Review | Chained Echoes


Se eu te disser que o jogo que será analisado foi feito por somente uma pessoa e o dinheiro do desenvolvimento foi inteiramente financiado por apoiadores e fãs de jogos de RPG? E se eu te antecipar que este jogo independente é uma das melhores produções do gênero e quase ganhou um 10? Esse é o caso do incrível Chained Echoes.

Há sete anos, um desenvolvedor alemão solo independente chamado Matthias Linda teve uma ideia para um novo RPG. A ideia consistia em desenvolver um jogo completo que teria como inspiração jogos como Secret of Mana, Final Fantasy VI, Chrono Trigger, Breath of Fire, Xenogears e Suikoden. Para tornar essa ideia real, ele abriu uma campanha no Kickstarter em 2019 e conseguiu superar as expectativas do valor arrecadado.

Após anos de trabalho e espera, finalmente Matthias Linda conseguiu lançar a sua obra autoral e Chained Echoes é certamente um dos jogos mais surpreendentes já lançados nos últimos anos e é a prova que o mercado tem muita coisa sendo feita errada.

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História

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A história do jogo acontece no continente de Valandis, uma terra assolada por uma guerra de mais de 150 anos entre três reinos. Logo nos primeiros minutos já estamos rumo ao campo de batalha e conhecemos uma companhia mercenária chamada The Band of the Iron Bull sob a perspectiva do protagonista Glenn.

A bordo de um dirigível, os mercenários foram contratados como uma forma de distração contra as forças inimigas de Tormund em Wyrnshire. O objetivo da companhia é conseguir destruir uma pedra que seria a fonte de força do império. O jovem Glenn, piloto de uma Sky Armor (robôs de batalha que voam) mais habilidoso da companhia, acaba conseguindo romper as linhas inimigas e destruir o cristal, mas uma reviravolta acontece e uma explosão em escalas gigantescas acaba destruindo todo o campo de batalha e matando aliados, inocentes e inimigos junto, sendo os únicos sobreviventes da catástrofe são Glenn e seu companheiro Kylian.

Logo após o ocorrido, um tratado de paz é assinado entre os reinos e uma década de trégua acaba finalmente chegando em Valandis. Carregados de remorso e culpa, Glenn e Kylian buscam respostas para encontrar uma forma de destruir o cristal (Grand Grimoire) e na noite de uma festa, eles decidem invadir o palácio para encontrar algum registro sobre o artefato.

Mal sabem eles que essa noite seria marcada por outro ataque terrorista que faria essa paz ser quebrada e uniria a princesa de Tormund, Lenne, seu pupilo, Robb, uma ladra, Sienna e o estudioso e músico, Ser Victor a Glenn e Kylian em uma jornada de auto descoberta, traições, problemas de família, corrupção de instituições e a revelação de um segredo secular antigo.

Campanha

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Você acorda com sua mãe te chamando. Ela abre as cortinas revelando um dia ensolarado. Te avisa que seus amigos estão esperando, você já está de pé e ela ainda insiste em dizer que você está dormindo. Quuando você menos espera, ela te dá um tapão. Você dessa vez acorda de verdade e se vê em uma caravana de airships rumo ao campo de batalha.  É assim que a narrativa de Chained Echoes se apresenta, mostrando que ela vai homenagear tropos do gênero, mas vai seguir quebrando as suas expectativas o tempo inteiro.

Com um tema claro, o roteiro segue uma narrativa política sobre guerra. Mas o mais interessante é como ela se desenvolve, não focando apenas na perspectiva de Glenn, mas também nos olhares de outros personagens, deixando o jogador no controle de cada um em diversas partes da história para apresentar perspectivas de cada frente às dificuldades da guerra e os motivos de seus traumas, não caindo em um tratamento infantil.

