Todos os Jogos Cancelados e Estúdios Fechados devido às demissões em massa da Xbox


Todos os Jogos Cancelados e Estúdios Fechados devido às demissões em massa da Xbox

Os recentes cortes no Xbox deixaram marcas profundas no cenário dos jogos. Com a confirmação no dia 2 de julho, a Microsoft demitiu 9.000 funcionários adicionais de sua divisão de games, somando mais de 20.000 demissões desde o início dos planos de aquisição da Activision Blizzard King por US$ 68,7 bilhões. Os efeitos foram devastadores: jogos cancelados, estúdios fechados e um clima de incerteza pairando sobre a indústria.

Os rumores já circulavam há dias, mas a confirmação oficial trouxe à tona a dimensão real dos danos. Enquanto a Microsoft consolidava seu megadeal com a Activision, milhares de profissionais perderam seus empregos, e projetos promissores foram abandonados. Entre os mais afetados estão equipes inteiras que trabalhavam em títulos aguardados pelos fãs, agora engavetados sem explicações detalhadas.

O fechamento de alguns estúdios foi o golpe mais duro. Sem chance de se reerguerem, essas equipes viram anos de trabalho simplesmente apagados. Embora a Microsoft evite comentar sobre cada caso, fontes internas sugerem que a reestruturação visa “enxugar operações” após a compra bilionária.

O que resta agora é um setor abalado, funcionários desolados e uma comunidade de jogadores questionando o futuro do Xbox. Enquanto os números impressionam, as histórias por trás deles são ainda mais impactantes.

Reboot de Perfect Dark cancelado e The Initiative encerrada

Nascido em 2000 no Nintendo 64, Perfect Dark já foi um dos jogos mais aclamados da era GoldenEye 007. No entanto, nas últimas décadas, tornou-se um símbolo de franquias maltratadas por cancelamentos e desenvolvimentos conturbados.

A esperança de um renascimento surgiu em 2018, quando a Microsoft criou The Initiative, um estúdio de elite com a missão exclusiva de reiniciar Perfect Dark. Sete anos se passaram, e o estúdio nunca lançou um único jogo. Agora, com seu fechamento em 2 de julho de 2025, o futuro da franquia está mais incerto do que nunca.

O caminho foi repleto de obstáculos. Relatos de mudanças na equipe, reboots internos e atrasos pintaram um cenário caótico. Mesmo assim, o Xbox Games Showcase de 2024 trouxe um vislumbre de esperança: um trailer impressionante, cheio de ação futurista e tecnologia inovadora, que parecia finalmente indicar um rumo sólido.

Mas a alegria durou pouco. Com o fim da The Initiative, o projeto foi abruptamente encerrado. Surgiram rumores de que o trailer não representava gameplay real, apenas conceitos. Ainda assim, sem confirmação oficial, resta aos fãs apenas especular sobre o que poderia ter sido.

O legado de Perfect Dark agora é duplo: um clássico inesquecível do N64 e um símbolo de como grandes ambições podem ser destruídas pela instabilidade corporativa. Se um dia retornar, será sob novas circunstâncias, e sem a equipe que um dia prometeu reinventá-lo.

Everwild cancelado

Quando a Rare, lendária criadora de Banjo-Kazooie e Sea of Thieves, anunciou Everwild em 2014, a expectativa era enorme. Prometia ser uma experiência inovadora em terceira pessoa, mergulhando os jogadores em um mundo misterioso e vibrante. Mas o que se seguiu foi uma sequência de silêncios, reinícios e, finalmente, um cancelamento silencioso.

O jogo teve seu grande reveal em 2019, durante um evento do Xbox, com um trailer que despertou curiosidade, mas nenhum detalhe concreto. Depois disso, sumiu do radar. Vazamentos e relatos internos sugeriam que o projeto havia sido reiniciado do zero, trocando de direção criativa mais de uma vez. Mesmo assim, a Rare e a Microsoft nunca deram explicações claras.

Em meio ao caos, Phil Spencer, chefe do Xbox, chegou a afirmar que Everwild era um dos jogos que mais o animavam no catálogo first-party. Mas as palavras não se materializaram. Com as demissões em massa de julho de 2025, o projeto foi definitivamente abandonado, encerrando 11 anos de desenvolvimento sem um único lançamento.

O destino de Everwild agora se junta ao de outros jogos fantasma, títulos que consumiram anos de trabalho, mas nunca chegaram às mãos dos jogadores. O que restam são perguntas: Qual era a visão original? O que deu errado? Talvez nunca tenhamos respostas. O que sabemos é que, mais uma vez, um projeto ambicioso foi engolido pela instabilidade da indústria.

Diretor de Sea of ​​Thieves e Banjo-Kazooie deixa série

jogos para dois

A onda de demissões no Xbox não poupou nem mesmo os nomes mais lendários da indústria. Segundo o Video Games ChronicleGregg Mayles, o veterano designer por trás de clássicos como Banjo-Kazooie e diretor de Sea of Thieves, está deixando a Rare após mais de 35 anos no estúdio. Sua saída marca não só o fim de uma carreira histórica, mas também o último capítulo frustrado de Everwild, projeto no qual ele atuou como diretor desde seu suposto reboot em 2021.

Mayles era uma das últimas ligações da Rare com sua era de ouro nos anos 90. Sua influência moldou franquias icônicas, e sua liderança em Sea of Thieves provou que o estúdio ainda tinha potencial para inovar. Mas com o cancelamento de Everwild e a reestruturação agressiva da Microsoft, até mesmo um nome desse peso não foi poupado.

