Review | F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch


review fist forged in shadow torch análise
7.75/10

F.I.S.T. Forged In Shadow Torch é um dos jogos pertencentes à inciativa China Hero e é o novo jogo da editora  Bilibili (um site chinês de vídeos) e da produtora TiGames. Anunciado em 2019, o jogo despertou interesse dos jogadores, já que além de vir de uma iniciativa de desenvolvedoras chinesas entrando no mercado de games, apresentou uma proposta de ser um metroidvania 2.5D com belos gráficos.

História

O jogo se passa em um universo dieselpunk na Cidade Tocha, habitado pela Sociedade dos Peludos, espécies de furrys (animais peludos antropomórficos) que aqui são chamados de “Pelurbanos”. Nesse universo os pelurbanos perderam a guerra contra a Legião e vivem sob uma ditadura dos “Cães de Ferro”, espécies de soldados robóticos de alta tecnologia. Você é Rayton, um coelho veterano que pilotava grandes robôs na guerra e que desertou do exército da resistência há 6 anos por ter sido traído pelo seu melhor amigo, Cicero.

 

Em um dia, Urso, um parceiro que hackeou os Transformadores da Legião, acabou sendo raptado pelos Cães de Ferro e foi levado para a Torre Tocha. Rayton ao saber que seu amigo corre perigo, decide sair do seu estado de aparente aposentadoria e parte para a torre para resgatar o seu amigo. Enquanto isso, uma gata super habilidosa é caçada pelos Cães de Ferro, eles buscam o artefato de cristal que está em sua posse chamado de Centelha.

Campanha

Alguns podem dizer que um jogo metroidvania não teria obrigação de conter grandes campanhas, no qual discordo, sendo que já se mostrou possível fazer boas campanhas mesmo quando o foco do jogo seja em mecânicas de gameplay, a franquia Ori já mostrou que esse argumento não é tão verdadeiro. Apesar de haver um esforço considerável de F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch ter uma narrativa para justificar a campanha, o jogo não conta com grandes momentos no roteiro.

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Com diálogos simples e motivações rasas para dar agilidade ao gameplay, o jogo conta com bons personagens coadjuvantes mal explorados, um protagonista com motivação simplista e um vilão que não chega a ser tão unidimensional – famoso “sou mal porque sim” -, mas é tão pouco explicado que o jogo nem se incomoda em “humanizá-lo” por ele ser amigo do protagonista.

Muita coisa fica mal explicada, a tal da Legião sequer aparece e não sabemos muita coisa sobre eles, com o jogo se resumindo a Rayton lutando contra cachorros robóticos, encontrando antigos conhecidos da Resistência, sabendo sobre a Centelha de uma forma bem breve até enfrentar o seu amigo. O que deixa a sensação que guardaram muita coisa da narrativa para alguma continuação.

Gameplay

Por ser um metroidvania 2.5D, o jogo possui todas as características presentes em um jogo do gênero. Uma novidade dentre as suas principais mecânicas, é que F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch se concentra na sequência de combos como artefato principal do seu combate.

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O jogo conta com três armas diferentes, que como todo jogo do gênero, você precisa encontrá-las espalhadas pelo mapa ao decorrer da campanha. Essas armas são o punho, a broca e o chicote elétrico. Rayton possui uma árvore de habilidades dividida pelas três armas. Cada arma possui diversos golpes novos para você desbloquear e ir aumentando o leque de possibilidades de combos. Para desbloqueá-los, você precisa visitar terminais que curam e desbloqueiam esses novos golpes, para comprá-los você precisa de moedas que dropam dos inimigos e espécie de cofrinhos e os Discos de Dados, que são limitados e que você terá que vasculhar o mapa se quiser adquirir um novo golpe.

No combate, você terá que enfrentar diversos tipos de inimigos, indo por exércitos de Cães de Ferro com as mais diversas armas e movimentos, como tiros, machados, punhos, escudos, espadas, samurais, sapos ninja, drones, peixes laser e golems. Estes inimigos sozinhos não são tão difíceis, mas em grupo podem te fazer um estrago considerável se você não se atentar aos seus movimentos e não encaixar bem os combos. Já os seus chefes são no geral mais fáceis que certos tipos de inimigos comuns, com o jogo escalando a dificuldade de forma desproporcional no chefe final.