Na história, todos os personagens possuem suas próprias motivações, de heróis a vilões. Apresentando os motivos de suas ações, seus próprios questionamentos morais, tornando críveis e reais, cativando o jogador. É claro que o jogo, como o normal do gênero, adota traços de características genéricas como uma ladra solitária, uma princesa de bom coração, um herói habilidoso, um estudioso centrado, um pupilo super protetor que desconfia de todos que se aproximam da princesa ou um vilão impiedoso imperialista.

campanha de review chained echoes

Mas é na construção do background de cada um que tudo isso é quebrado, com uma ladra que abandonou tudo por não acreditar em instituições que servia, uma princesa que saiu da segurança do castelo para enxergar o mundo como ele é, um herói inseguro para tomar decisões, um estudioso com uma missão de servidão e gratidão impressionantes, um pupilo esnobado pela família com uma história trágica e um vilão que se vê sozinho e isolado sendo usado por pessoas e seres superiores.

A narrativa vai se desenvolvendo da forma antiga que JRPGs funcionavam. Com mini arcos que servem para mostrar elementos importantes para a lore da história até ir escalando para os principais mistérios e acontecimentos da campanha principal. Estes mini arcos, ao contrário do comum, são bastante divertidos, tanto que alguns chegam a ser até mais interessantes que o arco principal como um segmento onde somos sequestrados e viramos cobaias de um experimento ou as partes onde navegamos pelo inconsciente dos personagens para entender o motivo de seus traumas.

A forma que Chained Echoes retrata os horrores da guerra, ao contrário da aparência infantil do seu visual, é elogiável. Não abordando de forma superficial e distante, o jogo faz questão de exibir os motivos, causas e consequências das ações. Com mortes, fome, repressão, revoltas populares, criação de centros de resistência, traições, corrupção, escravidão, pobreza, preconceito, ciclos de violência e instituições religiosas que se aproveitam da fé.

Por ser um jogo com referências nostálgicas, a narrativa sabe que o perfil do jogador não é de uma faixa etária inferior, assim trazendo temas menos rasos do que sua aparência poderia demonstrar, sem perder o ar cativante e bem humorado dos clássicos.

Gameplay

batalha chefe review chained echoes

Chained Echoes é um JRPG com todos os elementos mais famosos e oriundos de jogos da era 16 e 32 bits. Primeiro se tratando sobre o seu sistema de combate, ele possui batalhas baseadas em turnos. Com inimigos de um lado e a sua party de outro, a HUD exibe as opções de combate (ataque, habilidades, item e defesa), a barra de saúde e TP (magia) uma barra exibindo a ordem de ataque dos turnos e um elemento próprio de seu gameplay, a barra de Overdrive.

Sem grandes complexidades, a barra de Overdrive funciona de forma muito instintiva e fácil de dominar. Cada de ação de ataque realizada pelos membros do grupo move o cursor em direção para a área vermelha (zona de perigo) ou cada ação passiva (defesa e uso de itens de cura) ou marcada como amarela, puxa de volta o cursor para a área amarela e verde.

  • Na área verde, as habilidades custam menos para serem usadas, aumenta a força dos ataques e a defesa do grupo.
  • A área amarela é a zona neutra, onde ataques e defesas ficam em seu valor padrão.
  • A área vermelha provoca queda na defesa do grupo, tornando cada ataque inimigo mais forte.

Cada personagem do grupo possui uma especialidade que definem as suas habilidades, algo como os jobs ou classes já conhecidas em RPG orientais e ocidentais. O Glenn é uma espécie de guerreiro, contando com ataques fortes de espada, buffs e debuffs de defesa e ataque. A princesa Lenne é uma red mage, forte em magias elementais e habilidades de cura. Robb é um arqueiro com ataques pesados, ataques de status negativos de Poison, Silence e Blind. A Sienna é a ladra espadachim, com ataque em área, danos de sangramento e capacidade de roubar itens. Ser Victor é uma espécie de bardo, contando com magias de suporte e magias elementais. E assim por diante, contando com outros personagens que vão entrando na party ao decorrer da história.

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Outro elemento do seu combate é a capacidade de poder usar oito personagens em batalha. Sendo quatro por vez, você pode colocar personagens substitutos de cada um, podendo trocá-los respectivamente ao decorrer da batalha, enriquecendo a experiência tática, variando perspectivas de gameplay e adicionando uma dose de diversão interessante.

review chained echoes sky armors combate

O jogo apresenta bem mais tarde outra novidade benvinda nos seus sistemas, o uso de mechas, as Sky Armors. Trazendo além de uma melhoria e adição de novidades na exploração, já que podem voar, elas contam com uma barra de Overdrive própria (chamada de Overheat) baseado em Marchas que vão de Zero a Dois, sendo Zero capaz de recuperar TP, mas incapaz de atacar, a Um capaz de atacar e movimentar o cursor da barra de Overheat para a zona vermelha direta e a Dois que aumenta a força dos ataques e movimenta o cursor da barra para a zona vermelha da esquerda.

