Review | Final Fantasy Pixel Remaster


Há tempos fãs de longa data da série Final Fantasy pediam uma coletânea completa dos seis primeiros jogos lançados no NES e SNES em versões remasterizadas. A Square-Enix lançou algumas versões tempos atrás para Android e IOs, mas elas eram tão diferentes visualmente do material original que foram inteiramente criticadas pela comunidade.

Tentando se redimir com amantes da franquia, a Square-Enix relançou outra tentativa de remasterizações, lançadas separadamente, dessa vez estes jogos respeitavam o material e visual originais com artes pixeladas reformuladas para dispositivos mobile e que acabaram agradando novamente e sendo alvo de elogios a coleção Pixel Remaster, onde remasterizou do Final Fantasy I ao VI.

Logo as versões ganharam notoriedade e fãs exigiram uma coletânea para os consoles. A Square-Enix atendeu aos pedidos e anunciou o Final Fantasy Pixel Remaster, contendo todos os seis jogos (que você também pode comprá-los separadamente) com extremo repeitos às versões que todos os fãs aprenderam a amar.

[lwptoc]

História

review final fantasy pixel remaster

Para quem não está familiarizado, iremos resumir os enredos do Final Fantasy 1 ao 6 abaixo:

Final Fantasy I

Ambientando no mundo fictício de “The Land of the Four Fiends“, assumimos o controle de quatro “Guerreiros da Luz” que são encarregados de recuperar os quatro cristais elementais (Fogo, Água, Terra e Vento) para reestabelecer o equilíbrio do mundo. No início precisamos libertar a princesa do reino de Cornelia, Sarah, das garras de um cavaleiro renegado chamado Garland, mas mal sabemos que existem outros vilões que buscam os cristais para seus próprios propósitos.

Final Fantasy II

Estamos no meio de uma guerra antagonizada por Palamecia, um imperador que começou uma investida pela conquista do mundo, destruindo e matando nobres e meros aldeões de pequenos vilarejos.

Em um desses massacres, quatro jovens (Firion, Maria, Guy e Leon) têm os seus pais mortos na invasão e fogem das garras do império. Eles são interceptados por soldados de Palamecia e acabam sendo abatidos na fuga. Sendo salvos por uma força de resistência contra a investida do ditador, Firion, Maria e Guy decidem se envolver em uma rebelião contra o império de Palamecia e parte em busca de derrubá-lo enquanto tentam procurar o seu amigo desaparecido, Leon.

Final Fantasy III

Começamos com quatro cavaleiros chamados de Luneth, Arc, Refia e Ingus que ao brincarem de epxloração, acabam caindo em um buraco e se veem dentro de uma caverna. Ao percorrerem corredores, eles descobrem o Cristal do Vento que profetiza que o mundo em breve perderá a sua luz, onde o equilíbrio do mundo será destruído, trazendo diversos monstros consigo.

Aceitando o destino, os quatro decidem seguir a vontade do cristal e procuram os cristais restantes espalhado pelo mundo antes que um poderoso mago decida invocar uma entidade maligna que destruirá o mundo.

Final Fantasy IV

Assumindo o controle de um Cavaleiro Negro, Cecil Harvey começa a história sendo o comandante dos Asas Vermelhas, uma frota aérea, para o Reino de Baron. Em uma das missões para roubar o cristal de uma nação, o cavaleiro acaba questionando os motivos das ações de Baron e acaba sendo destituído como comandante da frota.

Ao ser rebaixado, Cecil é conferido em uma missão de ir até um pequeno vilarejo no meio das montanhas em posse de um anel. Kain, um Dragoon e seu fiel amigo, decide acompanhá-lo na missão que acaba culminando em sucessivos episódios que resultam em Cecil se transformando em um Paladino que luta contra as forças malginas de Baron e o misterioso Golbez.

Final Fantasy V

Na história, os quatro cristais elementares (Fogo, Água, Terra e Vento) mantêm o equilíbrio do mundo. Em um dia, o vento acaba parando e o Rei Tycoon decide ir até Templo do Vento para verificar o que está acontecendo com o cristal e deixa sua filha, a princesa Lenna no castelo.

