Em Spirit of the North 2, a Infuse Studio amplia os horizontes de sua aventura contemplativa, levando os jogadores a uma jornada mais ambiciosa do que a do primeiro título, lançado em 2019.
Desta vez, a raposa e seu corvo companheiro exploram um vasto mundo inspirado na mitologia nórdica, repleto de mistérios, dungeons desafiadoras e chefes imponentes. Com uma proposta que bebe da fonte de clássicos como Zelda e Elden Ring, o jogo promete uma experiência mais complexa — mas será que entrega? Neste review, vamos explorar os acertos, os tropeços e o que faz Spirit of the North 2 se destacar (ou não) como sequência.
Spirit of the North 2 será lançado no PlayStation 5 em 08 de Maio de 2025.
História
No primeiro jogo, acompanhamos uma raposa vermelha solitária, cujo caminho cruzou com o da Guardiã da Aurora Boreal, um espírito ancestral. Enquanto explorava um mundo inspirado nos cenários gélidos da Islândia, uma aurora vermelha e maligna cobriu os céus, envenenando a terra. A humanidade já havia desaparecido, e os xamãs, outrora protetores do equilíbrio natural, sucumbiram ao tentar deter a corrupção. Em um momento crucial, a raposa, à beira da morte, foi salva pelo Espírito da Raposa, que se fundiu a ela em um sacrifício final. Juntas, purificaram a última fonte do mal, dissipando a névoa sombria e restaurando a verdadeira Aurora Boreal.
Agora, em Spirit of the North 2, retomamos o controle da nossa heroína, vivendo em paz em sua terra natal. Até que um corvo misterioso a leva a um cetro abandonado—pertence a Grimnir, um xamã perigoso. Perseguindo a ave, a raposa cai em uma prisão antiga, onde Grimnir estava confinado. Com o cetro em mãos, ele quebra sua maldição, recupera seus poderes sombrios e escapa, deixando destruição em seu rastro. Encurralada por um urso colossal e uma floresta em chamas, a raposa e o corvo saltam de um penhasco, mergulhando nas águas geladas do mar.
A jornada revela um passado esquecido: reinos outrora prósperos, cada um governado por um líder humano e seu Guardião animal—o Corvo, a Cabra, o Alce, os Lobos (da Lua e do Sol) e o Urso. Mas Grimnir, guardião do Urso, tramou contra a harmonia, semeando discórdia entre os humanos até levá-los à ruína. Sem seus parceiros, os Guardiões caíram sob o controle do xamã, tornando-se marionetes de sua magia corruptora.
Agora, a raposa e o corvo devem percorrer os reinos em ruínas, libertar os Guardiões e reunir suas bênçãos para enfrentar Grimnir. Só assim poderão erradicar a corrupção de vez e restaurar o equilíbrio do mundo.
Campanha
O primeiro Spirit of the North sofria com a falta de clareza—uma experiência visualmente deslumbrante, mas que deixava os jogadores à deriva na interpretação da história. Sem diálogos ou textos, a narrativa dependia exclusivamente de ambientação e simbolismo, o que, embora poético, gerava frustração em quem buscava entender motivações, origens e consequências. Era um mundo lindo, mas mudo.
O segundo jogo corrige isso com os pergaminhos—fragmentos de lore espalhados pelos reinos, cada um contando a queda de uma civilização e os crimes de Grimnir. Esses registros dão peso à jornada, explicando como os Guardiões foram corrompidos e o que restou dos humanos. As cenas também ganharam mais exposição, deixando claro o conflito central sem abandonar totalmente o tom enigmático.
A estrutura da campanha é sistemática, quase ritualística:
- Siga o rastro espiral vermelho no céu (um guia visual eficiente, mas repetitivo).
- Encontre os artefatos perdidos em dungeons — algumas criativas, outras meros puzzles.
- Leve-os aos santuários, onde estátuas dos humanos caídos os recebem, abrindo o caminho.
