Se você tem entre 25 e 30 anos, certamente conhece esses personagens. Conhecido nacionalmente como “Os Anjinhos” (Rugrats, no original americano), foi um desenho que passava nas manhãs do SBT nos anos 90. Os principais personagens eram Tommy Pickles, Chuckie Finster, os gêmeos Phil e Lil DeVille e Angelica Pickles. Cada episódio abordava situações cotidianas que eram transformadas em grandes aventuras na imaginação dos bebês, onde eram explorados diversos temas sobre amizade, medo, coragem e o processo de aprendizado e descoberta das crianças.
Para atrair exatamente esse público, as desenvolvedoras The Media Indie Exchange Games (The MIX Games), WALLRIDE, e Limited Run Games decidiram criar um jogo de plataforma inspirado nos clássicos do NES, e assim surgiu Rugrats: Adventures in Gameland. Buscando jogadores mais nostálgicos, o jogo quer resgatar o sentimento dos games de aventura de mais de 20 anos atrás.
Rugrats: Adventures in Gameland será lançado no dia 10 de setembro para PlayStation 5, Xbox Series, PlayStation 4, Xbox One, Switch e PC via Steam.
Gameplay
A proposta do jogo começa com Angelica, a garotinha meio vilã da série, propondo mais uma brincadeira em que ela é a rainha das formigas e os bebês são as operárias que obedecem às suas ordens. Uma propaganda de um novo jogo do Reptar aparece na TV, onde ele coleta moedas e luta contra chefes para conseguir acessar a “Misteriosa Porta do Reptar“. O líder dos Anjinhos, Tommy, propõe a Chuckie que eles encontrem as Moedas do Reptar espalhadas pela casa para conseguirem acessar a porta. É nessa proposta que todo o gameplay de Rugrats: Adventures in Gameland se sustenta.
Com um mapa simples da casa, com 6 fases, precisamos atravessar plataformas em busca de todas as moedas perdidas do Reptar em locais reimaginados pela imaginação dos Anjinhos e derrotar chefes icônicos que estão presentes na série imaginada para conseguir abrir a porta misteriosa.
Como uma forma de homenagem aos jogos de 8 bits, todas as mecânicas de jogabilidade se baseiam nas características dos games da época. Todos os desafios de plataforma, a movimentação dos inimigos, formas de ataque e level designs das fases emulam essas limitações. Os movimentos consistem em pular em cima de inimigos, realizar stomp, engatinhar e jogar blocos.
Os pulos são imprecisos, os inimigos se movimentam de forma repetitiva, os chefes são fáceis de prever, há uma quantidade exagerada de inimigos em curto espaço de tempo e até mesmo os respawns automáticos quando trocamos de tela ressurgem nessa releitura. Por tudo isso, o jogo ganha contornos de um desafio mais alto do que aparenta. Mesmo tão simples, a falta de polimento nesses elementos é proposital.
Durante as fases, podemos usar e alternar entre todos os quatro personagens principais da série: o líder Tommy, o medroso Chuckie, o forte gêmeo Phil e a irmã gêmea Lil. Cada um dos personagens possui dois tipos de atributos: o de pulo e o de força. Enquanto Chuckie e Lil são especialistas em pular mais alto, Tommy e Phil são ideais para levantar blocos e alcançar locais mais difíceis. O interessante é que, por permitir que você troque de bebê a qualquer momento, é possível não só combiná-los para passar mais facilmente pelos desafios, mas também gerenciar a vida de cada um, trocando-os para que você não perca todos durante a fase e tenha que reiniciá-la. O jogo também permite o multiplayer local, o que deve tornar as fases mais divertidas junto com um(a) amigo(a) ou parceiro(a).
O objetivo já mencionado parece fácil, mas o level design das fases torna a busca pelas moedas mais complicada do que aparenta. Apesar de ser um jogo 2D de plataforma inspirado nos jogos de 8 bits, ele não possui um caminho linear e oferece múltiplas passagens que escondem essas moedas, onde você pode terminar a fase sem nem ao menos achar todas. Acontece que, para acessar a última área dos níveis, você precisa encontrar a chave de fenda para destrancar o cercadinho que te impede de chegar ao chefe. Por algumas vezes, você pode até conseguir encontrar todas as moedas, mas pode acabar morrendo na busca do item necessário, tornando a experiência frustrante para quem não está acostumado com essa forma antiga de projetar o desafio do jogo.
As lutas contra os chefes são mais uma batalha contra os controles limitados do que uma dificuldade proposta pelo inimigo. Geralmente, ficam claras as falhas e a previsibilidade dos ataques, mas como os campos onde acontecem as batalhas são plataformas suspensas, onde um mínimo deslize resulta em perda de saúde, o jogador precisa ter um cuidado mais redobrado do que em jogos mais modernos para não ganhar uma tela de game over indesejada. O jogo possui cookies que você encontra nas fases, que servem como vidas. Se você perder toda a saúde de um personagem, ele ganha uma nova chance e não fica inutilizável.
Gráficos, Trilha Sonora e Som
Reproduzindo fielmente os visuais do desenho animado, Rugrats: Adventures in Gameland é bonito e imersivo. O jogo também conta com gráficos em pixel de 8 bits para os mais nostálgicos. Com poucas animações, o jogo não se esforça muito nessa área, mas entrega algo competente.
A trilha sonora e os efeitos sonoros seguem a mesma proposta. Com duas versões de faixas, o jogo conta com músicas mais modernas e os irritantes bips presentes nos jogos antigos. Elas só conseguem se destacar por conterem trilhas nostálgicas, mas as músicas das fases são difíceis de aturar.
Vale a Pena?
Rugrats: Adventures in Gameland é curto, direto e divertido, mas não é um jogo para todo mundo. Desenvolvido com foco nos jogadores mais experientes e nostálgicos, ele entrega uma proposta de desafio de plataforma que só será inteiramente compreendida por esse público. É claro que isso não impede que uma nova geração o jogue, mas acho difícil que ele atinja outros públicos.
Notas do Jogo
Título: Rugrats: Adventures in Gameland
Descrição do jogo: Quando Tommy, Chuckie, Phil e Lil veem um anúncio publicitário do novo videojogo Reptar, fingem que estão num videojogo próprio! Alterne entre belas artes de 8 bits e HD, selecione o seu bebé favorito e jogue sozinho ou em cooperação em Rugrats: Adventures in Gameland, um jogo de plataformas neo-retro
Gênero: Aventura e Plataforma
Lançamento: 10/09/2024
Produtora: The Mix Games, Inc. e Wallride
Distribuidora: The Mix Games, Inc.
Nota
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Jogabilidade - 7/10
7/10
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Gráficos - 8/10
8/10
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Trilha Sonora e Som - 6.5/10
6.5/10
Veredito
Rugrats: Adventures in Gameland é curto, direto e divertido, mas não é um jogo para todo mundo. Desenvolvido com foco nos jogadores mais experientes e nostálgicos, ele entrega uma proposta de desafio de plataforma que só será inteiramente compreendida por esse público. É claro que isso não impede que uma nova geração o jogue, mas acho difícil que ele atinja outros públicos.
Vantagens
- Nostalgia bem aproveitada.
- Modo de visual 8 bits.
- Variedade de personagens.
- Fidelidade aos elementos do desenho animado.
Desvantagens
- Proposta limitada de jogabilidade restrita a um público bem específico.
- As músicas e os sons continuam irritantes.
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