Enquanto isso, assumimos o controle do jovem aventureiro e engraçado Bartz e seu fiel companheiro chocobo, Boco. Os dois veem um meteorito caindo em uma floresta e decidem investigar. No local os dois encontram Lenna e um idoso desmemoriado chamado Galuf. Eles decidem partir juntos para o Templo do Vento. No caminho eles encontram o pirata, Faris.

No templo, os quatro testemunham o Cristal do Vento se quebrar em 6 pedaços. O pai de Lenna, Tycoon, aparece em um breve momento e conta que o mundo está em grande perigo e confere a eles a missão de salvar os cristais restantes. Os quatro decidem seguir com a tarefa e partem pelo mundo na tentativa de salvar o mundo enquanto Exdeath destrói os cristais em busca do controle do Void, um poder maligno capaz e engolir mundos inteiros.

Final Fantasy VI

Há milênios, uma terra guerra ocorreu entre magia e tecnologia, onde os únicos seres capazes de conjurar magia foram mortos, com isso a magia desapareceu do mundo.

Na história atual do jogo, o império do mal do Imperador Gestahl e seu braço direito, Kefka, buscam dominar poderosos seres mágicos presos em cristais, os Espers enquanto dominam a tecnologia. Usando os poderes destes seres, o Império acredita que poderão retomar o controle da magia usando Espers como armas, e junto com as suas máquinas Magitek, irão dominar o mundo.

O jogo começa com dois soldados do Império e uma jovem chamada Terra invadindo a cidade nevada de Narshe para recuperar um Esper cristalizado. A jovem misteriosa é a única viva capaz de usar magia e está sendo escravizada pelo Império e forçada e cumprir ordens por conta de uma coroa para controle presa em sua cabeça. Quando ela finalmente escapa, ela acaba se juntando em um grupo de rebeldes que luta contra o Império. Os rebeldes possui um líder chamado Locke, motivado por uma busca de vingança pessoal.

A história conta com diversos personagens e cada um possui motivos diferentes para entrar na sua causa, mas mal sabem eles que o mal maior não é o Império inteiro, é o terrível Kefka.

Campanha

Conforme feito com as histórias, farei uma breve análise separada das campanhas para organizar melhor os pontos entre os seis jogos:

Final Fantasy I

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Como no primeiro jogo, aqui foi criado alguns elementos narrativos que serviram de base para a franquia e replicados como os cristais.

Os protagonistas não possuem falas ou personalidades, portanto NPCs e inimigos cumprem a função de guiar o roteiro, levar a história pra frente e empurrar os protagonistas para os objetivos. Ele possui até uma boa ideia de loop temporal que foi inovadora em sua época, mas é um dos mais fracos em termos narrativos.

Final Fantasy II

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Aqui foi onde a série começou a esboçar alguma melhora, mesmo que pequena, na história. Os personagens possuem nomes e falas, existe uma construção narrativa de mundo e um vilão com objetivos mais claros.

Na narrativa, existe uma mecânica exclusiva de palavras-chaves e itens especiais. As palavras marcadas em vermelho podemos aprendê-las e usá-las em diálogos com outros NPCs para conseguir engatilhar novos eventos que dão continuidade ao enredo, a mesma função é dado ao itens especiais que ganhamos de personagens ou em pontos da história.

O jogo conta com mortes e retornos que demonstram uma tentativa de se aprofundar em aspectos narrativos.

Final Fantasy III

Review Final Fantasy Pixel Remaster

No terceiro jogo, a equipe decidiu seguir mais uma abordagem semelhante ao primeiro jogo. Apesar de Final Fantasy 3 ter ganho uma versão 3D para o Nintendo DS e PSP que trabalhava melhor a narrativa e dava nomes e personalidades próprias para os personagens, a versão do Pixel Remaster prefere seguir mais o modelo narrativo do NES.