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Além disso, é possível equipá-las com peças de armadura, mudando armas de curto e longo alcance, aparência do robô, cor da pintura e RAM. Apesar dessa parte não ser profunda ou recheada de possibilidades, o jogo faz muito com pouco.

Todas essas adições durante a jornada vão proporcionando novidade, não deixando o jogador cansado e com a sensação normal de repetição que jogos de JPRG costumam ter do meio para o final.

gráficos review chained echoes

Sobre os inimigos, Chained Echoes não é um jogo difícil, mas também não é nada fácil. Possuindo um desafio moderado para quem já está acostumado com o gênero, não é um jogo recheado de batalhas contra  inimigos, já que eles aparecem no mapa e só reaparecem se você sair da área. Aparecendo em grupos iguais, diferentes ou sozinhos, os inimigos podem se tornar uma pedra no sapato para quem achar que usar sempre as habilidades sem se atentar a barra de Overdrive possa ser a forma ideal de lidar com os encontros.

Os inimigos obrigam o jogador a usar de todas as habilidades que tenham a disposição, mesmo porque logo após as batalhas, o HP e TP são restaurados, portanto não há razão para guardar TP. Tendo que usar buffs, debuffs, fraquezas e forças elementais dos inimigos, o combate cresce justamente pelos inimigos obrigarem que o jogador os use, tornando agradável e divertido batalhar.

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Os chefes, sendo opcionais ou não, também enriquecem a experiência, com batalhas desafiantes, sem serem impossíveis ou punitivas, o combate brilha e não cansa em quase nenhum momento da narrativa, provando sua eficiência, algo difícil de encontrar em alguns JRPGs atuais.

Para evitar um problema comum em JRPGs, o grind, onde nosso grupo acaba ficando forte muito cedo na narrativa, tornando os combates entediantes e chefes fáceis, o jogo evita o sistema de experiência clássico. Cada batalha ganhamos pontos de habilidade (SP), que são usados para aumentar o nível de habilidades (Skills) dos personagens, mas para aumentar atributos de status como força e defesa, o jogo te dá Grimoire Shard (GS). Estes pontos só são ganhos depois de combates importantes da narrativa ou ao completar cadeias do Quadro de Recompensas.

Estes pontos de grimório (GS) são usados para aprender três tipos de árvores de habilidades:

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  • Ativas: voltada a habilidades especiais, como novas magias, novos ataques físicos, magias de buff e debuff.
  • Passivas: habilidades que permitem causar mais dano a tipos específicos de inimigos, resistir a certos elementos, aumentar as taxas de esquiva e crítico e assim por diante.
  • Status: melhoras de atributos de HP, TP, Magia, Defesa, Velocidade e Crítico.

Cada vez que você gastar esses pontos, ganhamos melhoras adicionais de atributos também, dessa forma o jogo controla a sua progressão durante a campanha e oferece desafios na medida.

Oferecendo uma exploração recompensadora, no seu início navegamos por mapas da mesma forma que em jogos da série Mana no SNES. Com segmentos de exploração e passagens adicionais que levam a itens de equipamento valiosos, explorar em busca de baús e passagens escondidas ajuda a evitar comprar equipamentos (que são caros no seu início) e melhorar espadas e armaduras no crafting ao coletar materiais. Isso é facilitado porque podemos usar cristais que dão fast travels por toda Valandis. Logo depois de umas 10 horas, o jogo te surpreende novamente, te disponibilizando uma airship (dirigível), podendo navegar por um mapa simples, porém eficaz.