- Enfrente o Guardião corrompido, liberte-o e ganhe poderes novos.
É um loop funcional, mas rígido. A ausência de interações profundas entre a raposa e o corvo (ou qualquer outro ser) faz com que a jornada pareça mecânica, não emocional. Eles são mais espectadores e marionetes do roteiro, não personagens—um contraste estranho com a tragédia íntima que os pergaminhos descrevem.
A comparação com os Souls antigos é inevitável: a história está nas entrelinhas, nos detalhes ambientais e nos textos opcionais. Só que, diferente da FromSoftware, aqui falta camadas de interpretação. Os pergaminhos contam, mas não sugestionam; os Guardiões existem, mas não evoluem.
No fim, é um jogo mais claro que o primeiro, porém ainda distante de uma narrativa envolvente. Se você busca mistério, exploração e melancolia ambiental, funciona. Se quer profundidade de personagens ou reviravoltas, vai se decepcionar. É como uma lenda esquecida—bonita, mas fria, como o vento do norte.
Gameplay
O jogo apresenta comandos refinados em relação à sua primeira versão, com uma novidade marcante: o corvo, agora essencial para a jogabilidade. Ele não só ajuda a planar, facilitando o acesso a plataformas e reduzindo danos de queda, mas também se tornou um aliado estratégico. Enquanto nossa raposa mantém seus movimentos clássicos—pular, agachar, correr, liberar seu espírito e executar dashes—, a função do “latido” mudou. Antes usado para resolver quebra-cabeças, agora ele dá ordens ao corvo, que sinaliza objetos importantes no cenário.
Porém, o destaque não está apenas nos controles, e sim na exploração. O mundo do jogo convida a descobrir cada canto, com segredos escondidos e narrativas sutis que se desdobram à medida que avançamos.
Misturando elementos originais, o jogo equilibra ação e curiosidade, incentivando o jogador a ir além do óbvio. O corvo não é só uma ferramenta, mas um guia intuitivo, enquanto a raposa, ágil e misteriosa, continua sendo o coração da aventura. A verdadeira magia está em como tudo se conecta—movimentos, personagens e mundo—sem nunca perder a essência orgânica da exploração.
Nossa Gameplay do Spirit of the North 1 (2019)
Nossa Gameplay do Spirit of the North 2 (2025)
Exploração
Quando o primeiro Spirit of the North chegou ao PS4 em 2019, ele dividiu opiniões. O jogo alternava entre áreas semiabertas vazias—ganhando até o apelido de “walking simulator”—e corredores lineares, com um foco quase exclusivo em puzzles simples e desafios de plataforma, sem qualquer sistema de combate. Era bonito, mas limitado.
Eis que, no segundo jogo, a equipe decidiu ousar. Depois de um primeiro ato mais contido, o mundo se abre—literalmente—e nos joga em um ambicioso mapa cheio de estruturas, mistérios e pontos de interesse. A inspiração em Zelda: Breath of the Wild e Elden Ring é clara, mas não copiada: o jogo absorve o que esses títulos fizeram bem e adapta à sua própria identidade.
Exploração que Convida, Não que Empurra
Diferente de muitos open worlds que saturaram o mapa com ícones, Spirit of the North 2 opta por menos, mas mais significativos pontos de interesse. No horizonte, silhuetas misteriosas chamam a atenção—uma torre arruinada, uma caverna iluminada, uma espiral vermelha cortando o céu. O jogo não segura sua mão: não há marcadores excessivos ou dicas óbvias. Se você quer explorar, terá que confiar na própria curiosidade.
Os locais variam entre cavernas escondidas, fortalezas abandonadas, casas isoladas e outras estruturas que guardam segredos. Dentro delas, encontramos:
- Pergaminhos com lore e pistas;
- Vasos que podem ser quebrados para coletar cristais (a moeda do jogo);
- Equipamentos que modificam habilidades;
- Pontos de força para desbloquear melhorias na árvore de habilidades;
- Espíritos, essenciais para progredir na narrativa.
