Análise | Ratchet & Clank


Ratchet & Clank é uma franquia com quase 20 anos de existência, com mais de 15 jogos. Em um cenário de grandes produções, com tramas maduras, com espadas, guerras históricas, sangue, personagens profundos, altas produções, battle royales competitivos, a série foi aos poucos perdendo fama. Seu último jogo, Into the Nexus, foi lançado no fim da geração PS3, lá em 2013.

A Insomniac, em uma clara declaração de amor à sua franquia, surpreendeu a todos anunciando um novo jogo da franquia na PlayStation Experience de 2015, mas não foi um simples anúncio, eles iriam lançar um remake do primeiro jogo. Lançando junto de um novo filme, o jogo Rachet & Clank viria renovado com belos gráficos, gameplay mais fluído e modernizado e já chegou surpreendente o público com uma bela qualidade gráfica.

Com tudo isso, será que essa modernização de Ratchet & Clank serviria para trazer uma série tão consagrada, de volta ao mercado de games? 

História

Ao contrário do jogo original de 2002, a história de Ratchet & Clank é contado sob a perspectiva do Capitão Qwark, que reconta os eventos do primeiro jogo para o prisioneiro Shiv Helix. A história se passa na Galáxia Solana, povoada por diversas raças e robôs. O protagonista do jogo é Ratchet, um lombax, uma raça parecida com um felino de cor alaranjada que vive no planeta Veldin.

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Ratchet trabalha na garagem de Grimroth Razz, mas possui o sonho de ingressar ao grupo dos Patrulheiros Galácticos, uma espécie de grupo espacial de combate liderados pelo Capitão Qwark. Ratchet vê o anúncio que os Patrulheiros estavam procurando um novo membro para o grupo e decide participar de uma espécie de torneio.

Ao passar pelo torneio, Ratchet é entrevistado pelo Capitão Qwark, que por inveja esnoba o lombax e nega que entre para o seleto grupo. Ratchet volta para Veldin e se conforma a viver a sua vida pacata. Em uma noite, Ratchet vê uma nave caindo do céu e conhece Clank, um robô criado nas Indústrias Drek, que teve que fugir da fábrica por ter saído “defeituoso”. Clank, um robô altamente inteligente, descobre o plano de invasão Drek e decide avisar os Patrulheiros Galácticos e acaba tendo a sua nave de fuga atingida e caindo no planeta de Ratchet.

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Os vilões Dr. Nefarious e Drek.

Alonzo Drek é o presidente das Indústrias Drek, que está fabricando um exército de robôs militares criados pelo cientista louco Dr. Nefarious e liderado pelo robô Victor Von Ion. O principal plano de Drek é criar o seu planeta ideal e para isso ele invade, suga recursos naturais e destrói planetas da galáxia com o Desplanetizador, uma gigante estação espacial.

Ratchet fica sabendo do plano e decide ajudar Clank na sua jornada e assim a história se inicia.

A história possui algumas diferenças com a do jogo original, como a presença de Dr. Nefarious já neste jogo, o fato das intenções do Capitão Qwark não estarem tão claras desde o início e várias fusões de planetas.

Personagens

Ratchet é o protagonista padrão de uma jornada do herói, sonhador, inexperiente, atrapalhado e com enorme talento para aptidões físicas. Ele consegue cumprir o seu papel como protagonista de um jogo com narrativa leve. Clank é o robô esperto e sábio, brilha pouco na narrativa e serve só como personagem de suporte.

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Capitão Qwark, o grande personagem do jogo.

Sobre os vilões, Dr. Nefarious segue o cliché de cientista louco e Drek segue o vilão empresário sem escrúpulos dono de uma mega-corporação e psicopata.

Mas quem realmente brilha com o seu carisma é o Capitão Qwark. É o personagem com maior nuance de background narrativo e com pontos de virada no roteiro. Bonachão, egoísta, exibido, engraçado, atrapalhado e medroso, ele é a única camada mais humana do jogo. Por ser a voz narrativa da história, já que é ele que nos conta, estará presente mesmo sem estar em diversos momentos do jogo e nos dará várias declarações e pensamentos próprios durante o gameplay.

Uma Campanha Simples

Por ser um jogo para um público mais infantil, a campanha é de fácil entendimento, simples e até meio boba. A campanha do jogo se divide em passar por planetas e ir resolvendo problemas locais junto com desafios em favor da campanha principal.

Gameplay

Seguindo a mesma fórmula da franquia, continua sendo o jogo de ação, shooter em terceira pessoa com elementos de plataforma. Ratchet pode pular, usar o jet pack presente no jogo Ratchet and Clank Future: Into the Nexus e atacar com sua chave inglesa e tem a disposição um arsenal gigante de armas com projéteis que vão de plasma, foguetes, lasers, arma que transforma inimigos em pixels, ovelhas, bombas e vários outros.

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Cada arma, que vale destacar novamente que são muitas, possui um robusto sistema de upgrade com melhorias. Ratchet ao derrotar inimigos, eles dropam vários parafusos (que servem como moeda) e Raritânio (cristais que servem para upgrades) então, com isso, é possível usá-los para aumentar o limite de munição, alcance do disparo, melhora de efeito e duração no Fornecedor de Armas.