Os quatro jovens não possuem falas próprias, quando falam, uma caixa de diálogo serve para representar a fala do grupo inteiro. O maior trunfo da sua narrativa são os excelentes NPCs que aparecem durante a jornada e mini arcos narrativos que envolvem cada cidade visitada, mas novamente, não deixa de ser uma história do bem contra o mal que deseja destruir o mundo.

Final Fantasy IV

Review Final Fantasy Pixel Remaster

O maior salto narrativo da franquia e contendo personagens tão ricos que mesmo sendo limitados num início de geração 16 bits, são geralmente escolhidos como um dos melhores da franquia. Com um enredo envolvente e contando com personagens com profundidade e questionamentos existenciais e vilões complexos, o quarto jogo da franquia é tão valioso narrativamente que acabou ganhando sequências (After Years) e novas versões para o 3D.

Com uma narrativa onde novos personagens chegam e vão embora, o ritmo do enredo vai sempre se renovando e trazendo novos elementos.

Por ser uma versão mais fiel ao original, partes da história expandidas como o passado do vilão Golbez infelizmente não são contempladas no Pixel Remaster, mas possui uma história que ainda vale muito a pena de ser conhecida.

Final Fantasy V

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Por algum motivo, o quinto jogo apresenta um retrocesso narrativo com designs de personagens genéricos e um desenvolvimento nada profundo nas suas personalidades. Aqui temos personagens sem grandes arcos pessoais e pouco memoráveis e talvez esse seja o motivo de ser tão esquecido.

Adotando um estilo narrativo mais parecido com os primeiros jogos, os personagens possuem falas próprias, mas suas personalidades são mais voltadas para o teor cômico. O quinto jogo da série é o mais único, já que ele adota um humor mais divertido e menos sério, com diversos momentos engraçados.

Final Fantasy VI

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Sendo considerado para a maioria, a melhor narrativa da série entre todos os 15 jogos numerados lançados, incluindo os spinoffs, o sexto game da série alcançou um feito difícil de ser batido, ainda mais atuando no fim de geração 16 bits, onde a limitação de espaço e gráfica podem atrapalhar o desenvolvimento narrativo.

Com uma gama de vários personagens, Final Fantasy 6 desenvolve cada um com personalidades diferentes, arcos de história coerentes, redenções e transformações de personalidade tudo isso envolto em temas sérios como luto, vingança, responsabilidade, depressão, solidão, preconceito, autoconhecimento e uma quantidade grande de momentos marcantes que são enriquecidos com um dos melhores e mais complexos vilões ao lado de Sephiroth da série, o genial Kefka.

Com um plot twist que muito jogo tentou copiar, mas sem o relativo sucesso, o jogo conta com uma segunda parte de um mundo destruído onde o jogo te dá a liberdade de ir sozinho enfrentar Kefka ou reunir aleatoriamente todo os personagens do grupo espalhados pelo mapa e somos surpreendidos com mais sobre seus arcos pessoais.

Gameplay

Falando primeiro sobre melhorias de qualidade de vida compartilhadas em todos os seis jogos, Final Fantasy Pixel Remaster conta com diversas mudanças para facilitar a vida dos jogadores.

Nesse bundle, podemos desligar encontros aleatórios, aumentar (até 4x) ou diminuir (0,5x) a quantidade ganhos de experiência em cada batalha, dinheiro (gil) ganho e HP recebido em alguns jogos. Os recursos são ideais para quem quer revisitar as memórias de forma nostálgica, ganhar maiores desafios ou deseja conhecer o início da série, mas aplica um efeito adicional de facilitar e remediar alguns problemas de mecânicas, como evitar perder muito tempo com grinding, explorar mais fácil dungeons com encontros aleatórios exagerados e lidar melhor com o sistema de evolução complicado do Final Fantasy 2.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Outro recurso é que além de saves automáticos agora podemos fazer saves rápidos que são feitos em qualquer lugar, que ajudam que não percamos horas de progressão por conta de um combate perdido.