Minipuzzles e Dungeons Escondidas
Pelo mapa, pequenos desafios estão espalhados: encaixar objetos, reunir peças, ativar mecanismos, acender tochas e outros quebra-cabeças que liberam Espíritos. Esses seres são a chave para desbloquear dungeons maiores e restaurar árvores corrompidas—elementos centrais da história.
Um Mundo com Personalidade
Cada região do mapa já pertenceu a um reino diferente, e isso se reflete no ambiente e na jogabilidade:
- Áreas nevadas exigem uma bênção para resistir ao frio mortal;
- Desertos escaldantes só podem ser explorados com proteção contra o calor;
- Florestas densas escondem caminhos secretos;
- Montanhas íngremes testam sua habilidade de escalada;
- Zonas de tempestade desafiam com ventos cortantes.
E, no centro de tudo, as espirais escarlates—marcas no céu que indicam objetos poderosos, quase sempre guardados nas dungeons mais elaboradas do jogo.
Maior Problema do seu Mapa
Spirit of the North 2 acerta ao criar uma atmosfera solitária e introspectiva, mas falha em sustentar a exploração. O mundo aberto é grande demais para seu próprio bem—e, pior, pouco recompensador. Enquanto jogos como Elden Ring e Zelda enchem seus mapas com segredos valiosos e surpresas, aqui a exploração rapidamente vira uma tarefa cansativa, já que:
- Os itens são escassos e pouco impactantes (basicamente cristais, alguns equipamentos e upgrades);
- Não há motivação real para descobrir lugares novos, já que a maioria dos pontos de interesse não esconde nada único;
- Os puzzles e desafios se repetem, sem evolução ou complexidade.
Fast Travel Falho e Deslocamentos Repetitivos
O jogo sabota sua própria proposta com um sistema de viagem frustrante:
- Poucos pontos de teletransporte, obrigando o jogador a correr longas distâncias repetidamente.
- Artefatos importantes das dungeons não podem ser armazenados—toda vez que você pega um artefato importante, precisa levá-lo imediatamente preso na boca ao santuário do Guardião. Isso quebra o ritmo e transforma a exploração em uma ida e volta tediosa.
- Checkpoints mal distribuídos, fazendo com que, ao morrer, você perca progresso e precise refazer trechos enormes do mapa.
A Punição Desnecessária: Cristais Perdidos e Checkpoints Distantes
O sistema de morte é irritantemente arcaico:
- Morreu? Perde todos os cristais e volta a um checkpoint longe do local da morte.
- Para recuperá-los, você precisa chegar até onde morreu—o que, em um mapa tão grande e com poucos atalhos, vira uma jornada frustrante.
- Algumas áreas são armadilhas: se você entrar em certos lugares sem condições de sair, não há fast travel ou retorno fácil. A única saída é se teletransportar até um Ninho distante ou se matar de propósito, perdendo tudo de novo.
Spirit of the North 2 tem beleza e potencial, mas sua ambição supera sua execução. O mundo aberto, em vez de ser um convite à aventura, vira um obstáculo. A falta de recompensas significativas, os sistemas de viagem mal pensados e a punição excessiva transformam a exploração em um fardo—e isso é uma pena, porque o jogo merecia ser mais do que um walking simulator disfarçado de open world.
Se a equipe ajustasse a distribuição de checkpoints, adicionasse um inventário funcional e tornasse a exploração mais recompensadora, a experiência seria muito mais envolvente. Do jeito que está, porém, o cansaço chega antes da satisfação.
Desafios de Plataforma e Dungeons
A jogabilidade no mundo aberto tem seus desafios, mas é nas dungeons que a precisão do controle é realmente testada. O jogo introduz um sistema de pulo automático entre plataformas próximas—quando nos aproximamos de um ponto saltável, um ícone azul aparece, e, ao pressionar o botão, o pulo é executado automaticamente. Embora essa mecânica tenha resolvido falhas do jogo anterior, ela falha justamente quando mais precisamos de velocidade, ativando-se de forma imprevisível durante movimentos rápidos e atrapalhando mais do que ajuda.
