O anúncio de Star Wars: Fate of the Old Republic foi, sem dúvida, a grande surpresa do The Game Awards 2025. A informação vinha de um rumor: o informante Kurakasis havia sugerido um título de Star Wars que terminava com “Old Republic”, mas a especulação geral apontava para uma nova versão do aguardado remake de Knights of the Old Republic.
A revelação, no entanto, trouxe algo completamente novo. O projeto será liderado por Casey Hudson, diretor e produtor do KOTOR original e da trilogia Mass Effect. Para desenvolvê-lo, Hudson fundou o Arcanaut Studios, um estúdio com sede em Edmonton e escritórios em Kelowna. A fundação é recente, datada de julho de 2025, um movimento natural após o fechamento de seu estúdio anterior, a Humanoid Origin, no final de 2024 por falta de financiamento.
Essa cronologia imediatamente resfriou parte do entusiasmo inicial. Se o estúdio é tão novo, quando o jogo de fato chegará? A sombra de outros grandes projetos de Star Wars anunciados prematuramente – como o próprio remake de KOTOR e Star Wars: Eclipse da Quantic Dream – pairava sobre a notícia. O temor foi vocalizado por Jason Schreier, da Bloomberg, em uma mensagem no Bluesky:
“A maior surpresa da noite passada foi Star Wars: Fate of the Old Republic, dirigido por Casey Hudson, que também dirigiu KOTOR (e Anthem). Notícia empolgante para muita gente… mas a Lucasfilm afirma que o estúdio foi fundado este ano, o que significa que 2030 é uma previsão otimista. Talvez seja um jogo para PlayStation 7.”
A lógica de Schreier parece sólida, considerando que o desenvolvimento de um jogo AAA costuma levar pelo menos cinco anos. No entanto, o próprio Casey Hudson posteriormente comentou a janela de lançamento, pedindo aos fãs que descartassem os rumores de 2030, pois o jogo chegaria antes. Dada a fonte, é razoável acreditar que exista um plano para um lançamento em, no máximo, quatro anos.
Mas isso é viável? Tudo depende de alguns fatores cruciais. O primeiro é o escopo do projeto. A Arcanaut e a Lucasfilm descrevem o jogo como um RPG de ação narrativo, o que na linguagem moderna dos desenvolvedores sugere uma experiência mais concisa e focada, distante dos vastos mundos abertos repletos de atividades secundárias. Não será uma simulação galáctica, mas uma jornada dirigida. Como Hudson explicou em entrevista ao site oficial de Star Wars, o foco está em criar uma “aventura cinematográfica poderosa, impulsionada pela autonomia do jogador, profundidade narrativa e construção de mundo imersiva”.
Este conceito não está tão distante do KOTOR original, um jogo de estrutura relativamente linear que, de acordo com o HowLongToBeat.com, oferecia cerca de sete horas e meia de conteúdo secundário. Com um escopo bem definido, um lançamento por volta de 2029 torna-se plausível. Um outro fator que poderia acelerar o processo é o uso estratégico de ferramentas de inteligência artificial em seu desenvolvimento, embora essa seja uma perspectiva que divide a opinião dos fãs.
Ainda assim, a espera será longa. Enquanto isso, um relatório recente traz alguma luz: o remake de KOTOR permanece em desenvolvimento na Mad Head Games e, se tudo correr bem, deve chegar antes de 2029. O mesmo se espera para Eclipse. Para completar o horizonte, a Respawn trabalha no terceiro e último título da série Star Wars: Jedi, cujo lançamento é esperado para o final de 2027 ou início de 2028.
No curto prazo, o ano que vem reserva aos fãs dois títulos: o jogo de corrida arcade Galactic Racer e o jogo de estratégia por turnos Zero Company. O futuro da galáxia nos jogos parece cheio, ainda que exija, mais uma vez, uma considerável dose de paciência.