O que torna sua saída ainda mais simbólica é o silêncio em torno dela. Não houve anúncio oficial, nem mensagem de despedida, apenas o fim abrupto de uma trajetória que ajudou a definir os jogos da Rare por décadas. Agora, resta a pergunta: sem Mayles e com Everwild morto, o que sobra da Rare?

Seu legado permanece, mas sua partida fecha um ciclo. E, como muitos outros talentos cortados nessa onda de demissões, ele deixa para trás não só um estúdio, mas um projeto inacabado que poderia ter sido mais um marco em sua carreira.

Novo MMO ZeniMax Online encerrado

Enquanto os cancelamentos de Perfect Dark e Everwild dominaram as manchetes, o chefe do Xbox Game Studios, Matt Booty, confirmou que outras apostas secretas também foram abruptamente encerradas, incluindo um número desconhecido de projetos nunca anunciados. Entre eles, um dos mais intrigantes era o misterioso “Projeto Blackbird”, um MMO em desenvolvimento na ZeniMax Online Studios, mesma equipe por trás de The Elder Scrolls Online e Fallout 76.

Pouco se sabe sobre o jogo, já que a ZeniMax manteve sigilo absoluto sobre seus detalhes. Os poucos indícios sugeriam que seguiria a fórmula de sucesso da empresa: um MMO com profundidade em RPG, possivelmente em um novo universo. Mas antes que qualquer informação vazasse, o projeto foi engavetado, e, em um movimento que não parece coincidência, Matt Firor, chefe do estúdio, anunciou sua saída pouco depois do cancelamento vir à tona.

A situação expõe uma realidade dura: mesmo franquias consolidadas e estúdios experientes não estão imunes aos cortes radicais da Microsoft. Enquanto os fãs lamentam os jogos cancelados que conheciam, outros tantos nem sequer tiveram a chance de serem aguardados.

O que o Projeto Blackbird poderia ter sido? Qual era o próximo grande MMO da ZeniMax? Essas perguntas agora se juntam a uma lista crescente de “e se” na indústria, projetos ambiciosos que, por decisões corporativas, nunca passarão de rumores e especulações.

Warcraft Rumble nas últimas etapas

Em um movimento que reflete os recentes cortes no Xbox, a Blizzard anunciou que Warcraft Rumble, seu mobile game lançado em 2023, não receberá mais atualizações de conteúdo. O jogo continuará funcionando com eventos rotineiros, ajustes de balanceamento e correções de bugs, mas o desenvolvimento ativo foi encerrado, coincidindo com as demissões em massa que atingiram a empresa.

Segundo a Aftermath, a decisão deve impactar cerca de 100 funcionários, com alguns realocados para outros projetos dentro da Blizzard, enquanto outros serão totalmente desligados. O anúncio oficial foi discreto, mas revela uma estratégia clara: a Microsoft e suas subsidiárias estão priorizando enxugamento operacional em vez de sustentar projetos com desempenho abaixo do esperado.

Para os jogadores, isso significa que Warcraft Rumble permanecerá congelado no estado atual, sem expansões ou novidades significativas. Apesar de não ser um desligamento total (como ocorreu com Heroes of the Storm), a mensagem é evidente: a Blizzard está realocando recursos para apostas mais lucrativas, deixando títulos secundários em modo de manutenção.

O fim do suporte ativo ao jogo levanta questões sobre o futuro dos mobile games da Blizzard, especialmente em um momento em que a empresa parece estar reavaliando suas prioridades sob a gestão da Microsoft. Enquanto isso, os desenvolvedores afetados enfrentam mais uma rodada de incertezas em uma indústria cada vez mais volátil.

Incerteza sobre as demissões restantes

Xbox Logo

Enquanto os cancelamentos de jogos dominam as manchetes, as equipes que escaparam do desmonte total agora enfrentam um cenário de incertezas e equipes drasticamente reduzidas. O estrago é generalizado:

  • Turn 10 Studios, responsável pelo Forza Motorsport, perdeu mais de 70 funcionários, um corte que, segundo levantamentos no LinkedIn, eliminou quase metade da equipe. O futuro da franquia de simulação agora repousa sobre um esqueleto de desenvolvedores.
  • As subsidiárias da Call of Duty não foram poupadas: Sledgehammer Games, Raven Software e High Moon Studios sofreram demissões significativas, abalando o desenvolvimento da maior franquia de tiro da Xbox.
  • Rumores apontam cortes também na Halo Studios (encarregada da franquia Halo) e na Undead Labs (State of Decay), embora sem confirmação oficial.

O clima interno é de tensão extrema. Uma fonte anônima da Halo Studios revelou ao Engadget que a Microsoft estaria “substituindo cargos por ferramentas de IA” sempre que possível, uma prática que, mesmo sem confirmação pública, ecoa os temores da indústria sobre a automação acelerada.

O que vem depois? Para os sobreviventes, a carga de trabalho tende a aumentar, com menos recursos e a sombra de mais cortes no horizonte. Enquanto a Microsoft fala em “eficiência operacional”, o preço humano fica claro: equipes esqueléticas, moral abalado e uma crise de confiança que pode definir os próximos anos do Xbox.

O verdadeiro impacto desses cortes só será mensurado quando ou se os próximos Halo, Forza e Call of Duty chegarem ao mercado. Até lá, o que resta é uma indústria em estado de alerta, onde nem mesmo os empregos “protegidos” estão realmente seguros.


San Moreira
Sanzio Moreira tem 34 anos e é Fundador e Editor-Chefe do PS Verso. Amante da cultura gamer e sempre apaixonado pelo universo. Atuo como jornalista e Content Manager do mercado de games por 6 anos. Tive a ideia de criar este site exclusivamente pela vontade informar e ajudar a comunidade gamer brasileira.