As dungeons principais mesclam puzzles e desafios de plataforma, capturando um pouco da essência dos jogos Zelda, mas sem alcançar a mesma engenhosidade e profundidade. A exploração é intuitiva, porém a falta de orientação pode frustrar—especialmente quando o jogo não sinaliza que um equipamento específico, até então secundário, é necessário para progredir. Pior ainda quando um novo movimento, desbloqueado por um item, não é explicado, deixando o jogador tentando combinações de botões aleatórias para descobrir como usá-lo.
Apesar da movimentação mais fluida em relação ao antecessor, a precisão ainda decepciona. Plataformas que deveriam ser alcançáveis falham por um pixel mal calculado, e em sequências contra o tempo, a falta de polimento nos pulos se torna evidente. Os dashes—tanto no chão quanto no ar—têm um defeito crítico: a direção não segue a orientação de posição do personagem, e sim por onde a câmera está apontada, causando erros frequentes e frustração desnecessária. São problemas que, somados, soltam o ritmo da aventura e revelam falhas que poderiam ter sido evitadas.
Combates contra Chefes
Em Spirit of the North 2, não há inimigos comuns—o verdadeiro desafio está nos próprios obstáculos do jogo, desde plataformas imprecisas até mecânicas mal explicadas. No entanto, os Guardiões corrompidos surgem como chefes, desbloqueados apenas quando reunimos todos os artefatos escondidos e os colocamos em seus santuários.
Os combates seguem a linha inspirada em Zelda, onde cada novo movimento aprendido é a chave para derrotar o adversário. O problema? O jogo não te explica nada. Cabe ao jogador descobrir, na base da tentativa e erro, como causar dano aos Guardiões. Depois do segundo chefe, o padrão fica claro: esquivar dos ataques, esperar o momento de vulnerabilidade e então agir. A falta de criatividade nesses confrontos é evidente—são fáceis de entender, mas repetitivos.
O perigo real aparece quando o jogo mistura esses combates com seções de plataforma. Aí, a falta de polimento se torna cruel. Pulos que não conectam, movimentos que falham por um frame, câmeras que atrapalham—tudo isso transforma o desafio em frustração, fazendo com que mortes se acumulem não por dificuldade genuína, mas por falhas de design. O jogo poderia brilhar, mas acaba tropeçando nos próprios pés.
Runas e Árvores de Habilidades
No jogo, a raposa e seu corvo podem ser equipados com runas mágicas que conferem habilidades especiais. Esses encantos são encontrados em baús espalhados pelo mundo, mas a maioria mesmo você compra na loja do guaxinim, um vendedor esperto que sempre tem algo útil—por um preço.
Cada pedra pode ser encaixada em diferentes partes do corpo, modificando habilidades ou adicionando resistências. Algumas aceleram a recuperação de energia, outras reduzem dano de fogo, quedas ou espinhos. Já o corvo ganha funções únicas, como planar por mais tempo ou até ganhar um impulso extra de altura, essencial para explorar áreas mais altas.
Além disso, pontos de força escondidos em baús permitem evoluir na Árvore de Habilidades, um sistema simples mas eficaz. Lá, você pode aumentar seu estoque de cristais, melhorar saúde e energia, reduzir danos de queda ou até estender o tempo de voo do corvo. Nada muito complexo, mas são melhorias que fazem diferença na jornada, especialmente quando o jogo decide ser mais cruel com seus desafios de plataforma.
Gráficos e Direção de Arte
Desta vez, o jogo mergulha mais fundo na mitologia nórdica, abandonando parte do tom fantástico do primeiro em favor de um visual mais realista. Runas, estruturas antigas e paisagens geladas recriam uma atmosfera autêntica, mas a execução técnica muitas vezes estraga a imersão.