Todos os jogos agora contam com mini mapas, facilitando a exploração por dungeons e cidades seja para prosseguir nos objetivos da campanha quanto para vascular á procura de itens e equipamentos. O jogo conta duas opções de visual das legendas: a feia moderna e a clássica, pixelada. Nem preciso dizer qual é a mais indicada.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Além disso, o jogo conta com uma alternativa de “acelerar as batalhas“, que é mais uma opção de ataques automáticos. A alternativa é somente benéfica pra quem não tem paciência pra escolher alvos manualmente, mas inútil contra inimigos mais fortes. Acelerar batalhas seria melhor quando podemos escolher os alvos e só os ataques são acelerados, não um recurso problemático de “auto-battle”. Outra melhoria nesse sentido, é que nos originais, quando atacávamos um inimigo que havia acabado de ser morto no mesmo turno o ataque falhava e na nova versão os ataques vão automaticamente para os outros alvos vivos.

Por serem versões mais próximas dos jogos originais de NES e SNES, todos os jogos não contam também com dungeons e equipamentos exclusivos que foram introduzidos em remasters e remakes lançados para GBA, PSP e DS. A ausência destes conteúdos adicionais prejudica a experiência aprimorada de outras versões lançadas dos jogos, e pode decepcionar quem conheceu cada título fora das versões originais.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Em diversos jogos, a disponibilidade de itens, dinheiro e ajustes gerais nas magias foram feitas para melhorar balanço de dificuldade para tornar um fardo menor na experiência do jogador, eliminando problemas arcaicos de jogos do NES, tornando a dificuldade menos punitiva e mais justa.

Agora, como conhecido, cada jogo da série Final Fantasy possui especificidades próprias, seja nos seus sistemas de batalha quanto em mecânicas adicionais, por isso resolvemos também separá-los para deixar mais organizado e fácil de ser compreendido. Confira abaixo:

Gameplay de Final Fantasy I

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Estabelecendo a base da franquia e inspirando vários jogos do mercado pela história, no primeiro da série você precisa definir nomes e classes (Jobs) iniciais dos personagens. Sendo um jogo por turnos, o jogador tem à disposição quatro personagens em combate, podendo usar ataques normais, magias, itens, defesa e fugirem.

Quanto mais você avança no jogo, mais os jobs ganham upgrades, totalizando 12 classes disponíveis no jogo. Além disso, você pode comprar novas magias nas lojas das cidades e equipá-las em classes distintas.

Para o primeiro jogo, ele estabelece uma estrutura inicial e acaba sofrendo pela simplicidade do sistema e pode entediar quem deseja algo mais complexo e infelizmente Final Fantasy 1 não vai te proporcionar nenhuma profundidade na jogabilidade

Gameplay de Final Fantasy II

Review Final Fantasy Pixel Remaster

O mais diferente e esquisito sistema de progressão da franquia principal e dos spinoffs. No jogo, as classes desaparecem e qualquer personagem pode usar magias e armas livremente, deixando para o jogador definir a melhor configuração de party de sua preferência.

Seu sistema de evolução é baseado em ações dentro da batalha, que continua por turnos. Citando exemplos: quanto mais você lança magia, mais de inteligência você aumenta e mais level essa magia ganha, quanto mais golpes você leva, mais HP você ganha, quanto mais você ataca, mais força você ganha e mais proficiência daquele tipo de arma você aumenta e assim por diante.

No original, a evolução era entediante e chata e com as opções no Pixel Remaster, os aumentos de EXP, dinheiro e HP tornam o Final Fantasy 2 o jogo que melhor se aproveita dessas mudanças. Além disso, a adoção das melhorias de qualidade de vida atenuam o design terríveis de ruins das dungeons e o sistema de encontros um dos mais punitivos da série.

Gameplay de Final Fantasy III

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Enxergando o desastre do sistema de evolução do 2, o 3 volta aos trilhos e às bases da série ao basear o aumento de nível na experiência ganha após as batalhas além de voltar com um sistema melhorado de classes.