Cada planeta funciona de forma parecida, você avança, aparece uma horda de inimigos – que se torna cada vez mais repetitiva e com IA baixa – as derrota, você destrói caixas para conseguir mais parafusos e recuperar munição. O jogador pode se sentir impelido a usar apenas 4 armas durante a campanha, mas por conta da quantidade de hordas, o jogo força o jogador a usar outras armas, estimulando uma maior variedade de formas de gameplay. Há algumas áreas onde é necessário pular em plataformas, usar ganchos, ativar botões, participar de torneios de corrida e surfar em trilhos.

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Sistema de upgrades de armas.

Se o gameplay de Ratchet foca em ação e plataforma, o gameplay de Clank foca em resolução de puzzles. São poucos, é verdade, mas estão presentes em alguns pontos da campanha.

Existe um problema latente no jogo, na medida que você passa pelo planetas, você não tem mais vontade de voltar até eles para pegar colecionáveis. Os planetas só são interessantes na sua primeira visita, tornando um jogo ruim de fator replay.

Na soma, o gameplay do jogo é sim divertido e descompromissado, oferecendo uma variedade de mecânicas de gameplay e uma curva de dificuldade baixa que vai subindo na última missão.

Gráficos

O fator mais elogiável do jogo. As cenas são dignas e equiparáveis a grandes filmes de animação, bem animadas, revelando como um dos mais belos jogos do PS4. Os gráficos “in-game” também não deixam a qualidade cair, com ótimas animações e movimentação fluída, o jogo não se furta de oferecer muita informação visual na tela, com explosões, luzes, tiros, laser e parafusos, o jogo é um espetáculo visual sem cair a sua fluidez.

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Adotando uma direção de arte voltado a um estilo mais cartunesco, os planetas oferecem biomas e construções diferentes. Com planetas repletos de vida marinha, um deserto repleto de sucata, laboratórios, estações espaciais, céus estrelados, cidades sob ataque, terrenos forrados de lava, o jogo consegue entregar ótimos gráficos em qualquer coisa que se propõe.

Trilha Sonora e Som

A trilha sonora foi composta pelo Michael Bross, que já havia participado de jogos da franquia como Full Fonrtal Assault e All 4 One, além de jogos da franquia Oddworld. Todas as músicas seguem orquestradas, com diversos instrumentos e muita presença de batidas e instrumentos de sopro como trompetes, sempre com ritmos acelerados que um jogo de ação precisa ter.

 

A dublagem brasileira consegue, como sempre, entregar a melhor experiência possível. Com ótimas caracterizações, a sensação sonora ao testemunhar a dublagem é estar jogando uma animação ou desenho animado. Vale destacar a ótima dublagem do Capitão Qwark.

Vale a Pena?

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Sim, muito. Ratchet & Clank ressurge provando que ainda há espaço para jogos de plataforma com propostas mais infantis. É possível jogar um jogo descompromissado e leve e se divertir, sem a necessidade de grandes tramas. O jogo possui uma duração razoável, personagens divertidos e uma campanha satisfatória, mas não surpreendente. 

Como gameplay, ele traz pouquíssimas mecânicas novas e a sensação é um jogo com ideias recicladas sob um roupagem em alta definição. É sim divertido, possui alguns puzzles que quebram o ritmo narrativo, como ter que participar de torneios de corrida no terço final de jogo ou mesmo puzzle de abrir portas no meio de uma perseguição.

Com ótima trilha sonora e um impressionante trabalho gráfico e de animação, Ratchet & Clank se prova e deixa uma sensação positiva que a franquia ainda pode oferecer diversão paras as velhas e novas gerações, e com Ratchet & Clank. Rift Apart do PS5 vindo por aí, espero que a franquia continue recebendo jogos e evoluindo.

Notas do Jogo

Título: Ratchet & Clank

Descrição do jogo: Ratchet & Clank detonam pela primeira vez no PlayStation®4, com um novo jogo baseado em elementos do Ratchet & Clank original (PS2™). Ratchet & Clank (PS4™) explora mais a fundo a história da origem dos personagens e moderniza a partida original. Conta com vários planetas novos, chefes inteiramente novos, nova partida do Clank, novas sequências de voo e muito mais – com recursos visuais completamente novos, desenvolvidos para utilizar o poder do PS4.

COMPRAR

Nota
8.1/10
8.1/10
  • História - 7/10
    7/10
  • Jogabilidade - 7/10
    7/10
  • Gráficos - 9.5/10
    9.5/10
  • Trilha Sonora e Som - 9/10
    9/10

Veredito

Sim, muito. Ratchet & Clank ressurge provando que ainda há espaço para jogos de plataforma com propostas mais infantis. É possível jogar um jogo descompromissado e leve e se divertir, sem a necessidade de grandes tramas. O jogo possui uma duração razoável, personagens divertidos e uma campanha satisfatória, mas não surpreendente. 

Vantagens

  • Ótimos personagens.
  • Belos gráficos e animações.
  • Gameplay leve e divertido.
  • Muitas armas e variedade de estilos de gameplay.
  • Trilha sonora e dublagem imersivas.

Desvantagens

  • História simples.
  • IA de inimigos limitada.
  • Sem nenhuma novidade em gameplay.
  • Quebra de ritmo narrativo com puzzles e mini games.
  • Fator replay fraco.

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San Moreira
San Moreira tem 33 anos e é natural de São Paulo. Eu sou formado em Banco de Dados e Gestão Empresarial. Amante da cultura gamer, sempre apaixonado pelo universo. Atuando como jornalista e Content Manager de games com foco na plataforma PlayStation e Battle Royales como Free Fire. Teve a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer.

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