No começo do ano, uma reportagem revelou que a PlayStation havia cancelado dois projetos de live service de seus estúdios internos. As produções interrompidas eram um jogo não anunciado da Bend Studio e um jogo multiplayer de God of War em desenvolvimento pela Bluepoint Games.
A notícia do cancelamento surpreendeu a comunidade, com informações escassas limitando-se à confirmação de que se tratava de uma experiência multijogador situada no universo do Deus da Guerra. Recentemente, porém, capturas de tela de desenvolvimento vieram à tona, proporcionando um vislumbre inédito e detalhado do cenário planejado para este ambicioso jogo que nunca será.
Primeiras impressões sobre o jogo multijogador God of War da Bluepoint
As capturas de tela vazadas do projeto cancelado oferecem uma janela fascinante para sua fase inicial de desenvolvimento, revelando ambientes e mecânicas em construção. A primeira e mais marcante evidência é que o jogo representaria um retorno às raízes gregas da franquia. Templos de arquitetura clássica, ânforas e outros artefatos disseminados pelos cenários deixam essa inspiração clara.
Além dos exteriores, as imagens mostram cavernas e salas internas que parecem projetadas para o multiplayer. Um arsenal, repleto de armas e escudos em suas paredes, sugere um espaço de preparação para vários combatentes. A narrativa traria uma figura familiar: Hades. De acordo com as informações, o deus do submundo seria o proprietário desse mesmo arsenal, assim como das piscinas de enxofre amarelo observadas nas cavernas. A presença de um Hades vivo indica que a história se passaria antes dos eventos de God of War III, assumindo que o projeto buscasse algum tipo de canonicidade.
A fusão de influências visuais, no entanto, é peculiar. Enquanto a arquitetura é inequivocamente grega, alguns elementos parecem emprestados da era nórdica da série. Uma estátua feminina segurando uma máscara evoca os jogos originais, mas estátuas de guerreiros com escudos e lanças lembram tanto os hoplitas espartanos quanto os Einherjar de Valhalla de Ragnarok. Várias armas em exibição possuem um tom esverdeado, similar ao usado pelos Berserkers nos títulos mais recentes.
Um detalhe intrigante surge no chamado Arsenal de Hades. Uma das imagens mostra o local tomado por uma corrosão vermelha, descrita nos arquivos como uma “maldição“. Isso sugere que a área poderia infligir efeitos negativos nos jogadores, adicionando uma camada tática ao espaço.
No final, a PlayStation demonstrou falta de confiança na viabilidade do jogo como um live service. Essa cautela é compreensível, considerando a recepcão geralmente fria dos fãs a esse modelo de negócios, um sentimento recentemente amplificado pelo caso Concord.
Agora, a atenção se volta para o futuro da Bluepoint Games. Vagas de emprego sugerem que o estúdio está trabalhando em um novo título de ação e combate corporal em terceira pessoa. Entre os fãs, a esperança é que este projeto seja o remake do God of War original há muito solicitado. Dada a excelência da Bluepoint em refazer clássicos como Shadow of the Colossus e Demon’s Souls, e considerando que eles já possuíam assets e conceitos de um cenário grego em desenvolvimento, essa transição pareceria não apenas promissora, mas também natural.