Houve, sim, avanços gráficos em relação ao antecessor—texturas mais detalhadas, efeitos de luz mais naturais e um mundo mais vivo. No entanto, as limitações de orçamento saltam aos olhos, e a falta de polimento transforma o que poderia ser belo em frustração.
Problemas Que Ofuscam a Beleza
- Iluminação quebrada: Algumas áreas ficam tão escuras que é impossível enxergar plataformas ou inimigos. Na luta contra os Guardiões do Sol e da Lua, a escuridão da arena quase inviabilizou o combate—o lobo mais escuro simplesmente sumia na penumbra.
- Névoas estranhas e bugs visuais: Certas regiões têm uma névoa artificial que mais atrapalha do que ajuda, escondendo buracos e obstáculos.
- Quedas de FPS, texturas faltando e crashes: Assets sem acabamento, frames caindo do nada e travamentos que fecham o jogo sem aviso são frequentes.
- Bugs progressivos: Em dois chefes diferentes, o jogo travou de formas que impediram a conclusão. Na luta contra os Lobos, os inimigos pararam de atacar, travando a fase—só resolvido reiniciando o console. Já no chefe final, nem isso funcionou, me forçando a abandonar a campanha. E pior: não há como pular cutscenes, obrigando o jogador a reassistir tudo a cada tentativa.
Um Jogo Que Sabota a Própria Experiência
Qualquer mérito que Spirit of the North 2 tenha—seja sua ambientação nórdica, suas mecânicas de exploração ou até mesmo o charme de sua raposa protagonista—acaba sendo enterrado por problemas técnicos graves. Não importa o quanto você queira gostar dele, o jogo insiste em dificultar.
Se foi pressa de lançamento, orçamento curto ou simples descuido, o resultado é o mesmo: uma experiência que poderia ser memorável, mas acaba sendo lembrada apenas por suas falhas. E, no fim das contas, nenhuma história bonita ou inspiração mitológica compensa um jogo que não funciona direito.
Trilha Sonora e Som
A ambientação melancólica de Spirit of the North 2 ganha vida graças à trilha sonora assinada por Pav Gekko, compositor experiente em séries, programas de TV e jogos indies. As faixas seguem um tom islandês, evocando solidão e mistério, e se adaptam dinamicamente à jornada—uma ideia interessante, mas mal executada.
Embora as músicas não sejam memoráveis, cumprem seu papel em reforçar o clima soturno do jogo. O problema, mais uma vez, está na implementação técnica:
- Cortes abruptos: A trilha para do nada, quebrando a imersão.
- Silêncios inexplicáveis: O jogo fica mudo por longos períodos, como se tivesse esquecido de ativar a música.
- Sons desaparecem: A raposa para de emitir vocalizações, mesmo ao pressionar o botão correspondente.
- Áudio abafado e ruídos estranhos: Em certos momentos, a mixagem falha, deixando tudo embolado—e, do nada, surgem efeitos sonoros sem origem aparente.
Além disso, não há legendas em português brasileiro, então o pouco texto existente fica inacessível para quem não entende inglês. É mais um detalhe que, somado aos problemas de áudio, dificulta a conexão com o mundo do jogo.
No fim, a trilha sonora tinha potencial, mas os constantes bugs de áudio sabotam sua eficácia. Assim como em outras áreas, Spirit of the North 2 promete mais do que entrega—e o jogador é quem paga o preço.
Vale a Pena?
O salto do primeiro jogo para esta sequência foi ousado, mas arriscado. Inspirando-se em Zelda e Elden Ring, o jogo expandiu seu mundo aberto, mergulhou em um tom mais melancólico e apostou em uma narrativa fragmentada, contada através da exploração. A ideia é nobre—mas a execução tropeça em suas próprias ambições.