Escolhendo mais classes e nomes de personagens no seu início, o sentimento familiar retorna à franquia. Podendo mudar de classe sem gastar dinheiro, cada uma sobe de nível de forma separada do seu personagem principal, tornando a montagem da melhor combinação de classes um processo prazeroso para o jogador, potencializado por equipamentos e magias mais avançadas durante o jogo.

Com desafios muito difíceis e encontros inimigos comuns dignos de tensão, Final Fantasy 3 vai te forçar a ter que constantemente trocar de classes para passar por dungeons longas e tensas onde você pode vai perder um tempo considerável pensando maneiras e combinações de classes para prosseguir com a aventura, criando uma profundidade estratégica jamais vista nos dois primeiros jogos.

Felizmente as mudanças de melhoria de qualidade atenuam muito e ajudam a melhorar a experiência de jogo para quem não é fã de grandes desafios e muito grinding.

Também é nesse jogo onde começamos a usar summons usando a classe Summoner (Invocadores).

Gameplay de Final Fantasy IV

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Abandonando a escolha livre de classes pelo jogador, agora temos classes definidas para cada personagem com magias e habilidades exclusivas, mas compensando em ação em um ritmo de combate mais acelerado, o sistema ATB (Active Time Battle).

A tela de combate se mantém a mesma, mas agora cada personagem da party possui uma barra que vai enchendo com velocidades diferentes baseadas nesse atributo. Com isso não só personagens podem atacar mais ou menos vezes usando magias de aumento (Haste) e diminuição (Slow) de velocidade como os inimigos também podem.

O jogo não espera mais você escolher a sua próxima ação pelos menus, criando um ritmo envolvente de combate e forçando o jogador a decidir mais rápido as próximas ações antes de serem pegos de surpresa durante as escolhas e terem que mudar a estratégia em cima da hora.

Gameplay de Final Fantasy V

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Voltando a livre escolha de classes (agora com 22 jobs, mas menos que a versão de GBA), o Final Fantasy 5 expande tudo o que foi feito no terceiro jogo.

O quinto jogo é essencialmente conhecido na série pelo excelente sistema de classes e que foi ajustado de uma maneira mais livre, deixando tudo mais divertido. Agora você pode dominar habilidades específicas das diferentes classes e colocá-las em outros personagens, criando combinações poderosas e classes híbridas, se livrando da penalização do 3 por usar determinados jobs.

Um problema do seu modelo é que algumas classes vão se tornando obsoletas è medida que vamos ganhando novas pela campanha e outras mais complexas caso não tenha uma estratégia específica de atuação.

Sobre o desafio, ele está presente no seleto panteão de jogos difíceis da série, com chefes que mudam padrões de ataque baseados nas suas ações durante a campanha e inimigos com levels altos e barras de HP gigantes em uma parte da história onde você não está evoluído.

Gameplay de Final Fantasy VI

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Entre todos os jogos, o sexto jogo ganhou mais atenção no Pixel Remaster. Com upgrades de habilidades, estatísticas de inimigos e uma lista grande de melhorias impossível de ser explicada aqui.

Contando com 14 personagens, o maior elenco da série, o jogo volta ao que era no quarto jogo, as classes e habilidades distintas não são de livre escolha e cada personagem possui habilidades exclusivas. Enquanto Sabin pode realizar golpes com comandos parecidos com golpes de jogos de luta (Blitz), seu irmão Fígaro usa engenhocas tecnológicos para realizar ataques especiais, Terra é capaz de realizar transformações, Celes absorva magia, Gau seja capaz de realizar ataques de monstros e assim por diante.

Outra mecânica interessante e que acabou inspirando nos jogos seguintes da série, as personagens aprendem habilidades e magias equipando Espers cristalizados. Sendo equipados por vez em cada personagem, além de serem possíveis de usá-los com golpes de invocação nas batalhas, eles conferem magias gradualmente. Após um personagem dominar uma magia do Esper equipado, ela permanece pra sempre com o personagem. Assim, a mecânica de aprender magias e procurar Espers adicionais acaba que adicionando uma profundidade de builds diversas e montagens de parties diversificadas, pontecializadas com as habilidades exclusivas dos catorze personagens.

