco e Flecha que começa com você, você irá encontrá-las que se tratam: Bola de fogo, Bomba e Gancho. Essas habilidades podem te ajudar tanto no combate quanto nos puzzles espalhados pelas dungeons.

Sobre o combate, os inimigos possuem movimentos únicos que demandam atenção do jogador. O segredo do seu combate é saber os movimentos dos inimigos, conhecer as janelas para atacar e saber o momento de usar a esquiva. A experiência das armas é muito parecida em seu efeito, se diferindo mais na quantidade da sequência de ataques e força, sem grandes efeitos adicionais. O jogo possui uma dificuldade padrão, não chega a ser difícil, mas também não chegará a ser desafiante, e vai escalando aos poucos colocando diversos inimigos diferentes em tela para prejudicar o jogador. Esse não é um jogo para se jogar no automático e sim com a atenção e reflexos ligados.

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Nos simpáticos chefes, cada um possui um sistema diferente com movimentos e janelas de ataque distintos, chegam bem longe de serem desafiantes, possuindo batalhas divertidas onde o jogo consegue brilhar mais no combate. Infelizmente, por ter pouca variedade de inimigos e poucas mecânicas de gameplay os combates comuns vão se tornando repetitivos e enjoativos. As habilidades especiais pouco variam a experiência já que três delas são projéteis e a última, o gancho, é a única habilidade que incrementa uma novidade no gameplay, mas é implementada tarde demais no jogo. Uma das coisas que me incomodou foi a lentidão da movimentação do personagem no deslocamento pelo cenário, me obrigando a ficar martelando o botão de rolar para conseguir um pouco mais de agilidade, se revelando, na minha experiência, uma necessidade de algum dash ou capacidade de correr mais rápido.

Sobre o seu level design, além das portas que servem mais como checkpoints, o jogo se sustenta em repetições de padrões. Cada jornada para a Alma Gigante é separada por três etapas em três mapas:

  • O primeiro mapa é recheado de inimigos.
  • O segundo você precisa resolver mais puzzles simples e encontrar 4 almas de corvos para liberar uma porta gigante, ao liberar a porta você terá que lutar com quatro hordas de inimigos, ao derrotá-los você irá ganhar a habilidade especial para acessar outras áreas.
  • O terceiro é acessado resolvendo puzzles com essa habilidade nova e ao passar dessa área você irá encontrar o chefão do local.

Cerca de 80% do jogo se sustenta nessa mecânica base de três pilares, que chega a ser divertido na primeira experiência, perde encanto no meio do segundo mapa e se torna enjoativo no terceiro.

Gráficos

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Por ser um jogo indie com orçamento limitado, é claro que Death’s Door não conta com um primor técnico cheio de efeitos, cenas, texturas e lindas animações faciais. Em jogos assim, é investido uma boa dose de direção artística, visuais mais cartunizados, menus com arte minimalista e um gráfico mais limpo e lavado.

Em resumo, é um jogo bonito dentro das suas limitações e consegue passar a sua mensagem visual quando solicitado, mas não se destaca nesse sentido.

Trilha Sonora e Som

Por ser desenvolvido apenas por duas pessoas, a trilha sonora do jogo foi composta pelo David Fenn. Com belas músicas passando uma sensação de calma em diversos momentos com uso de instrumentos de sopro como flautas e em momentos de maior tensão misturando instrumentos de sopro com instrumentos de percussão como tambores. A trilha sonora permite a imersão necessária que o jogo proporciona. Algumas músicas parecem versões alternativas de outras, pela óbvia limitação de compositores, mas consegue um resultado satisfatório no fim.

 

O jogo não conta com dublagem, mas é legendado em português do Brasil.

Vale a Pena?

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Death’s Door é uma grata surpresa e tem tudo para figurar em premiações na categoria de jogos independente de 2021. Com uma mensagem simples, mas profunda, ele nos ensina que deveríamos aceitar a morte não como um fim e sim como um ciclo natural da vida que deveria ser mais aceito.

O jogo contêm deslizes como a falta de movimentos, repetições de level design e pouca variedade de inimigos. Para conseguir fragmentos, armas não encontradas e assistir o final secreto do jogo, ele infelizmente demanda muito backtracking e para isso, seria necessário um mapa para conseguirmos nos localizar pelo mundo, o que infelizmente não foi pensado pelo estúdio, me deixando por diversas vezes perdido para que lugar eu deveria ir para acessar determinado local.

No fim, Death’s Door é um jogo divertido que possui seus problemas condizentes de um jogo independente, mas possui grandes qualidades que o faz se destacar entre os de sua categoria.

Confira a Política de Reviews do PS Verso

Notas do Jogo
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Título: Death's Door

Descrição do jogo: Capturar as almas dos mortos e bater o ponto no serviço pode ser monótono, mas é um trabalho honesto para um Corvo. O trabalho fica animado quando a alma designada a você é roubada e é preciso ir atrás de um ladrão desesperado em um reino intocado pela morte, onde as criaturas duram muito mais que o previsto e estão cheias de ganância e poder.

Gênero: Ação, Aventura, RPG

Lançamento: 23/11/2021

Produtora: Acid Nerve

Distribuidora: Devolver Digital

Nota
7.5/10
7.5/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 8/10
    8/10
  • Gráficos - 7/10
    7/10
  • Trilha Sonora e Som - 8/10
    8/10

Veredito

Death’s Door é uma grata surpresa e tem tudo para figurar em premiações na categoria de jogos independente de 2021. Com uma mensagem simples, mas profunda, ele nos ensina que deveríamos aceitar a morte não como um fim e sim como um ciclo natural da vida que deveria ser mais aceito.

O jogo contêm deslizes como a falta de movimentos, repetições de level design e pouca variedade de inimigos.

No fim, Death’s Door é um jogo divertido que possui seus problemas condizentes de um jogo independente, mas possui grandes qualidades que o faz se destacar entre os de sua categoria.

Vantagens

  • História simples, mas com uma mensagem profunda
  • Coveiro é o personagem mais humano e respeitoso na história dos games
  • Chefes simpáticos
  • Gameplay agradável
  • Batalhas contra chefes divertidas
  • Trilha sonora em sinergia com o gameplay
  • Dificuldade equilibrada
  • Boa direção artística
  • Puzzles divertidos

Desvantagens

  • Personagem principal e vilão pouco desenvolvidos
  • Armas com pouca diferença prática
  • Level design repetitivo
  • Pouca variedade de inimigos
  • Propostas de habilidades especiais muito parecidas
  • Limitação na experiência de gameplay

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.

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