Review | Kao the Kangaroo


Poucos devem se lembrar, mas Kao the Kangaroo não é uma série nova. Lançado em 2000 pela polonesa Titu Interactive (hoje Tate Multimedia), o jogo foi lançado em diversas plataformas da época. O jogo foi recebido de forma mista no mundo inteiro e um sucesso gigante na Polônia, mas foi suficiente para ganhar diversos jogos (Kao the Kangaroo, Kao the Kangaroo: Round 2, Kao Challengers e Kao the Kangaroo Mistery of the Volcano).

Os fãs da franquia remanescentes pediram em 2019  o retorno da série com a campanha, BringKaoBack. A Tate Multimedia motivada pelo aniversário de 20 anos da franquia decidiu anunciar um novo jogo do canguru, só que dessa vez ele seria um reboot e reiniciaria toda a série, chamando então de Kao the Kangaroo.

Desta vez, Kao faria uma jornada completamente nova. Nova história, desafios, inimigos e visuais. Mas será que novos visuais são o bastante para franquias antigas?

História

Você é Kao (fala-se KO, de nocaute), um canguru antropomórfico que vive na Ilha de Hopallo. O início do jogo Kao vê sua irmã (Kaia) sendo perseguida por um espectro roxo que procura as luvas misteriosas do seu pai desaparecido (Koby). Kaia é capturada pelo ser maligno, Kao tenta ajudá-la a libertá-la de um campo de energia, mas acaba acordando do pesadelo.

Kao, o Guerreiro, percebe que o pesadelo pode ser real e que sua irmã está correndo sério perigo e parte em busca de descobrir o seu paradeiro. Com isso Kao contará com a ajuda de Walt, um coala mestre de artes marciais, e as luvas misteriosas de seu pai, chamada aqui de Luvas Eternas, que começam a ter vida própria e ajudam Kao na sua jornada de salvar sua irmã, descobrir os segredos do seu pai e derrotar os famosos “Mestres da Luta”,  que estão sendo influenciados por um poder sombrio e, finalmente, enfrentar o poderoso Guerreiro Eterno que ameaça o equilíbrio do mundo.

Campanha

review kao the kangaroo

A história do jogo vai se desenvolvendo a cada novo mapa visitado, tudo no tom cartunesco e infantil proposto a todo momento pelo jogo. Você irá visitar um novo mapa e descobrir aos poucos que mestres de artes marciais foram corrompidos pelo Guerreiro Eterno e caberá Kao enfrentá-los, derrotá-los e descobrir o destino de Kaia e passar para o próximo mapa. O desenvolvimento da história se resume a isso.

Há um certo esforço em tornar Kao um personagem minimamente interessante, tendo falas que coincidem com termos e coisas modernas como TikTok, Twitter, Hashtags e etc, mas por ter uma história e coadjuvantes fracos, esse potencial é desperdiçado e tudo o que o jogador consegue pensar é que Kao é um Crash genérico que fala. Passando longe de ser um jogo engraçado e simpático, mas bem humorado.

Gameplay

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Kao the Kangaroo é um jogo de 3D de plataforma. Ele funciona de forma muito parecida com clássicos do gênero como Mario 64, Crash Bandicoot, Spyro e tantos outros. Você terá um mapa que serve como uma espécie de hud que conecta fases, para acessar as fases você terá que coletar Cristais Runas para abrir Portões de Cristais que demandam uma quantidade específica de runas para serem acessados e liberarem novas fases. Estes mapas “hud”, são ideais para coletar diamantes e as moedas do jogo (Ducado), que são usadas para comprar itens na loja onde você pode comprar vidas, pedaços de coração (que funcionam da mesma forma que em Zelda) e roupas.

No jogo você terá movimentos simples como andar, pulo duplo, escorregar por baixo de obstáculos, se pendurar em bordas, atacar, se pendurar em redes suspensas, se pendurar em ganchos, mirar e atirar objetos.