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Com esse excesso de facilidade para navegar pelo seu mapa, Chained Echoes conta com algumas missões secundárias bastante divertidas. Além do quadro de pequenas tarefas simples que te recompensam com itens, o jogo conta com uma Guilda de Aventureiros com missões para matar monstros, emblemas encontrados em estátuas que adicionam habilidades exclusivas, missões pequenas e interessantes que vão além de pegar itens e envolvem objetivos divertidos e até mesmo uma fortaleza em uma ilha que serve como quartel general do seu clã e que adiciona toda uma camada de recrutamento de personagens espalhados pelo mundo claramente inspirado na série Suikoden.

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Todos os fatores que envolvem o seu gameplay possuem uma simplicidade e eficiência impressionantes, não se repetindo ou cansando sistemas criados, o jogo vai adicionando novos elementos a cada uma soma de horas que mantêm a diversão do jogador que seguram o interesse por suas longas e criativas 30 horas.

Gráficos

gráficos paisagem review chained echoes

Adotando um estilo visual de pixel art, parte do charme de Chained Echoes vem do estilo nostálgico da era 16 e 32 bits. Possuindo sprites de personagens bonitos e localizações como florestas, cavernas, pântanos, castelos, fortalezas, ruínas antigas, ilhas no céu, minas e cidades chuvosas, o jogo agrada e apresenta gráficos coloridos e variados, mas não chegam a impressionar ou se equipararem a um Octopath Traveler ou até alguns jogos do PS1.

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Áreas como o mapa quando estamos a bordo do airship, imagens do background de paisagens e até mesmo uma ilustração da cidade que aparece no início do jogo exibem uma queda de qualidade na parte gráfica. Alguns chefes são melhor construídos e animados que outros, mas no fim o saldo é bastante positivo e bugs não foram encontrados durante a experiência.

Trilha Sonora e Som

A música de Chained Echoes é composta pelo novato Eddie Marianukroh, e pelo que pude pesquisar, é o primeiro trabalho dele em games.

Claramente inspirada em jogos dos anos 90, as faixas do jogo possui uma variedade decente e agradável de composições que cumprem a sua função de imersão em momentos diferentes da jornada. Passeando com músicas calmas em cidades, misteriosas em dungeons, tristes em momentos dramáticos e heroicas em segmentos de ação, a trilha sonora do jogo brilha muito pela ótima direção com músicas de batalha que nunca cansam.

O jogo não contêm dublagens e só é legendado para inglês, francês, alemão e coreano. Por ser um jogo desenvolvido apenas por uma pessoa, Linda localizou o jogo sozinho para as três primeiras línguas e pediu ajudar do compositor Eddie, para localizá-lo para coreano. Havia um interesse de localizá-lo para português do Brasil, mas não foi possível.

Vale a Pena?

Review Chained Echoes

Chained Echoes não só é indicado, mas obrigatório para qualquer fã de RPG. Com uma história divertida com quebra de expectativas e extremamente madura tratando de temas e assuntos morais com grande competência, personagens com profundidade onde apresentam fraquezas e conflitos próprios fugindo apenas de serem figuras limitadas às suas características genéricas, o que ocorre em diversas narrativas do gênero, o jogo te mantêm interessado até o seu desfecho emocionante.

Seu sistema de combate traz o tom familiar dos jogos do gênero, mas adiciona novos elementos que engrandecem a experiência e se tornam vitais para tornar cada batalha única, não caindo em grandes ciclos de repetição como ocorre em JRPGs, resultando em um jogo de encontros contra inimigos desafiantes onde o domínio de táticas e combinações de habilidades para tirar mais dano se torna essencial. A progressão incomum sem a existência de níveis evita o calcanhar de Aquiles do gênero e mantêm a dificuldade do jogo sempre sob controle.

A quantidade de missões secundárias divertidas que vão além de tarefas simples e genéricas supera até jogos de mundo aberto de alto orçamento, recompensando com novas dungeons, itens importantes e batalhas que estendem de forma saudável a experiência no gameplay.

Por ser feito por uma única pessoa, Chained Echoes é surpreendente, porque prova que o que anda faltando na indústria é paixão pelo o que faz e gente com talento que possa expressar sem amarras suas próprias visões de game design. Me fazendo lembrar a razão de ser meu gênero preferido e porque eu ainda jogo games, digo sem dúvida que ele se torna um dos melhores jogos do gênero.