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O jogo também te dá golpes especiais, que são limitados a uma barra azul que fica abaixo da saúde do Rayton. Estes golpes são adquiridos nas habilidades mencionadas e podem ser linkados aos mais variados combos. Acredito que essa parte do jogo foi a que mais me cativou, já que você pode trocar de arma no meio do combo de outra, linkando movimentos normais e especiais e resultando em sequências que provocam grandes danos ao inimigo, seja em um único inimigo ou em um grupo.

Apesar de ter sido uma ótima ideia e implementar uma dose a mais de diversão ao gênero, alguns combos não saem de forma fluida, por isso alguns jogadores não habituados a jogos de luta podem enfrentar dificuldades ao explorar todas as possibilidades de variações de combos, deixando esse sistema mais complexo do que deveria ser.

Ainda falando sobre seu combate, o jogo também conta com armas secundárias que consomem outra barra. Estas armas são um cantil com Suco de Cenoura para recuperar vida, armas que aparam ataques de inimigos, mísseis teleguiados e etc. Infelizmente, ao decorrer do meu gameplay não senti muita necessidade no uso da maior parte dessas armas secundárias, se mostrando muito mais um recurso mal explorado e inútil do que deveria ser.

Além disso, como todo metroidvania, cada arma além de ter como propósito o combate, ela também é importante para a exploração do mapa como quebrar grades, facilitar o mergulho ou acessar áreas inalcançáveis se pendurando em objetos próprios para aquela arma.

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Indo para a parte da exploração, que é a principal mecânica de um metroidvania, o jogo irá te fornecer um mapa extenso, variado e cheio de áreas para explorar. Para isso, o jogo conta em sua movimentação básica com saltos duplos, respirar debaixo da água e dash, dash que você vai desbloqueando novos movimentos, como não só ir para a frente, mas se movendo para todos os ângulos possíveis para alcançar plataformas que antes você não conseguiria.

Como setor principal, a Cidade Tocha conta com a Rua Joffrey, uma rua sob o domínio da Gangue dos Ratos onde possui várias lojas para você comprar e trocar itens. O jogo conecta cada área de forma coesa, sem mudanças radicais no terreno, como sair de uma área de gelo para uma de fogo, mas suas mudanças, por ser uma cidade, é mais orgânica visitando esgotos, laboratórios, áreas submersas, cavernas, dutos de ventilação, fábricas, prédios, montanhas e minas. Para se deslocar, você pode usar algumas linhas de metrô e espécies de pods de transporte, que são poucos e que deveriam ser mais, já que isso evitaria o aborrecimento de ficar se deslocando tanto para chegar em determinado local já visitado.

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No jogo há melhorias também para as barras de saúde, golpe especial e uso de armas secundárias, espalhadas pelo mapa, você precisa encontrar três itens de cada barra para desbloquear as melhorias e o jogo faz muito bem o uso do seu mapa para te comunicar onde está aquele item que você visualizou, mas não conseguiu alcançar por estar faltando alguma habilidade para obtê-lo. Aliás o mapa não só faz isso, mas também te dá dicas usando as cores de cada arma e simboliza quais delas você deve ser usada no local e em qual direção, ajudando muito a vida de quem quer continuar explorando o mapa em busca de itens. Um problema no seu mapa é que não é possível ter um mini-mapa, fazendo o jogador a todo momento ter que abrir o menu (bem ruim por sinal), para se localizar e não se perder do objetivo.

Gráficos

Desenvolvido na Unreal Engine 4, F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch obviamente não faz feio e se consolida com um dos, se não o melhor gráfico de um metroidvania já produzido. Diferente de jogos como Hollow Knight, Bloodstained, Guacamelee! e a franquia Ori, sua direção de arte é menos animada e mais próxima do realismo, se assemelhando ao estilo de Metroid. Sua direção de arte decidiu abordar mapas inspirados em uma espécie de Shangai mais futurista e dieselpunk habitada por furries menos fofinhos e mais realistas, dando um tom único ao jogo.