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O game design das fases não impressiona, contando com plataformas fixas e móveis simples onde o jogador terá que pular em pedras suspensas que caem sozinhas, explorar cabanas com colecionáveis, escorregar em “trilhos” deslizantes, desviar de lasers e troncos espinhosos, evitar armadilhas de espinhos, ter as famosas fases de perseguição da série Crash e etc.

Kao the Kangaroo conta com uma novidade que o diferencia, mas é pouco substancial para a mecânica de gameplay do jogo, que é o uso das Luvas Eternas para ativar cristais que revelam plataformas e portoões ocultos, onde o jogador terá um tempo cronometrado para passar pelas plataformas até um local seguro. Essa mecânica é a uma das poucas coisas que tentam diferenciar de outros jogos de plataforma, mas por ter seu potencial tampouco explorado, acaba passando desapercebido e genérico dentro da proposta geral da jogabilidade.

Em suas fases, o jogo mescla plataforma e resolução de puzzles. O jogador terá que apertar botões, atirar bumerangues em objetos, acionar canhões laser e etc. A soma de recursos vai se expandindo a cada momento que as luvas ganham novos poderes limitados a três slots, onde poderá usar poderes de fogo para ativar caldeiras, armas, poderes de gelo para congelar lagos e objetos e poderes de vento para puxar grandes pedras e etc.

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Sobre o combate, o jogo possui uma gama pequena de inimigos que possuem poucos movimentos que os diferenciem e pouca IA. Seu combate não brilha, por termos poucos movimentos, as batalhas acabam se tornando repetidas e monótonas com 2 horas de gameplay, tanto por sua limitação de recursos quanto por sua clara facilidade. Claro, por ser um jogo com foco infantil e voltado quase que por completo para crianças, Kao the Kangaroo não apresenta grandes desafios em nenhum combate, tanto para inimigos comuns, quanto para chefes, que possuem batalhas mais elaboradas, mas não apresenta nada muito refinado e novo no gênero.

A exploração do jogo com caminhos “alternativos” é recompensada por espécies de pergaminhos que desbloqueiam novas peças de roupa e skins que Kao poderá usar na jornada. De resto, o jogo se limita a apenas dar moedas, diamantes e vida, ajudando a passar o sentimento de repetição a cada nova fase.

Gráficos

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É um jogo infantil de plataforma que adota o visual do gênero na época dos anos 90 e início dos anos 2000. Por ter um visual cartunesco, os personagens possuem boas ideias no âmbito criativo e visual dos personagens e isso tudo se reflete nos mapas. Tendo mapas que variam de ilhas paradisíacas, florestas, montanhas de neve, plataformas no topo de árvores e etc, o jogo possui uma versatilidade pequena de fases em comparação a recentes jogos do gênero, mas são bonitos mais pelo colorido e estilo do que qualidade técnica.

Falando graficamente, o jogo foi desenvolvido na Unreal Engine 4, mas possui problemas de pop in, queda da taxa de quadros, quebras de transição de cenas, serrilhados e problemas de textura.

Trilha Sonora e Som

O jogo possui músicas animadas do gênero, com composições divertidas e alegres e tendo por destaque as músicas que tocam em batalhas contra chefes. Seu problema reside na direção de som, algumas músicas param de tocar do nada em partes aleatórias das fases e barulhos como sons quando está na água e até mesmo do sino do checkpoints parecem sempre vários volumes acima da música de background, causando desconforto por diversas vezes.

Kao the Kangaroo não possui dublagem em português, mas contêm legendas em português do Brasil. As legendas possuem boa localização com tradução de termos e adaptações, mas em diversos diálogos aparecem grandes textos de falas inteiras na tela, sinalizando uma falta de otimização das mesmas.

Vale a Pena

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Kao The Kangaroo é um jogo clássico voltado para o público infantil e pessoas que queiram somente jogar um jogo para relaxar sem grandes desafios. Possuindo uma história padrão e personagens pouco interessantes, não irá se tornar um jogo indispensável para amantes do gênero, mas é divertido para jogadores casuais e chato para os jogadores hardcore.