O Que Funciona (Até Que Não Funciona Mais)
- Exploração sem mãozinha: A falta de orientação poderia ser um trunfo, criando aquela sensação gostosa de descoberta. Mas quando o jogo não recompensa adequadamente a curiosidade do jogador e o deslocamento é lento e cansativo, a aventura vira tédio repetitivo.
- Clima melancólico e misterioso: A atmosfera nórdica, somada à trilha sonora evocativa, cria momentos belos—quando os bugs de áudio não estragam tudo.
- Conceito promissor: A ideia de unir exploração, puzzles e combates inspirados em Zelda é excelente. Mas falta profundidade e polimento para brilhar.
O Que Quebra a Experiência
- Problemas técnicos demais para ignorar:
- Bugs progressivos (chefes que travam, crashes aleatórios)
- Iluminação quebrada, texturas faltando, quedas de FPS
- Sistema de áudio inconsistente (músicas que somem, sons que engasgam)
- Gameplay cru: Movimentação imprecisa, mecânicas mal explicadas e chefes repetitivos que mais irritam do que desafiam.
- Falta de qualidade de vida: Nada de pular cutscenes, fast-travel limitado e recompensas que não compensam o esforço.
Veredito: Uma Oportunidade Perdida
Spirit of the North 2 quase acerta. Tem alma, tem estilo, tem uma proposta que poderia cativar fãs de aventuras contemplativas. Mas cada momento bom é sabotado por falhas técnicas ou decisões questionáveis de design.
É o tipo de jogo que te pune por gostar dele—e isso dói, porque dava para ser muito mais. Com mais tempo no forno, um polimento decente e ajustes na progressão, poderia ter virado uma franquia memorável. No estado atual, porém, fica difícil recomendar. Uma boa ideia, mas com execução problemática.
*Jogo analisado no PS5 com cópia digital fornecida pela Silver Lining Interactive.
Confira a Política de Reviews do PS Verso
Notas do Jogo
Título: Spirit of the North 2
Descrição do jogo: Descubra os mistérios de um lindo mundo antigo nessa aventura em terceira pessoa de tirar o fôlego, a sequência do aclamado "Spirit of the North". Assuma o papel de uma raposa isolada com um companheiro corvo em busca de restaurar os guardiões perdidos e voltar para casa.
Gênero: Aventura e Mundo Aberto
Lançamento: 08/05/2025
Produtora: Infuse Studio
Distribuidora: Silver Lining Interactive
Nota
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História - 7/10
7/10
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Jogabilidade - 6/10
6/10
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Gráficos - 5/10
5/10
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Trilha Sonora e Som - 6/10
6/10
Veredito
Spirit of the North 2 amplia a fórmula com mundo aberto inspirado em Zelda e Elden Ring, mas sofre com execução falha. A exploração livre e atmosfera melancólica têm potencial, mas são sabotadas por bugs constantes, progressão travada e polimento insuficiente. Problemas técnicos (iluminação, áudio, crashes) e gameplay cru (movimento impreciso, chefes repetitivos) frustram mais que encantam. Apesar da identidade visual e conceito promissor, a experiência pune o jogador a cada acerto. Uma sequência ambiciosa que falha por pressa ou limitações, deixando a sensação de oportunidade desperdiçada.
Vantagens
- Boas opções de personalização estética da raposa;
- Ambientação nórdica rica;
- Clima misterioso e narrativa ambiental;
- Boa sensação de descobrir uma nova área;
- Exploração não tão linear.
Desvantagens
- Problemas técnicos graves;
- Iluminação quebrada;
- Sistema de pulo impreciso;
- Áudio inconsistente;
- Falta de orientação clara;
- Muitos problemas causados pela inexistência em qualidade de vida;
- Sem legendas em português.
Descubra os mistérios de um lindo mundo antigo nessa aventura em terceira pessoa de tirar o fôlego, a sequência do aclamado "Spirit of the North". Assuma o papel de uma raposa isolada com um companheiro corvo em busca de restaurar os guardiões perdidos e voltar para casa.