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Com gráficos muito bonitos, o jogo faz bonito em efeitos de luz, texturas, cinemáticas e partículas, apesar de ter achado seu trabalho de expressão facial esquisito e pelagens dos animais insatisfatória. Senti falta de por ser um jogo 2.5D, ter investido mais em cenários mais surpreendentes e que brincassem mais com essa perspectiva, se limitando a poucos momentos esparsos durante o gameplay.

É claro que por ter um trabalho técnico e gráfico melhor, o jogo enfrentaria alguns problemas de performance. Apesar de não conter telas de carregamento, o jogo apresenta alguns bugs de atraso de renderização de objetos do cenário e alguns travamentos.

Trilha Sonora e Som

O calcanhar de Aquiles do jogo. A trilha sonora do jogo é quase inexistente e sua direção nesse sentido é bem ruim. Com músicas genéricas, repetitivas e as vezes irritante, o jogo conta com áreas com músicas ruins e imperceptíveis de tão apagadas e áreas sem música nenhuma, se provando um jogo que investiu e cuidou pouco desse lado.

 

Já na dublagem, o jogo conta com dublagens em inglês e chinês e legendas para português do Brasil. Sua dublagem não se destaca em nada, mais por sua história não demandar muito dela. Além disso contei com erros de sincronização tanto na dublagem quanto nas legendas.

Vale a Pena?

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FIST: Forged In Shadow Torch é um metroidvania de respeito e vale muito a pena que seja jogado. Ele bebe de diversas fontes do gênero contendo referências a mecânicas de Metroid, Castlevania, Ori, Sonic e jogos de luta, apesar de não surpreender e não inovar em quase nada no gênero, ele consegue quase tudo de forma satisfatória e irá agradar sem dúvida fãs do gênero.

Com uma história sem brilho, um combate divertido, uma exploração no nível de grandes franquias, gráficos muito bonitos e uma trilha sonora bem ruim, FIST: Forged In Shadow Torch é um jogo de altos e baixos. Ele consegue ir muito bem em diversos pontos e outros demanda mais desenvolvimento e planejamento, mas sem dúvida é um jogo obrigatório.

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Notas do Jogo
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Título: F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch

Descrição do jogo: Seis anos atrás, depois que os animais da Cidade da Tocha foram derrotados pela Legião Robótica invasora na Guerra da Resistência, um ex-soldado da Resistência, Rayton o coelho, vivia discretamente. Pelo aprisionamento de um amigo, ele não teve escolha a não ser colocar seu enorme punho de metal e lutar contra aqueles que o oprimem. No entanto, ele não sabia que logo iria ser envolvido em um turbilhão de conspirações envolvendo a Legião, a Resistência e a Gangue de Ratos.

Gênero: Ação, Metroidvania

Lançamento: 07/09/2021

Produtora: TiGames

Distribuidora: Shanghai Hode Information Technology Co.,Ltd.

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Nota
7.8/10
7.8/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 9/10
    9/10
  • Gráficos - 9/10
    9/10
  • Trilha Sonora e Som - 6/10
    6/10

Veredito

FIST: Forged In Shadow Torch é um metroidvania de respeito e vale muito a pena que seja jogado. Ele bebe de diversas fontes do gênero contendo referências a mecânicas de Metroid, Castlevania, Ori, Sonic e jogos de luta, apesar de não surpreender e não inovar em quase nada no gênero, ele consegue quase tudo de forma satisfatória e irá agradar sem dúvida fãs do gênero.

Com uma história sem brilho, um combate divertido, uma exploração no nível de grandes franquias, gráficos muito bonitos e uma trilha sonora bem ruim, FIST: Forged In Shadow Torch é um jogo de altos e baixos. Ele consegue ir muito bem em diversos pontos e outros demanda mais desenvolvimento e planejamento, mas sem dúvida é um jogo obrigatório.

Vantagens

  • Combate divertido com o uso de combos
  • Inimigos contribuem para a diversão
  • Mapa de jogo imenso com diversas áreas para explorar
  • Gráficos surpreendem para o gênero

Desvantagens

  • Narrativa da campanha rasa
  • Personagens subaproveitados
  • Chefes fáceis e desbalanceamento no chefe final
  • Erros gráficos como atrasos de renderização
  • Trilha Sonora e sincronização no geral ruins

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.

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