Possuindo uma duração de 5 a 6 horas de campanha, é um jogo curto e que não amadurece nenhuma de suas mecânicas. Seu gameplay não apresenta novidades, seu game design não traz nada novo e seu combate não diverte. Tem um visual alegre e colorido, mas só isso.

Resumindo a pergunta do início da análise, Kao The Kangaroo não é moderno, é um jogo com ideias clássicas com visual e jogabilidade melhoradas até certo ponto.

Gostaria de poder dizer que tive uma experiência “OK” e relaxante com o jogo, mas durante essa análise o jogo apresentou um bug imperdoável para mim como jogador:

Kao the Kangaroo não possui saves manuais, apenas auto save. Quando eu estava já na última fase do jogo, decidi parar e terminar no dia seguinte, quando fui jogá-lo novamente, voltei na segunda fase do segundo mapa, o jogo não salvou meu progresso. Acredito que esse tipo de problema deve ser resolvido com algum patch day one, mas esse bug para mim é suficiente para retirar pelo menos um ponto da minha análise.

Código fornecido gentilmente pela Tate Multimedia.

Notas do Jogo
análise kao the kangaroo review

Título: Kao the Kangaroo

Descrição do jogo: Kao, o Canguru é um jogo de plataforma em 3D repleto de diversão, exploração, aventura e mistério! Junte-se a Kao, o bravo bola de pelos, embarcando em uma missão inesquecível para desvendar os segredos que cercam o desaparecimento do seu pai. Ele atravessará cenários deslumbrantes, cheios de perigos, quebra-cabeças e inimigos. Cada esquina revela uma pista, além de um mundo extraordinário escondido bem debaixo do seu nariz.

Gênero: Ação, Aventura e Casual

Lançamento: 27/05/2022

Produtora: Tate Multimedia

Distribuidora: Tate Multimedia

COMPRAR

Nota
6.4/10
6.4/10
  • História - 6/10
    6/10
  • Jogabilidade - 6.5/10
    6.5/10
  • Gráficos - 6/10
    6/10
  • Trilha Sonora e Som - 7/10
    7/10

Veredito

Kao The Kangaroo é um jogo clássico voltado para o público infantil e pessoas que queiram somente jogar um jogo para relaxar sem grandes desafios. Possuindo uma história padrão e personagens pouco interessantes, não irá se tornar um jogo indispensável para amantes do gênero, mas é divertido para jogadores casuais e chato para os jogadores hardcore.

Possuindo uma duração de 5 a 6 horas de campanha, é um jogo curto e que não amadurece nenhuma de suas mecânicas. Seu gameplay não apresenta novidades, seu game design não traz nada novo e seu combate não diverte. Tem um visual alegre e colorido, mas só isso.

Resumindo a pergunta do início da análise, Kao The Kangaroo não é moderno, é um jogo com ideias clássicas com visual e jogabilidade melhoradas até certo ponto.

Gostaria de poder dizer que tive uma experiência “OK” e relaxante com o jogo, mas durante essa análise o jogo apresentou um bug imperdoável para mim como jogador:

Kao the Kangaroo não possui saves manuais, apenas auto save. Quando eu estava já na última fase do jogo, decidi parar e terminar no dia seguinte, quando fui jogá-lo novamente, voltei na segunda fase do segundo mapa, o jogo não salvou meu progresso. Acredito que esse tipo de problema deve ser resolvido com algum patch day one, mas esse bug para mim é suficiente para retirar pelo menos um ponto da minha análise.

Vantagens

  • Gameplay divertido para crianças
  • Design bonito de personagens
  • Gráficos coloridos
  • Música alegre e divertida

Desvantagens

  • Gameplay e combate repetitivo
  • Game design genérico de fases
  • Mecânicas não inovadoras
  • Poucos desafios
  • Volume de alguns sons exagerado
  • Problemas técnicos como serrilhados e atraso de renderização de texturas
  • Bug de save

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.