O jogo conta também com as relíquias, acessórios especiais que atribuem diversos efeitos de suporte que melhoram o seu personagem. Além das melhorias básicas de aumento de atributos, podem conferir barreiras protetoras, imunidade de efeitos, diminuição no uso de MP (pontos de magia) e dezenas de efeitos que mudam ataques padrões ou permitam atacar mais de uma vez na mesma ação.

Gráficos

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Após as criticadas versões para celulares com sprites novos e uma mudança visual que tentava modernizar a franquia, mas que só conseguiu deturpar toda a identidade visual dos jogos e irritar fas, a Square-Enix decidiu relançar a coletânea Pixel Remaster mais fiel possível aos originais com sprites pixelados melhorados, cenários refeitos e animações adicionais.

Para assegurar a fidelidade visual, o artista de pixel original Kazuko Shibuya supervisionou essa área, refazendo a própria arte em diversos personagens, tornando as novas versões mais agradáveis e menos invasivas para os fãs.

É claro que os quatro primeiros jogos ganharam uma renovação mais substancial dada à qualidade das plataformas e o ano em que saíram, mas alguns planos de fundo adicionais foram criados para caberem na visualização 16:9 onde a perspectiva widescreen ajuda a enxergar melhor tesouros escondidos pelas dungeons.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Para quem se pergunta se versões em 3D de Final Fantasy 3 e 4 que foram lançados no DS e PSP estão presentes nessa coletânea, a resposta é não. O bundle segue aquilo escrito e claro no seu subtítulo “Pixel Remaster” e remasteriza a pixel art dos jogos orignais e cumpre bem a proposta.

Além disso, só o Final Fantasy 6 ganhou uma adição gráfica diferenciada presente na grandiosa cena da Ópera, onde Celes percorre o castelo em uma visão HD-2D semelhante a técnica presente em Octopath Traveler.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Todos os jogos além de possuírem os bestiários com todos os dados de inimigos, possuem também uma galeria de arte com todas as artworks do honorável Yoshitaka Amano com artes finais, rascunhos, artes promocionais e artes que foram lançadas posteriormente da época de lançamento.

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Se existisse alguns pontos a serem melhorados talvez a opção de escolher os sprites antigos para fins de nostalgia, a presença das belas CGIs presentes nas versões de PS1 (Anthology e Chronicles) e a adição das artes dos rostos dos personagens nas caixas de diálogo, algo que foram removidas nessa versão.

Trilha Sonora e Som

Review Final Fantasy Pixel Remaster

Contendo todas as músicas orquestradas, o compositor original Nobuo Uematsu supervisionou todas as trilhas do Pixel Remaster, e o resultado é digno de elogios. Como já conhecido, as faixas da série são uma das melhores no mundo dos games e seus rearranjos orquestrados são as opções mais recomendadas para quem deseja experimentar o game.

A versão do Pixel Remaster também adicionam a opção das trilhas sonoras originais, com os toques clássicos e as vezes estridentes e irritantes para quem queira experimentar por completo a nostalgia da época de lançamento.

O jogo também conta com uma “Music Box“, onde organiza todas as músicas do jogo e conta com as duas versões, a orignal e a orquestrada.

Mas o que mais me deixou feliz em Pixel Remaster foi a adição das legendas e localização para o português do Brasil, dando a chance dos brasileiros conhecerem mais da série e para quem jogou, uma nova visão dos jogos.

Vale a Pena?

review final fantasy pixel remaster

Altamente indicado para fãs, para amadores, para casuais, para hardcores, para sua mãe, sua tia, seu avô, seu vizinho ou para o seu animal de estimação, a coletânea Final Fantasy Pixel Remaster é nada mais que o início de uma parte da história dos games resumida em seis versões fieis aos originais que merece ser conhecida.

