Antes mesmo de Dark Souls definir um gênero, Dante’s Inferno da Visceral Games já traçava seu próprio caminho sombrio, fundindo a brutalidade de God of War com uma atmosfera punitiva que cativou um público. Mesmo após seu lançamento e subsequente abandono pela EA, o título manteve uma base de fãs leal, que nunca deixou de imaginar o que uma sequência poderia ter sido.
Essa especulação ganhou contornos tangíveis. O IGN teve acesso a materiais que detalham o projeto de Dante’s Inferno 2: Purgatório, incluindo um roteiro de 240 páginas de Joshua Rubin, co-roteirista de Assassin’s Creed 2, arte conceitual e detalhes de jogabilidade. A sequência prometia intensificar a guerra cósmica, levando Dante a novos domínios, como o Jardim do Éden e as encostas do Monte Purgatório, além de explorar mais profundamente os círculos infernais.
A narrativa ambicionava uma fusão ousada, entrelaçando A Divina Comédia com Paraíso Perdido, o que traria uma representação mais complexa e neutra de Lúcifer. Filosoficamente, o jogo também evoluiria. Um funcionário da Visceral explicou a mudança de mentalidade: “Na época em que estávamos trabalhando no segundo [jogo], Uncharted 2 estava tendo uma grande influência nos jogos para um jogador: as cutscenes e os eventos de tempo rápido estavam sendo substituídos por sequências de jogabilidade roteirizadas, onde o jogador tinha controle total sobre o personagem.”
A ambição era que este salto qualitativo fosse tão significativo quanto a evolução entre Assassin’s Creed 1 e 2. Esta revelação, embora fascinante, serve principalmente para aguçar o desejo por uma experiência que os fãs nunca vivenciarão. No entanto, o legado deste projeto perdido permanece como um testamento criativo, inspirando a possibilidade de que, um dia, outra jornada épica entre o céu e o inferno possa finalmente encontrar seu caminho.