Nascendo como uma homenagem a jogos antigos, Chained Echoes é muito mais que isso. Ele consegue alcançar o que muito jogo Triple A ainda não conseguiu como personalidade, qualidade, diversão e identidade, só me fazendo esperar ansiosamente novas criações de Matthias Linda.

Notas do Jogo
Review Chained Echoes

Título: Chained Echoes

Descrição do jogo: Chained Echoes é um JRPG com uma história rica, onde um grupo de heróis viaja pelo vasto continente de Valandis para trazer um fim à guerra entre seus três reinos. No decorrer da jornada, eles viajarão por diferentes cenários que vão desde as planícies banhadas pelo vento e arquipélagos exóticos até cidades afundadas e masmorras já esquecidas. Pegue sua espada, canalize sua magia ou embarque em seu mecha. Chained Echoes é um RPG em estilo 16 bits, ambientado em um mundo de fantasia onde dragões são tão comuns quanto os trajes mecânicos controlados por pilotos. Siga um grupo de heróis enquanto eles exploram uma terra cheia de personagens encantadores, paisagens fantásticas e inimigos cruéis. Será que você consegue trazer paz a um continente onde a guerra é travada há gerações e a traição se esconde por todos os cantos?

Gênero: RPG

Lançamento: 08/12/2022

Produtora: Matthias Linda

Distribuidora: DECK13 INTERACTIVE

COMPRAR

Nota
9/10
9/10
  • História - 10/10
    10/10
  • Jogabilidade - 10/10
    10/10
  • Gráficos - 8/10
    8/10
  • Trilha Sonora e Som - 8/10
    8/10

Veredito

Chained Echoes não só é indicado, mas obrigatório para qualquer fã de RPG. Com uma história divertida com quebra de expectativas e extremamente madura tratando de temas e assuntos morais com grande competência, personagens com profundidade onde apresentam fraquezas e conflitos próprios fugindo apenas de serem figuras limitadas às suas características genéricas, o que ocorre em diversas narrativas do gênero, o jogo te mantêm interessado até o seu desfecho emocionante.

Seu sistema de combate traz o tom familiar dos jogos do gênero, mas adiciona novos elementos que engrandecem a experiência e se tornam vitais para tornar cada batalha única, não caindo em grandes ciclos de repetição como ocorre em JRPGs, resultando em um jogo de encontros contra inimigos desafiantes onde o domínio de táticas e combinações de habilidades para tirar mais dano se torna essencial. A progressão incomum sem a existência de níveis evita o calcanhar de Aquiles do gênero e mantêm a dificuldade do jogo sempre sob controle.

A quantidade de missões secundárias divertidas que vão além de tarefas simples e genéricas supera até jogos de mundo aberto de alto orçamento, recompensando com novas dungeons, itens importantes e batalhas que estendem de forma saudável a experiência no gameplay.

Por ser feito por uma única pessoa, Chained Echoes é surpreendente, porque prova que o que anda faltando na indústria é paixão pelo o que faz e gente com talento que possa expressar sem amarras suas próprias visões de game design. Me fazendo lembrar a razão de ser meu gênero preferido e porque eu ainda jogo games, digo sem dúvida que ele se torna um dos melhores jogos do gênero.

Nascendo como uma homenagem a jogos antigos, Chained Echoes é muito mais que isso. Conseguindo alcançar o que muito jogo Triple A ainda não conseguiu como personalidade, qualidade, diversão e identidade, só me fazendo esperar ansiosamente novas criações de Matthias Linda.

Vantagens

  • História com arcos narrativos divertidos e criativos tornam a jornada prazerosa;
  • Temas e personagens profundos valorizam o enredo;
  • Barra de Overdrive e Overheat tornam o sistema de combate tático e desafiante;
  • Tipo de progressão sem níveis mantêm a dificuldade controlada;
  • Missões secundárias interessantes;
  • Desenvolvido por apenas uma pessoa.

Desvantagens

  • Paisagens e alguns inimigos em pixel art com qualidade abaixo do restante;
  • Não possui legendas em PT-BR e pode afastar quem não tem domínio do idioma;

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.