Com seis histórias distintas, seja por qualidade ou assuntos, o balanço geral das campanhas irá agradar a maioria dos jogadores e é altamente convidativa já que todas ganharam localizações para a nossa língua portuguesa.

Ganhando boas opções de qualidade de vida, o jogo se torna desafiante para quem deseja uma experiência diferente e acessível para quem deseja só conhecer ou revisitar momentos icônicos da franquia, se tornando a jogabilidade mais divertida disponível para os seis primeiros jogos.

Mesmo correndo o risco de ocorrer retrocessos técnicos, Pixel Remaster decide respeitar o visual original e sua trilha sonora, mantendo assim a sua coerência gráfica dos jogos originais, respeitando o seu material de lançamento, a memória dos fãs e o seu legado para os games. Pena o preço de lançamento ser tão caro para nós brasileiros.

Jogo (Versão de PS4) analisado no PS5 com código fornecido gentilmente pela Square-Enix.

Notas do Jogo
review final fantasy pixel remaster

Título: Final Fantasy Pixel Remaster

Descrição do jogo: Os jogos que inspiraram uma geração ganham vida mais uma vez, na derradeira remasterização em 2D pixel! Desfrute de gráficos de pixel 2D universalmente atualizados e da trilha sonora maravilhosamente reorganizada. A jogabilidade é aprimorada com interface do usuário modernizada e extras como bestiário, galeria de ilustrações e reprodutor de música permitem maior imersão no mundo do jogo. ■Conteúdo do pacote ・FINAL FANTASY ・FINAL FANTASY II ・FINAL FANTASY III ・FINAL FANTASY IV ・FINAL FANTASY V ・FINAL FANTASY VI

Gênero: RPG

Lançamento: 19/04/2023

Produtora: Square-Enix

Distribuidora: Square-Enix

COMPRAR

Nota
8.8/10
8.8/10
  • História - 9/10
    9/10
  • Jogabilidade - 8/10
    8/10
  • Gráficos - 8/10
    8/10
  • Trilha Sonora e Som - 10/10
    10/10

Veredito

Altamente indicado para fãs, para amadores, para casuais, para hardcores, para sua mãe, sua tia, seu avô, seu vizinho ou para o seu animal de estimação, a coletânea Final Fantasy Pixel Remaster é nada mais que o início de uma parte da história dos games resumida em seis versões fieis aos originais que merece ser conhecida.

Com seis histórias distintas, seja por qualidade ou assuntos, o balanço geral das campanhas irá agradar a maioria dos jogadores e é altamente convidativas já que todas ganharam localizações para a nossa língua portuguesa.

Ganhando boas opções de qualidade de vida, o jogo se torna desafiante para quem deseja uma experiência diferente e acessível para quem deseja só conhecer ou revisitar momentos icônicos da franquia, se tornando a jogabilidade mais divertida disponível para os seis primeiros jogos.

Mesmo correndo o risco de ocorrer retrocessos técnicos, Pixel Remaster decide respeitar o visual original e sua trilha sonora, mantendo assim a sua coerência gráfica dos jogos originais, respeitando o seu material de lançamento, a memória dos fãs e o seu legado para os games.

Vantagens

  • Opções de qualidade de vida tornam toda a experiência muito divertida e convidativa;
  • Mudanças consertam defeitos de gameplay de alguns jogos;
  • Sprites e design visual do geral respeitam o material original;
  • Trilhas sonoras orquestradas valorizam as faixas originais;
  • Galeria de arte, som e bestiário presentes;
  • Localização em português do Brasil.

Desvantagens

  • Coletânea completa muito cara;
  • Ausência de partes da história, CGIs, dungeons e equipamentos extras de outras versões.

Qual a sua Opinião?

Gostei Gostei
26
Gostei
HAHAHA HAHAHA
53
HAHAHA
Não Gostei Não Gostei
13
Não Gostei
Bravo Bravo
46
Bravo
Legal Legal
60
Legal
Chorando Chorando
66
Chorando
Surpreso Surpreso
6
Surpreso
San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.